VERDADEIROS INIMIGOS DO MÉDIUM
– Por Emmanuel, no livro “O Consolador”, psicografado por Chico Xavier)
410 –onde o maior escolho do apostolado mediúnico?
-O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Freqüentemente é personalismo, é a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos seus deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem a invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos.
Contra esse inimigo é preciso movimentar as energias íntimas pelo estudo, pelo cultivo da humildade, pela boa-vontade, com o melhor esforço de auto-educação, à claridade do Evangelho.
O segundo inimigo mais poderoso do apostolado mediúnico não reside no campo das atividades contrárias à expansão da Doutrina, mas no próprio selo das organizações espiritistas, constituindo-se daquele que se convenceu quanto aos fenômenos, sem se converter ao Evangelho pelo coração, trazendo para as fileiras do Consolador os seus caprichos pessoais, as suas paixões inferiores, tendências nocivas, opiniões cristalizadas no endurecimento do coração, sem reconhecer a realidade de suas deficiências e a exigüidade dos seus cabedais íntimos. Habituados ao estacionamento, esses irmãos infelizes desdenham o esforço próprio – única estrada de edificação definitiva e sincera – para recorrerem aos espíritos amigos nas menos dificuldades da vida, como se o apostolado mediúnico fosse uma cadeira de cartomante. Incapazes do trabalho interior pela edificação própria na fé e na confiança em Deus, dizem-se necessitados de conforto. Se desatendidos em seus caprichos inferiores e nas suas questões pessoais, estão sempre prontos para acusar e escarnecer. Falam da caridade, humilhando todos os princípios fraternos; não conhecem outro interesse além do que lhes lastreia o seu próprio egoísmo. São irônicos, acusadores e procedem quase sempre como crianças levianas e inquietas. Esses são também aqueles elementos da confusão, que não penetram o tempo de Jesus e nem permitem a entrada de seus irmãos.
Esse gênero de inimigos do apostolado mediúnico é muito comum e insistente nos seus processos de insinuação, sendo indispensável que o missionário do bem e da luz se resguarde na prece e na vigilância. E como a verdade deve sempre surgir no instante oportuno, para que o campo do apostolado não se esterilize, faz-se imprescindível fugir deles.
411 – Onde a luz definitiva para a vitória do apostolado mediúnico?
-Essa claridade divina está no Evangelho de Jesus, com o qual o missionário deve estar plenamente identificado para a realização sagrada da sua tarefa. O médium sem Evangelho pode fornecer as mais elevadas informações ao quadro das filosofias e ciências fragmentárias da Terra; pode ser um profissional de nomeada, um agente de experiências do invisível, mas não poderá ser um apóstolo pelo coração. Só a aplicação
com o Divino Mestre prepara no íntimo do trabalhador a fibra da iluminação para o amor, e da resistência contra as energias destruidoras, porque o médium evangelizado sabe cultivar a humildade no amor ao trabalho de cada dia, na tolerância esclarecida, no esforço educativo de si mesmo, na significação da vida, sabendo, igualmente, levantar-se para a defesa da sua tarefa de amor, defendendo a verdade sem transigir com os princípios no momento oportuno.
O apostolado mediúnico, portanto, não se constitui tão-somente da movimentação das energias psíquicas em suas expressões fenomênicas e mecânicas, porque exige o trabalho e o sacrifício do coração, onde a luz da comprovação e da referência é a que nasce do entendimento e da aplicação com Jesus-Cristo.
Da Obra “O CONSOLADOR” – Espírito: EMMANUEL – Médium: FRANCISCO CÂNDIDO XA