As Leis Morais da Atualidade

(Postado por Morris Ferrer em 23 setembro 2014-Rede Amigo Espírita)

Este é um livro pequeno da FEB que descobri por acaso ao passar pela livraria no Centro e entrar para dar uma olhada no material.

Apesar de ser bem fino, apenas 150 páginas, a obra é muito densa, pois o autor, além de espírita, é formado em Letras e em Direito, uma combinação que se traduz num discurso muito interessante para o leitor.

Muito se fala das leis morais, que segundo o autor constituem o roteiro de felicidade do homem em seu caminho evolutivo. Neste livro Christiano menciona dez leis. Apesar de admitir ser uma obra simples, o modo como apresenta estas leis produz reflexões muito atuais.

Na relação das leis, ele inicia com a lei divina, que tem por base o amor, e faz reflexões sobre a moral divina, focando o amor ao próximo. 

Segue pela lei da adoração, encontrada entre todos os povos de nosso planeta. Conclui que o meio mais eficaz de cultuar a Deus é servir aos semelhantes.

Prossegue na lei do trabalho no âmbito social. O trabalho é apresentado como veículo de renovação, um mobilizador do progresso do ser, e uma poderosa defesa.

Na lei da reprodução, uma lei imprescindível, já que possibilita nossa reencarnação, temos a oportunidade de alcançar maior qualidade de vida.

 Ao falar sobre casamento e divórcio, Christiano indaga como teria sido a vida conjugal de Romeu e Julieta caso sobrevivessem à tragédia do amor proibido. Trata a família como uma instituição sólida que tem sobrevivido aos milênios. Apresenta uma classificação para a vida a dois, de Martins Peralva. E não considera a indissolubilidade do casamento uma lei natural.

Num capítulo mais polêmico trata do celibato, da mono e da poligamia, referindo-se à lei da reprodução. Acredita no celibato como uma escolha natural, e não como algo imposto. E também questiona a afeição real que venha a existir na poligamia. 

Outro capítulo bem atual se refere às relações homoafetivas. Cita a legislação brasileira no que diz respeito ao conceito de casamento. Critica os excessos no campo da sexualidade que não se restringem diretamente ao relacionamento homoafetivo. Evoca a imagem do centauro mitológico para ilustrar o caminho evolutivo que percorremos. E cita o trabalho de Edith Modesto.

Na lei da conservação, ele cita a presença do instinto para nossa defesa, e preservação. Vai discorrer sobre os prazeres mundanos, e também mencionar as privações voluntárias.

Chega a lei da destruição onde estabelece um discurso mais voltado para a sustentabilidade planetária. Compara os instintos de destruição e conservação. 

E em seguida contrastará a guerra e a paz, colocando as paixões humanas como causa das guerras. Visualiza pros e contras das guerras. É também uma reflexão sobre o agravamento da violência. 

Seguimos com a pena de morte. Questiona aqui a utilidade e a justiça desta pena, utilizada muitas vezes como arma política. Lembra do retorno dos criminosos pela lei da reencarnação, e também que a verdadeira regeneração se dá pelo gradativo aperfeiçoamento moral do indivíduos.

Na lei de sociedade, cuja vida é uma necessida básica do ser humano, trata-se da biodiversidade. Também é ressaltada a qualidade pedagógica da lei. 

Apresenta no capítulo seguinte, a família, como esteio da sociedade, uma sociedade em miniatura, mas que assume novas qualidades quando se coloca o conceito reencarnatório, e onde então assuma a função de filtro.

Seguimos com a lei do progresso, observando que ninguém progride ao mesmo tempo e da mesma maneira. A reencarnação aí está para propiciar a consecução desta lei.

Na lei da igualdade pergunta-se: existe mesmo igualdade absoluta entre as pessoas? Não se confunda aqui com a igualdade socioeconômica. As leis refletem a nossa imperfeição. Na medida em que a lei do progresso se aplica, efetiva-se a lei da igualdade. 

O capítulo seguinte aborda a questão da mulher na concepção espírita. Segundo as últimas pesquisas homens e mulheres agem, pensam e sentem de modo completamente distinto. No entanto, a discriminação da mulher repousa numa visão reducionista da vida. Esta mulher que agora começa a ser vista como uma mediadora da vida.

Na lei da liberdade temos a questão do livre-arbítrio, algo que reflete a evolução intelecto-moral de cada um. Um espaço concedido pelo Criador para que exercitemos nosso intelecto e nossos sentimentos. Mas o que temos feito com este espaço?

No capítulo seguinte é trazida a questão da escravidão. Felizmente em seu aspecto legal foi instinta, mas não totalmente, pois ainda persiste em algumas nações. Carregamos o peso da escravidão de negros e indígenas. Portanto, ainda somos prisioneiros de nós mesmos.

Segue-se a lei de justiça, amor e caridade. O sentimento de justiça é inato no homem. Pelo Direito Romano representa a constante e firme vontade de dar a cada um o que é seu. Temos então a justiça divina como equidade absoluta; o amor – pedra angular do programa de educação dos espíritos; e a caridade – a maior da virtudes.

Finaliza afirmando que a perfeição é a meta principal do espírito, um apostolado de milênios. Inimigos do progresso moral, o orgulho e o egoísmo, estão ligados a inferioridade dos espíritos aqui encarnados. O homem de bem sereconhece pelos atos praticados em consonância com as leis divinas.

O livro conta com 60 referências e, é seguramente, uma leitura muito agradável e elucidativa.

MG

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