As aparições de espíritos e os agêneres
José Reis Chaves
Os agêneres são espíritos encarnados e desencarnados que aparecem, podendo eles, inclusive, ser materializados e palpáveis. Esse fenômeno é chamado também pelo espiritismo de emancipação, pela Igreja Católica de bilocação, fenômeno esse que aconteceu com alguns santos católicos, sendo os mais conhecidos os ocorridos com Santo Antônio de Pádua e Santo Afonso Maria de Ligório. Os cientistas de prêmio Nobel de física e química William Croques e Charles Riches e outros, também famosos como o russo Acasakov comprovaram a realidade desse fenômeno, chamado também de viagem astral.
Geralmente, os agêneres são fenômenos rápidos, mas há exceções. O sacerdote Melquisedeque da Bíblia, sem genealogia, sem pai e sem mãe, seria um agênere? Mas vamos tratar é do Anjo Rafael, sem dúvida nenhuma, um agênere, do Livro de Tobias da Bíblia Católica. Porém, antes de entrarmos no assunto, queremos deixar claro que, para a doutrina espírita, na sua parte científica, e para a Bíblia, os anjos, “aggelos” em grego, significam espíritos humanos enviados. E os demônios, “daimones” em grego, são também espíritos humanos apenas atrasados e não de outra categoria. Daí que até se diz anjos bons e anjos maus. O que os diferencia, pois, é o nível de evolução. Aliás, Deus não criaria espíritos de categoria má eles, por serem imortais, vão se tornar anjos no decorrer das eternidades, como já ensinava o grande iluminado teólogo do cristianismo primitivo Origenes, com sua tese “Apokatastase”.
A Igreja Católica aceita esse fenômeno de agêneres com o nome de bilocação, mas de modo incompleto e confuso, por ela ter uma visão errada dos espíritos humanos já anjos (super evoluídos ou super adiantados) e os ainda muito atrasados que ela e uma tradição cristã passaram a chamar de demônios. Numa visão espírita, bíblica e científica, geralmente, os fenômenos de agêneres são aparições rápidas de espíritos desencarnados ou encarnados. Mas há exceções. E, assim, por exemplo, a história do Livro de Tobias fica fantasiosa e, pois, sem crédito, uma vez que o Anjo Rafael é um agênere. Ele curou de uma cegueira o Tobias pai, e acompanhou o Tobias filho numa longa e importante viajem, além de ajeitar para ele o casamento com Sara.
Mas os teólogos cristãos, querendo explicar o Livro de Tobias, com sua visão antiga errada de anjos e demônios, transformam este livro numa história que parece ser da carochinha… aliás, os protestantes até consideram esse livro como apócrifo, o qual não consta, pois, da Bíblia Protestante.
E eis uma prova inquestionável dada pelo próprio Anjo Rafael de que ele era um agênere, ao identificar-se para o Tobias pai, em Tobias 5: 13: “Eu sou o Azarias, filho do grande Ananias, um dos teus irmãos.”
Autor: José Reis Chaves
Fonte: Portal do Espírito (espirito.org.br)
O que são Espíritos Agêneres?
Você já ouviu falar em espíritos agêneres? O que a doutrina espírita fala sobre o assunto? Confira as considerações a seguir.
A novela espiritualista Espelho da Vida também trata de temas relacionados a doutrina espírita, por exemplo, reencarnação, vidas passadas, espíritos agêneres, etc.
O que o espiritismo tem a nos ensinar sobre os espíritos agêneres?
Os espíritos agêneres dizem respeito ao estado de certos espíritos que podem se apresentar e revestir com formas de uma pessoa viva, causando assim, uma ilusão de estarmos interagindo com uma pessoa encarnada. Ou seja, eles possuem a aparência de um corpo sólido.
De acordo com Allan Kardec, na Revista Espírita de 1859, o espírito agênere é:
“Um Espírito cujo corpo fosse assim visível e palpável teria, para nós, toda a aparência de um ser humano; poderia conversar conosco e sentar-se em nosso lar qual se fora uma pessoa qualquer, pois o tomaríamos como um de nossos semelhantes”.
Allan Kardec completou:
“O Agênere propriamente dito não revela sua natureza e aos nossos olhos não passa de um homem comum, sua aparição corpórea pode ter longa duração, conforme a necessidade, a fim de estabelecer relações sociais com um ou vários indivíduos”.
Por que isto ocorre?
Por causa da natureza e das propriedades do perispírito, que possibilita ao espírito, por meio de seus pensamentos e suas vontades, mudanças no corpo espiritual tornando-se visível.
De acordo com Heloísa Pires, no programa O Espírito e o Tempo, o perispírito é formado da mesma matéria cósmica que forma o corpo físico. Porém, devido às leis divinas, da presença de Deus, essa condensação se realiza de forma diferente. Já que ele têm certas propriedades que o corpo físico não tem, por exemplo, a flexibilidade, a absorção.
E devido a esta condensação, o perispírito através das moléculas que o constituem adquire características de um corpo sólido que é capaz de produzir impressão ao tato, deixar vestígios, além de tornar-se tangível as possibilidades desse espírito retornar instantaneamente ao seu estado etéreo e invisível.
Com isso, o que é necessário para que um espírito condense seu perispírito e se torne Agênere?
Vontade;
Combinação de fluidos afins peculiares aos encarnados;
Permissão do plano superior;
Vale lembrar que em alguns casos de espíritos agêneres, a tangibilidade é tão forte que é possível tocar, sentir a resistência da matéria, o que não impede que o espírito desapareça rapidamente.
Quais as características dos espíritos agêneres?
Embora eles possam ser confundidos com encarnados, o olhar deles não são nítidos. E ainda, mesmo que possam conversar, a linguagem é breve, sentenciosa, além de não permanecerem por muito tempo entre os encarnados.
Para finalizar, confira a seguir uma história que está presente na Revista Espírita de 1859:
“Uma pobre mulher estava na igreja de Saint-Roque em Paris, e pedia a Deus vir em ajuda de sua aflição. Em sua saída da igreja, na rua Saint-Honoré, ela encontrou um senhor que a abordou dizendo-lhe:
“Minha brava mulher, estaríeis contente por encontrar trabalho?
– Ah! Meu bom senhor, disse ela, pedia a Deus que me fosse achá-lo, porque sou bem infeliz.
– Pois bem! Ide em tal rua, em tal número; chamareis a senhora T…; ela vo-lo dará.”
Ali continuou seu caminho. A pobre mulher se encontrou, sem tardar, no endereço indicado
– Tenho, com efeito, trabalho a fazer, disse a dama em questão, mas como ainda não chamei ninguém, como ocorre que vindes me procurar?
A pobre mulher, percebendo um retrato pendurado na parede, disse:
– Senhora, foi esse senhor ali, que me enviou.
– Esse senhor! Repetiu a dama espantada, mas isso não é possível; é o retrato de meu filho, que morreu há três anos.
– Não sei como isso ocorre, mas vos asseguro que foi esse senhor, que acabo de encontrar saindo da igreja onde fui pedir a Deus para me assistir; ele me abordou, e foi muito bem ele quem me enviou aqui”.
E ainda, o Espírito São Luís foi consultado sobre os espíritos agêneres e passou as seguintes informações: De acordo com o espírito:
como foi dito acima, é necessária uma permissão para que ocorra este fenômeno; os espíritos agêneres pertencem às categorias tanto inferiores como superiores; não possuem a necessidade de alimentação, afinal, seu corpo não é real; não há meios de identificá-los, a não ser pelo desaparecimento inesperado;
Fonte: Rádio Boa Nova