Desigualdades sociais
No capítulo IX, da Parte Terceira, de O Livro dos Espíritos, que trata da Lei de Igualdade, os Orientadores Espirituais esclarecem que a desigualdade das condições sociais em que vive o ser humano não é obra de Deus, mas sim, obra dos homens.
Na questão 930, do mesmo livro, quando abordam as Penas e Gozos Terrestres, são ainda mais enfáticos: Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.
No momento em que a sociedade, de forma geral, e os órgãos governamentais, em especial, com justa razão, se preocupam com a questão da fome na Humanidade, mostra-se oportuno destacar o que o Espiritismo vem revelando a respeito, desde a metade do século XIX.
A Doutrina Espírita nos ensina que o homem é um Espírito imortal, reencarnado temporariamente na Terra para a aquisição de valores que ainda não possui, e que tudo quanto existe no Universo é criação de Deus. Ensina-nos, ainda, que o fato de sermos Espíritos imortais não nos tira a responsabilidade de bem administrar as coisas terrenas. Ao contrário, por força da Lei de Amor, dá-nos o dever de bem cuidar de tudo o que é obra da Criação divina, cuidado este que visa à defesa do meio ambiente, mas, principalmente, à garantia de proporcionar a toda criatura humana o direito de viver dignamente.
Não é sem razão que a Doutrina Espírita, refletindo o Evangelho de Jesus, tem por máxima: Fora da caridade não há salvação. E não é sem razão, também, que as Instituições Espíritas procuram realizar permanente trabalho de atendimento ao ser humano em toda a sua dimensão, tanto no que diz respeito às suas necessidades de ordem espiritual e moral, quanto às de ordem material.
Ouçamos atentos
“Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.” – Jesus. (MATEUS, 6:33.)
Apesar de todos os esclarecimentos do Evangelho, os discípulos encontram dificuldade para equilibrarem, convenientemente, a bússola do coração.
Recorre-se à fé, na sede de paz espiritual, no anseio de luz, na pesquisa da solução aos problemas graves do destino. Todavia, antes de tudo, o aprendiz costuma procurar a realização dos próprios caprichos; o predomínio das opiniões que lhe são peculiares; a subordinação de outrem aos seus pontos de vista; a submissão dos demais à força direta ou indireta de que é portador; a consideração alheia ao seu modo de ser; a imposição de sua autoridade personalíssima; os caminhos mais agradáveis; as comodidades fáceis do dia que passa; as respostas favoráveis aos seus intentos e a plena satisfação própria no imediatismo vulgar.
Raros aceitam as condições do discipulado.
Em geral, recusam o título de seguidores do Mestre.
Querem ser favoritos de Deus.
Conhecemos, no entanto, a natureza humana, da qual ainda somos participes, não obstante a posição de espíritos desencarnados. E sabemos que a vida burilará todas as criaturas nas águas lustrais da experiência.
Lutaremos, sofreremos e aprenderemos, nas variadas esferas de luta evolutiva e redentora.
Considerando, porém, a extensão das bênçãos que nos felicitam a estrada, acreditamos seria útil à nossa felicidade e equilíbrio permanentes ouvir, com atenção, as palavras do Senhor: “Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça.”
EMMANUEL (VINHA DE LUZ)