“Todos sereis médiuns”

“Todos sereis médiuns”

Aceitação da imortalidade alterará todo panorama social do planeta

Orson Peter Carrara

Ver a imagem de origem

A afirmação que intitula esta matéria é do Espírito São Luís, um dos espíritos responsáveis pela Codificação Espírita. Ela está em texto que parcialmente reproduzimos abaixo. O Espírito chega a afirmar, na mesma mensagem, que “feliz da sociedade que o puser em prática!…”, referindo-se ao Espiritismo. Realmente, grande verdade!

O Espiritismo é mesmo uma doutrina-luz, pelo esclarecimento racional que traz e pelos convites de aperfeiçoamento moral que apresenta. Destruindo o materialismo, que aliás nenhuma base mais encontra em nossos dias, ele promove a felicidade do ser que se autocompreende nas lutas e desafios que enfrenta e nos objetivos da existência.

Deixo aos leitores dois trechos da Revista Espírita, a tradicional publicação fundada por Allan Kardec, em 1858:

a) “(…) Sendo o Espiritismo a prova palpável e evidente da existência, da individualidade e da imortalidade da alma, é a destruição do materialismo, essa negação de toda religião, essa chaga de toda sociedade. O número de materialistas que ele trouxe a idéias mais sãs é considerável e aumenta todos os dias. Só isso representa um benefício social. (…) se agora considerarmos a moral ensinada pelos Espíritos superiores, vemos que é toda evangélica; basta dizer que prega a caridade cristã em toda a sua sublimidade. (…) Reconduzindo os homens aos sentimentos de seus deveres recíprocos, o Espiritismo neutraliza o efeito das doutrinas subversivas da ordem social. (…)” (janeiro de 1859).

b) “O Espiritismo é a ciência e toda a luz. Feliz da sociedade que o puser em prática! (…) Chegando a esta crença todos sereis médiuns; desaparecerão todos os vícios que degradam a vossa sociedade; tudo se tornará luz e verdade; o egoísmo, esse verme roedor e retardatário do progresso, que abafa todo sentimento fraterno, não terá mais domínio sobre vossas almas; vossas ações não mais terão por móvel a cupidez e a luxúria; amareis vossa mulher porque ela terá uma alma boa e vos quererá, porque verá em vós o homem escolhido por Deus para proteger a sua fraqueza e porque ambos vos auxiliareis a suportar as provas terrenas e sereis os instrumentos votados à propagação de seres destinados a melhorar-se, a progredir, a fim de chegarem a mundos melhores, onde podereis, por um trabalho ainda mais inteligente, atingir o nosso supremo benfeitor. Ide, Espíritas! Perseverai; fazei o bem pelo bem; desprezai suavemente os gracejadores; lembrai-vos que tudo é harmonia na natureza, que a harmonia está nos mundos superiores e que, mau grado certos Espíritos fortes, terei também a vossa harmonia relativa.” (agosto de 1860).

É interessante a afirmação de que “todos sereis médiuns”. Claro, interessados no progresso, no bem próprio e do próximo, a criatura humana estará fatalmente sintonizada com os poderes maiores da vida, ensejando-lhe encontrar em cada situação e circunstância de sua existência uma sempre renovada oportunidade de fazer o bem. Buscando a fraternidade e o dever de trabalhar pelo progresso humano, se tornará médium do amor. Será decisivo instrumento para a renovação social. É a identificação com os objetivos da vida humana, por isso, “sereis médiuns”.

Nestes momentos difíceis da humanidade, no aparente caos social, de quanta inspiração e boa vontade não precisamos todos para alterar o quadro que aí está a nos desafiar. E não é exatamente o materialismo o causador de tudo isto?

O Espiritismo explica exatamente a inutilidade desta teoria e apresenta, em oposição, os mecanismos sadios do espiritualismo, agora ampliados sob a visão da imortalidade e da reencarnação. É todo um universo que se abre, onde o intercâmbio entre os chamados vivos e os chamados mortos escancara as perspectivas de progresso e felicidade.

E agora que vivemos o ano do sesquicentenário do Espiritismo (1857-2007), a oportunidade de estudar, refletir e viver tudo isso surge renovada. Não há melhor maneira de homenagear os 150 anos de O Livro dos Espíritos (18 de abril) do que estudá-lo e amplamente divulgá-lo, para vivermos todos seus princípios enobrecedores.

Sintonia com o bem, confiança em Deus e trabalho contínuo pelo progresso intelecto-moral humano constituem verdadeira receita para viver o Espiritismo!

Orson Peter Carrara

Fonte: Nova Era

Esta entrada foi publicada em A Família, Artigos, Ciência, Espiritismo, Sociedade, Transição. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário