TRABALHO EM EQUIPE
– Antônio Carlos Navarro
Por diversas vezes, na experiência da divulgação da Doutrina Espírita, tivemos a oportunidade de verificar a atuação orquestrada dos Benfeitores Espirituais.
Uma palestra montada e estruturada, com seu planejamento de execução, nunca é repetida na sua totalidade nas diversas vezes em que ela é proferida. Permanece a ideia central, mas muitas coisas mudam de um Centro para outro.
Em um determinado Centro, altera-se a abordagem inicial, em outro, detalhes são acrescentados no tema central e alguns são omitidos ou substituídos por outros assuntos relacionados, e, em outro ainda, o fechamento da palestra se modifica, sem esquecer as muitas coincidências entre o tema escolhido e o teor da mensagem distribuída à porta do Centro.
Altera-se o vocabulário, a imposição da voz e a didática também se modifica de acordo com o ambiente do Centro visitado.
Pela nossa percepção, essas variações se dão pelo ambiente espiritual do Centro, que é formado pela atmosfera psíquica resultante dos encarnados e desencarnados presentes.
Os muitos retornos que recebemos de parte do público encarnado nos dizem da coincidência do assunto tratado com as necessidades dos ouvintes, com a particularidade de cada problema ou situação, a ponto de ouvirmos “foi para mim a palestra de hoje”, e é aí que percebemos o planejamento espiritual particular de cada Centro Espírita.
Percebe-se que a equipe espiritual, representando a Providência Divina, sabe muito bem o que o público precisa ouvir, e de que forma, e até mesmo a nível particular.
Tanto isto é verdade, que em várias ocasiões tivemos que substituir a palestra a ser proferida, e muitas vezes em cima da hora, por outra já executada em diversos Centros.
Lembramo-nos de uma oportunidade em que chegando a um Centro Espírita, um sentimento de deslocamento íntimo nos invadiu, instalando-se a dúvida quanto à palestra por nós escolhida, e só no instante da abertura dos trabalhos, durante a prece inicial, é que veio à mente a palestra “certa”.
Tudo isso serve para meditarmos sobre algumas coisas, mas o principal, ao nosso ver, é que devemos, enquanto divulgadores da Doutrina Espírita, e parafraseando Saulo de Tarso às portas de Damasco, perguntar “Senhor, o que queres que eu fale?”, para irmos de encontro com as reais necessidades espirituais do Centro visitado.
Outro aspecto a ser observado é a atenção pessoal dada pelos espíritos trabalhadores aos que buscam nos Centros Espíritas o alívio, uma diretriz, ou um impulso novo. É reconfortante experimentarmos essa assistência, e nos tranquiliza fortalecendo nossa confiança no socorro Divino.
Revela-se, nessas situações, o imenso planejamento espiritual que envolve as atividades Espíritas, e a não menos imensa responsabilidade que nos é atribuída na condição de trabalhadores da última hora.
A seara, que é grande, tem como Dirigente Maior o Senhor Jesus, e a oportunidade do trabalho junto aos encarnados, que completa o planejamento espiritual que visa o socorro e o progresso de todos, torna-se bênçãos dos céus para aquele que se encontra na condição de devedor perante as Leis de Deus se redimir.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
Fonte: Kardec Rio Preto