“Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem.” Mateus, 13: v16.
A verdade entendida outrora pela maioria esmagadora dos homens, sem os devidos recursos dos “olhos de ver” a que se referia Jesus, de que o Messias expirava em flagrante e aflitiva derrota, após a sua crucificação, não passou de um lamentável engano ao qual hoje nos referimos com vergonhosa tristeza, em vista dessa equivocada maneira de ver o acontecido ao Divino Espírito, em delicada missão de renovar o entendimento de uma sociedade, perdida pela ilusão do poder e da posse.
Foi por medo de alguns e covardia de outros tantos, abandonado aos algozes revoltados com a mentalidade que o Rabi da Galiléia fazia chegar ao entendimento dos deserdados e sofredores da época, de que Deus é nosso Pai, e por essa razão, somos todos irmãos. Assim sendo, necessário seria doravante observar a nova Lei de amor e caridade ensinada por ELE, resumindo o contido nos evangelhos e nos ensinos dos profetas em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”, representando por isso mesmo, uma grande ameaça aos poderosos de então que mantinham a ferro e fogo as Leis a serviço de suas conveniências.
Como Instrutor incomparável, foi esquecido até mesmo pelos que já lhes haviam recolhido a bênção da luz; na qualidade de Benfeitor, foi simplesmente desprezado por muitos daqueles a quem sempre ofertou alegria e compreensão; na qualidade de Médico que curou multidões de doentes, foi acusado de impostor pelos próprios enfermos a quem antes presenteara com os benefícios da saúde; na qualidade de Amigo fiel de todos, foi escarnecidos pela quase totalidade deles.
Ainda assim, no momento maior do seu difícil testemunho de amor por seus irmãos, utilizou da grandeza de seu caráter e da pureza de Espírito Celeste que é, para rogar ao Pai que os perdoassem, pois, não sabiam o que estavam fazendo a si próprios.
Como houvera prometido anteriormente, apareceu aos discípulos atestando a realidade de sua ressurreição, comprovada até mesmo pelas chagas que trazia devidamente examinadas por Tomé, realizando Ele próprio tudo o que ensinara sobre a vida futura, renovando dessa forma a sua mensagem de confiança na vida que existe além da morte física, para onde voltaremos após os embates necessários ao progresso e harmonia da nossa consciência perante as Leis da Justiça Divina, que regulam os destinos das criaturas na Terra.
Passados 2012 anos de sua estada neste planeta, somente agora o mundo alcança maturidade intelectual e moral para que os homens aqui reencarnados possam melhor compreender que os valores amoedados que possuem, os anseios que cultivam de prosperarem materialmente, o desejo de poder que acalentam, de nada lhes valerão para a nova vida da qual o Divino Messias deu testemunho com sua aparição.
Hoje, graças a Deus, em pleno século 21 à luz esclarecedora da abençoada doutrina espírita, sabemos que Jesus não é tão somente o salvador gratuito que nos estende as mãos em socorro nas provações que nos burilam a alma, e sim, para toda a humanidade, o Mestre da Vida, ensinando-nos com a experiência de cada dia, a ciência de como nos preparar para conquistar com ELE a vitória da vida após a morte.
Bibliografia
1) Mateus, 13: v16.
2) Mateus, 22, 34 a 40)
Francisco Rebouças