TRANSFORMAÇÃO ÍNTIMA

O TRIUNFO REAL

Joanna de Ângelis

No mundo físico todas as coisas, assim como acontecimentos, procedem das necessidades impostas pela matéria ou adquiridos como necessidades que se tornam indispensáveis nas injunções carnais.

A ética estabelece os postulados indispensáveis a um resultado opimo, mediante o qual muitas criaturas se acreditam abençoadas ou desditosas.

As questões de relacionamento interpessoal lentamente avultam e passam à primazia, enquanto o Espírito permanece numa situação secundária. Para conquistá-las são indispensáveis o discernimento entre a essência e o instrumento.

Porque visíveis e ricos de alternativas semelhantes, com o tempo surgem como fundamentais os impositivos externos.

À medida que se consegue a identificação entre o corpo e a alma torna-se essencial que o sopro vital mereça cuidados especiais, como o corpo impõe o oxigênio como fator básico para a vida.

Logo se adquire o saudável comportamento, surge a beleza da estética, que é uma ferramenta essencial para a conquista do talento e da harmonia

Com esses dois dispositivos filosóficos o ser empenha-se no esforço de abrilhantar a conduta mediante o propósito de autorrealização e, concomitantemente, o desenho da harmonia, que é a estética auxiliando-o a manter-se em contínua vigilância, a fim de que o exterior reflita com facilidade o interior.

Através dos milênios de evolução antropológica, armas especiais são utilizadas para que se transforme pedra bruta, o metal liquefeito e o barro pegajoso em incomparáveis artefatos que falam das gloriosas conquistas morais da criatura e que se transformam em indispensáveis ferramentas para o êxito.

Quando te detenhas na plenitude da conquista dos valores, não olhes apenas para o piso difícil ou lamentável, mas principalmente para selecionares os acidentes que podem empurrar na direção correta.

A ética é qual uma luz gloriosa brilhando na escuridão da ignorância.

Exige esforços e humildade, a fim de ser verdadeira, e não a sombra do orgulho mal oculto na astúcia ou nos labirintos do ego.

Essa conquista não para quando aparentemente lograda porque sempre se pode aprimorar o comportamento social e moral, baseando-se nas próprias Leis da Natureza.

O ser humano tem-nas como exemplo de ordem e de grandeza transcendente, servindo-lhe de base para a sua própria maneira de encarar a existência e de estar em perfeita sintonia com ela.

Pensa-se, não poucas vezes, num sentido ético, quando sendo uma conduta aprendida mediante teorias repetidas como valiosas para uma boa aceitação na sociedade. Antes trata-se de uma conquista moral pela seleção do que realmente é saudável e faz bem em relação a outras tantas que produzem prazer, mas desconectam o ser do sentido essencial do existir.

O primeiro direito que tem o ser é viver, e bem viver, não apenas viver bem acumulando coisas e situações que são descritas como necessárias para a felicidade.

Vale a pena refletir-se no ditado popular no qual o indivíduo feliz não tinha uma camisa, mas era sobretudo educado.

Eis a chave do princípio ético: educar-se a fim de enfrentar todas as ocorrências com o mesmo estado de ânimo e de prazer.

Quando te vires através dos óculos da autocompaixão ou do vitimismo, liberta-te do pieguismo e amadurece os teus sentimentos, de modo que se transformem num poliedro de aperfeiçoamento.

O bem sempre se adorna de paciência e amor, a fim de que tudo se transforme e possua a transparência de permitir que a luz atravesse os espaços e todo ele se transforme num sol de encantamento.

Não percas a oportunidade de igualar-te a quem te busque nos desvios do sofrimento, retirando as arestas e unindo-te mentalmente ao amor universal que paira em toda parte falando sobre a Glória de Deus.

Quando o Espírito desperta para a luz interior e segue-lhe a trajetória é banhado pelas dúlcidas vibrações da paz.

Somente existe a paz real e o triunfo legítimo quando o ser essencial tenha o mesmo conteúdo do vasilhame que o retém e o esparze.

Um longo período de adaptação e aprimoramento para saber valorizar quais as qualidades legítimas.

O processo de evolução do ser está presente em tudo: da imperfeição à ordem e, do belo ao necessitado de harmonia.

. Essa prerrogativa faz que compreendas que a união do Espírito com a matéria tem um significado mais profundo, além do conceito convencional; é o exato mecanismo para alçar-se da lama grosseira ao sublime instrumento de elevação.

Não te detenhas ante o equívoco e o desalinho e ninguém te sirva de modelo e guia, porque essas esplendorosas qualidades estão apenas em Jesus.

Surgem pessoas portadoras de brilho exterior que despertam interesse e parecem realmente felizes e completas. Exibem alegria e são aparentes exemplos de contentamento e de superioridade ante as vicissitudes do caminho. No entanto, quando urge manter o equilíbrio, demonstrar o valor moral ante os insucessos ou desagrados, desabam no trono da ilusão que erguem a fim de chamar a atenção.

Reserva-te a bênção do equilíbrio em qualquer situação existencial, sabendo que tudo são experiências no sentido do crescimento da vida e superação da ignorância.

Sendo aluno do Universo, sempre estás em aprendizagem e é fascinante poder enfrentar desafios que robustecem a coragem e vitalizam os recursos colocados a serviço do crescimento para Deus.

Os Espíritos nobres, quando reencarnados ou não, fazem-se identificar pela grandeza dos sentimentos e do carinho para com a Humanidade em todos os seus aspectos e quanto menos parecem mais são grandiosos onde se encontram.

São esses que demonstram a grandeza da vitória real, aquela que nunca muda de lugar e nem de características.

Quando pensares em triunfo recorda-te do Homem de Nazaré que, para demonstrar a glória da Imortalidade, não temeu o julgamento arbitrário, a cruz de infâmia e a morte.

No terceiro dia de expectativas, acima das desconfianças e perseguições de todo lado, voltou em triunfo ao nosso convívio para ficar sempre conosco.

Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Pereira Franco, em 4 de novembro de 2020, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

Fonte: G. E. Casa do Caminho de São Vicente

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