O caminho ideal para controlar nossas emoções
Paulo Velasco
A mente humana, embora não possamos enxergar nem tocar, está implicitamente mais conectada com o nosso íntimo do que a nossa própria estrutura corpórea em si. Podemos a qualquer momento imaginar cenas atuais e futuras de nossas vidas em nossa imagem mental, sem utilizar a estrutura física; entretanto, jamais poderemos cogitar qualquer estilo de vida sem utilizar a mente.
A ciência reconhece que o cérebro ocupa a maior extensão do sistema nervoso, e também é considerado a parte mais complexa do corpo humano. Compõe-se de numerosos neurônios e aglomerações de tecidos com massa encefálica cinzenta (córtex) e branca. Esta massa encefálica predomina por todo o interior da caixa craniana, executando, através de impulsos nervosos, múltiplas missões, dentre elas: o pensamento, o reflexo condicionado, o raciocínio, a linguagem, a percepção etc.
Comenta-se demasiadamente na mídia científica sobre as vantagens que a mente pode oferecer nas transformações das nossas ideias, modificando nossa realidade existencial.
Crê-se que estamos definitivamente condicionados às fases categóricas da nossa marcha evolutiva de inteligência e intelecto, sobretudo, é necessário que a mente humana se envolva nos procedimentos de transformação, que compreendam as questões comportamentais e espirituais, englobando, principalmente, nossos sentimentos e emoções: alegria/tristeza, amor/ódio, ciúme/saudade etc., no entendimento de assumirmos consciência da nossa maturidade racional, e, consequentemente, atentarmos para a qualidade da nossa saúde mental.
O espírito André Luiz expõe o seguinte esclarecimento sobre o cérebro: “Tomemo-lo como se fosse um castelo de três andares: no primeiro situamos a “residência de nossos impulsos automáticos”, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o “domicílio das conquistas atuais”, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro temos a “casa das noções superiores”, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente”.
Logo após, André Luiz descreve o conceito de mente, elucidando-nos: “A mente é orientadora desse universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram ao seu serviço. Dela emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores. Colocada entre o objetivo e o subjetivo, é obrigada pela Divina Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, esquecer-se, iluminar-se, progredir sempre.
Do plano objetivo, recebe-lhe os atritos e as influências da luta direta; da esfera subjetiva, absorve-lhe a inspiração, mais ou menos intensa, das inteligências desencarnadas ou encarnadas que lhe são afins, e os resultados das criações mentais que lhe são peculiares. Ainda que permaneça aparentemente estacionária, a mente prossegue seu caminho, sem receios, sob a indefectível atuação das forças visíveis ou das invisíveis”.
Enquanto a psiquiatria, a neurologia e a psicanálise pesquisarem apenas a parte material do cérebro humano, não conseguirão introduzir-se no centro mais íntimo da alma, desconhecendo as principais causas da depressão, das ansiedades, das neuroses, das psicoses e dos transtornos mentais em geral, que afetam boa parte da população mundial. O Espiritismo é, no entanto, a doutrina reveladora, que pode oferecer os meios necessários para o entendimento e aprofundamento sobre a capacidade do cérebro humano no sentido mente/espírito.
Não podemos nunca subestimar a nossa capacidade de aprimoramento da conduta disciplinar, porque associando a nossa vontade aos desígnios da Lei Divina, a conquista será evidente. Atraímos para nós tudo aquilo que nossos pensamentos emitem ou aquilo que estivermos idealizando em nossas mentes.
Como já sabemos, recebemos o retorno de acordo com as nossas obras. Se plantarmos um broto de flor, no futuro colheremos belas e perfumadas flores; mas, se plantarmos ervas-daninhas, serão elas que germinarão no jardim da nossa consciência.
Paulo Velasco
Bibliografia:
Disfarces das Nossas Imperfeições, Paulo Velasco
No Mundo Maior, Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz.
Fonte: Correio Espírita