Vida vazia – uma dissertação espiritual
A respeito da modernidade e da cultura existencial presente em nossa sociedade, permitimo-nos transcrever abaixo uma dissertação espiritual ditada, psicograficamente, no Centro Espírita Francisco Cândido Xavier, de São José do Rio Preto – SP.
Debate-se o homem moderno junto às sensações produzidas pela materialidade e pelo gozo fornecido pela notoriedade vazia.
A busca pelo preencher o vazio existencial, visitando redes sociais sem profundidade, dá ao homem a falsa impressão de que é feliz.
Mantém-se conectado, com outras mentes desconectadas, formando uma rede de cegos destinados ao abismo existencial.
A saciedade buscada nos etílicos e nos estupefacientes não tem limites. É como tentar matar a sede com água salgada.
São Tempos modernos dirão alguns, vivenciamos tempos de tecnologias de grande monta e é preciso aproveitá-las, dirão outros.
De vazio a vazio, de infantilidade a infantilidade, mantém-se no estágio primitivo de nossa natureza.
Mas, é da Vontade Divina conduzir Seus filhos cegos para o campo da luz, e um dia se cansa e começa-se a questionar-se intimamente.
A saturação sempre se dá, e com o espírito humano não é diferente.
O torvelinho da vida, a despeito da escolha pelo fugidio, vai nos envolvendo para o caminho certo. Dia virá, e sempre foi assim, que atingiremos o limite do estágio consciencial habitado e sentir-se-á o desejo de “pular” para outro nível. É a fatalidade do progresso.
Mas é preciso pensar.
Quanto mais se demora mais se encobre de sujeiras que deverão ser limpas. Quanto mais viciação, mais necessidade de esforço para se desvincular dela.
Traz o Evangelho do Senhor Jesus, e não temos dado o justo valor a isso, as medidas que deveremos adotar.
Na Mensagem Sublime encontra-se a receita para nossa felicidade imperecível, e o Senhor, conhecedor de cada um de nós, sabe que um dia voltaremos a Ele. Nesse dia haverá mais alegria no céu…
É da Lei que progridamos, e é da Lei o respeito ao Livre Arbítrio. Se escolhemos, nesse ou naquele campo, vinculamo-nos ao resultado, e a nossa inteligência, embora vinculada a inteligências outras que nos prendem na ilusão, um dia falará mais alto e aí, justamente nesse ponto, estará o Senhor Jesus, porque Ele, Divino Pastor de nosso orbe, busca a cada uma de suas ovelhas, mesmo sabendo que por hora estejam revestidas de lobos.
É o amor em busca das ovelhas perdidas da Casa de Israel, e ele, o amor, é imbatível, tanto quanto infalível, e assim como tem sido ao longo da evolução dos espíritos, também o será conosco, e nessa hora haveremos de nos desvencilhar do que é ilusório para buscarmos nossa melhor parte, a parte do espírito, que é o que somos, e destinados ao convívio com o Pai que, paternalmente, espera por todos nós, os transviados da vida.
Muita paz.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro