Sexo e Reencarnação

Sexo e Reencarnação

Divaldo Pereira Franco

SEXO E REENCARNAÇÃO

No início da década de 1960, eu iniciei minhas experiências de desdobramento consciente, nas quais Joanna de Angelis me conduzia em verdadeiras viagens pela dimensão espiritual. Naquela época, a mentora espiritual me ensinava a sair do corpo. Eu era jovem e impulsivo, o que fazia com que ela tivesse dificuldades, pois eu não conseguia neutralizar os pensamentos, fazer uma espécie de vazio na tela mental para permitir o desprendimento parcial da matéria.

Joanna de Ângelis convidou-me certa vez para testemunhar uma reencarnação. Um casal amigo e jovem, embora já possuísse dois filhos, frequentava nossa Casa espírita. E a genitora da cara confreira era um dos braços direitos da nossa instituição, pois eu trabalhava o dia todo e não podia estar à frente dos nossos serviços em tempo integral.

Em uma madrugada, Joanna desdobrou-me do corpo físico e levou-me à casa dos meus amigos. Naquele tempo era muito comum na disposição arquitetônica dos lares um tipo de sala de visitas, que precedia os outros cômodos da casa. Quando chegamos naquela sala, ao lado do quarto do casal estavam presentes vários Espíritos nobres. E ao lado de um deles havia uma linda jovem, loura e de olhos azuis, que aparentava entre vinte e vinte e cinco anos de idade. Havia um grande esplendor na sua face!

Joanna, olhando docemente, esclareceu-me:

— Nós iremos reencarná-la. Ela será a continuadora do trabalho da mãezinha que, por sua vez, será a continuadora do trabalho da avó. Trata-se de um Espírito com elevados títulos morais, que se dedicará a uma bela missão. Será uma missão anônima, mas muito nobre e muito perigosa porque lhe exigirá um esforço imenso para não falir, para não se deixar levar pelos convites da ilusão.. Necessitamos de genitores que possuam material genético adequado, com os genes e cromossomos próprios para essa reencarnação. Por isso, escolhemos este casal.

Eu exultei! Era uma notícia fascinante saber que os meus amigos foram escolhidos para uma tarefa tão nobre.

Ao observar melhor o ambiente eu notei que um Espírito estava à porta do quarto do casal. Quando me aproximei, ele esclareceu-me:

— Estamos aguardando que eles entrem em relax, pois neste exato momento estão no clímax da relação sexual. E no instante da relação íntima os bons Espíritos não entram no recinto, para deixarem em plena santificação as pessoas que estão vivenciando o amor santificado. É uma entrega para a qual não deve haver testemunhas encarnadas ou desencarnadas.

Notemos a beleza desse conceito! Os guias aguardando aquela união sexual enriquecedora para darem prosseguimento a um grande projeto. Seriam três gerações dedicadas ao trabalho espírita.

A proteção espiritual estava ali para impedir que Espíritos vulgares penetrassem no ambiente e pudessem gerar transtornos à intimidade do par. Agora imaginemos a relação sexual praticada em um bordel. Os obsessores testemunham tudo. Zombam, levam ao ridículo e participam do ato sexual, porque o que prevalece é a intenção dos que estão naquele ambiente. Enquanto aguardávamos eu fiquei conversando com a entidade que iria renascer.

Aproximadamente vinte minutos depois, Joanna falou-me:

— Agora que eles estão repousando, entraremos.

Ao entrarmos no recinto eu vi uma cena belíssima de ternura! Ambos permaneciam carinhosamente abraçados. O marido estava com o braço sobre o travesseiro e a esposa repousava em seu ombro, aconchegada. E ambos encostavam suavemente a cabeça um no outro. Era uma linda expressão de gratidão que ambos se dirigiam reciprocamente.

Em seguida, os mentores espirituais acoplaram na área genital da minha amiga um tipo de aparelho de imagem utilizado para observar o organismo humano. Eu podia ver o interior do corpo dela, particularmente a tuba uterina. Aliás, na época, eu não sabia o que era essa estrutura do sistema reprodutor feminino, mas Joanna me explicou.

Vi a massa de espermatozoides movimentando a cauda e deslocando-se na tuba uterina, ao mesmo tempo em que percebi o óvulo numa postura especial. Era muito curioso notar que o óvulo brilhava. Logo depois Joanna trouxe um especialista em embriogenia para fazer os procedimentos necessários. A nobre entidade conduziu o Espírito reencarnante para perto do organismo materno e aplicou-lhe passes, fazendo com que a jovem alterasse a sua aparência perispiritual. Ela assumiu características infantis, até os cinco anos de idade, aproximadamente. Observei que, da cabecinha da criança-Espírito começou a sair uma luz semelhante ao laser, que bailava no ar. O feixe luminoso penetrou aquela massa de gametas e se conectou a um espermatozoide, que adquiriu luminosidade especial e avançou, tomando a frente dos demais. Dessa forma, o centro coronário do Espírito foi magneticamente acoplado a um espermatozoide com a mesma densidade vibratória do reencarnante, a fim de gerar um corpo compatível com as suas necessidades evolutivas.

Ficamos ali por alguns minutos até a hora em que o espermatozoide entrou na coroa do óvulo e o fecundou. O óvulo era agora um ovo ou zigoto. E eu vi o Espírito sorrir, imantado à célula que daria origem ao seu novo corpo. Joanna esclareceu-me:

— Agora o zigoto vai subir na direção do útero, dando início ao fenômeno da multiplicação celular. Em breve, na câmara sagrada do útero, esta etapa da reencarnação será completada, ficando os detalhes finais para o futuro. Como o processo reencarnatório começa no momento da fecundação, a partir de agora qualquer interferência impeditiva caracterizará um aborto. E aonde for a gestante o ser espiritual estará ligado a ela. Como se trata de um Espírito lúcido, ele não ficará obrigatoriamente ao lado da genitora. Ela poderá ir a qualquer lugar que o vínculo perispiritual elastece-se sem romper-se (10).

No dia seguinte eu contei o ocorrido à minha amiga, sem mencionar os detalhes:

— Você está grávida! Você vai ser mãe de uma menina linda!

— Mas, meu Deus! Eu ainda nem descansei da última gestação!

— Deveria ter descansado antes. Porque agora é tarde… — acrescentei, em tom de descontração.

Passou-se um largo período… Em determinada noite Joanna informou-me:

— Vá tomar café com os nossos amigos, fulano e beltrana, porque o parto será hoje.

Naquele tempo havia uma parteira profissional que acompanhava a gestante. Somente quando o parto se complicava é que a parturiente era levada ao atendimento médico especializado. Algumas pessoas mais ricas preferiam ter seus filhos na maternidade, o que não era o caso dos meus amigos.

Eles sempre me recebiam em seu lar, pois frequentemente eu era convidado para um lanche naquela residência. Por isso, eu fui visitá-los depois das atividades espíritas daquela noite. O meu amigo e eu estávamos fazendo uma breve refeição na sala de jantar, enquanto a gestante repousava em seu quarto.

De repente, eu detectei a presença do Espírito reencarnante, imantado ao seu corpo físico pelo centro coronário. Eu pude vê-lo sendo sugado na direção do organismo materno de uma forma bem peculiar. A criancinha olhou para mim, acenou como quem se despede e me disse:

— Divaldo, eu já vou!

Então, eu falei ao marido:

— Corra que a criança está nascendo!

— Mas Divaldo…

— Corra!

Ele saiu apressado pelo corredor da casa e quando chegou ao quarto, a esposa estava com contrações intensas e inesperadas. Até aquele instante ela experimentava apenas contrações muito suaves. Mas com esta contração súbita o próprio pai precisou segurar a criança, que acabou nascendo. E eu pensei comigo mesmo: “Oh, apressadinha!”. Em seguida, eu saí às pressas para chamar a parteira, que morava em uma casa próxima e pôde terminar o trabalho de parto.

Devemos lembrar-nos de que o ser que vai reencarnar não se conecta definitivamente ao corpo de forma imediata. O organismo físico é como uma esponja que vai absorvendo lentamente o Espírito até os sete ou oito anos de idade, quando o Espírito perde a consciência da realidade espiritual e se apropria completamente do corpo (11).

Quando olhei o rostinho da menina constatei que ela possuía exatamente os traços fisionômicos que eu havia visto em minha projeção fora do corpo.

Hoje ela está com idade madura e já é avó. Casou-se aos vinte anos e uma de suas filhas casou-se aos dezoito, dando-lhe um neto.

Como Joanna me havia dito que a sua seria uma tarefa de rara beleza, eu fiquei na expectativa para testemunhar o desdobramento das suas atividades.

Esse Espírito tornou-se uma trabalhadora dedicadíssima do bem, uma espírita verdadeiramente cristã. Não é célebre. Ninguém a conhece. E portadora de uma mediunidade rutilante e anônima, tornando-se instrumento para o fenômeno da psicofonia acompanhada de xenoglossia. Sua psicografia inconsciente é luminosa e seus dons de cura espiritual têm auxiliado muitas pessoas em sofrimento.

Há muitas décadas, visitamos o hospital de hansenianos de Águas Claras, em Salvador. Quando a jovem médium completou quinze anos de idade ela começou a nos acompanhar. E, às vezes, quando a doença faz com que se abram feridas purulentas no corpo de um paciente, dolorosas e difíceis de tratar, ela distende as mãos, eleva-se em oração e se transfigura para atender ao semelhante. Eu vejo que de suas mãos se desprendem chispas luminosas que se derramam sobre a região lesionada. E os pacientes dizem: “Ah! Que alívio! Parece um ar refrigerado”.

Esse alívio que os pacientes descrevem é mesmo peculiar. Um dia, uma senhora que é um pouco aturdida mentalmente estava recebendo um passe da médium dedicada. No auge da transmissão de energias revigorantes a paciente comentou: “Quem está colocando pomada de mentol nas minhas feridas?”. A trabalhadora do bem se especializou no tratamento de hansenianos, pacientes com câncer e pacientes soropositivos para o HIV, que desenvolvem feridas provocadas pelas infecções oportunistas.

Portanto, eu tive a alta felicidade de acompanhar ao vivo, sem testemunhar o momento do clímax, uma união sexual sublime! O casal teve nove filhos e envelheceu vivendo a mais profunda ternura. Ele já desencarnou e ela continua viúva, a serviço do bem. E isso graças ao amor!

* * *

Entretanto, os Espíritos em degraus muito primários da evolução e aqueles que transitam por um estado evolutivo mediano reencarnam por um processo mais genérico e menos dotado de particularidades, no qual a interferência consciente do reencarnante na sua programação reencarnatória é muito pequena ou mesmo nula, ficando sob a responsabilidade dos seus Espíritos tutelares ou sob o efeito das leis do automatismo. Essas leis fazem com que sejamos atraídos automaticamente para uma forma física que dispõe de heranças genéticas compatíveis com a nossa frequência vibratória.. O psiquismo espiritual entra em sintonia com esses genes porque eles trazem as características biológicas adequadas à tarefa evolutiva que iremos desempenhar na encarnação que está sendo projetada. O automatismo no processo reencarnatório acontece, por exemplo, com Espíritos obsessores (12).

Entre os anos de 1962 e 1965, eu estava psicografando o livro Dimensões da Verdade, de autoria do Espírito Joanna de Angelis. A obra contém um capítulo muito intrigante, no qual Joanna esclarece que certas entidades de baixo calibre moral são programadas para renascerem em determinados meios sociais no intuito de criarem embaraços à marcha da evolução social. Nessas ocasiões, técnicos em reencarnação que se encontram comprometidos com objetivos perversos (Espíritos muito intelectualizados, porém de nível moral inferior) enviam à Terra os seus comparsas para provocarem interferências no progresso da humanidade, tentando impor obstáculos a inúmeros movimentos de elevação espiritual. Por meio de suas ideias torpes e de seu comportamento beligerante, esses comparsas retornam à dimensão física e intoxicam ambientes destinados a edificar a fraternidade e o bem.

Imaginemos uma doutrina que surge no cenário do mundo e que se transforma em uma contribuição enriquecedora para a coletividade. Espíritos atormentados e atormentadores reencarnam no seio dos trabalhadores dessa doutrina para torpedeá-la, criando controvérsias e dificuldades, uma vez que se dedicam a difundir falsos conceitos e a gerar dissensões entre os seus partidários.

É fácil concluir que a Doutrina Espírita não está imune a essas investidas do mundo espiritual inferior. Pessoas há, nas fileiras do movimento espírita, que se detêm em determinados ângulos do conhecimento e da prática espírita e assumem a condição de donos da verdade. Um indivíduo que elege tal postura costuma afirmar que sabe tudo sobre o Espiritismo e que nenhum outro estudioso ou praticante possui o respeito e o mérito que ele mesmo se atribui, passando a admitir que o seu papel é vigiar os outros para constatar se todos estão defendendo a verdade, conforme o seu ponto de vista.

Essas pessoas podem ser excelentes intelectuais, mas nunca se dispuseram a descer do trono da sua vacuidade para serem simples e humanas, distendendo a mão aos companheiros de jornada evolutiva e participando de atividades doutrinárias como mais um integrante, que pretende apenas colaborar sem sobrepor-se a ninguém.

Na época em que Joanna escreveu o livro e registrou o fato de que entidades perversas poderiam assumir a condição de técnicos em reencarnação, eu confesso que fiquei com dificuldade para assimilar a informação, pois se trata de um fenômeno inusitado. Resolvi deixar que o tempo me auxiliasse a digerir o assunto com tranquilidade.

Muitos anos depois eu conheci um senhor no Movimento Espírita e me surpreendi com a forma singular como ele interpretava os conceitos lógicos do Espiritismo. Ele distorcia os princípios espíritas e apresentava ideias exóticas para demonstrar seu presumido saber, além de estar psicologicamente armado contra tudo e contra todos. Minha surpresa foi tanta que eu resolvi dialogar brevemente com ele para tentar entendê-lo:

— O senhor é mesmo espírita? — perguntei-lhe —. Já teve a oportunidade de ler, por exemplo, O Evangelho Segundo o Espiritismo?

— Não me venha com essa tolice de Evangelho! — respondeu o confuso senhor —. Allan Kardec escreveu esse livro para agradar a Igreja!

— Mas o senhor leu O Livro dos Espíritos?

— Ah, sim! Esse é um livro fundamental.

— O senhor está esquecendo o fato de que Jesus está nessa obra. Além de afirmar que Ele é o nosso guia e modelo, O Livro dos Espíritos, em sua terceira parte, aborda as Leis Morais. E foi exatamente dessa parte que surgiu posteriormente O Evangelho Segundo o Espiritismo.

Ele me olhou com ar de escárnio e desconforto emocional. Foi um olhar tão frio e cruel que me desmontou o ânimo e me causou uma desagradável sensação. Nesse instante, Joanna de Angelis aproximou-se informou-me:

– Este senhor é um daqueles indivíduos que foram programados para criar obstáculos ao bem. Ele foi trazido à reencarnação pelos menores da perversidade no mundo espiritual, junto aos quais assumiu o compromisso de provocar embaraços no movimento de divulgação do espiritismo.

Tempos depois, em uma reunião mediúnica da nossa instituição, Joanna trouxe um desses técnicos em reencarnação para comunicar-se conosco. O companheiro designado para dialogar com ele ficou em uma situação complexa e difícil de administrar, já que o comunicante se acreditava dotado de um conhecimento científico superior e praticamente não deixava o seu interlocutor expressar-se. Afinal, ele se julgava m técnico de grande saber… Na verdade, o Espírito exibia uma argumentação muito volumosa, mas de conteúdo vazio e rudimentar, como é característico em Espíritos pseudo-sábios. Quando ele se afastou do médium, Joanna comentou comigo:

— Ele tem a pretensão de ser um programador de reencarnações, quando na verdade, na condição de técnico, é apenas um executor, não conseguindo aquilatar o Planejamento Divino que se sobrepõe aos seus atos. A atividade nefasta que ele julga realizar com autonomia é simplesmente um efeito da vontade do Criador. Mesmo que uma reencarnação tenha sido efetuada por um técnico perverso, os seres que renascem sob o efeito da sua intervenção terão uma nova oportunidade de aprendizado, enquanto as criaturas humanas que estarão no caminho necessitam experimentar os obstáculos produzidos pelo mentor do mal e por seus colaboradores. A infinita Misericórdia permite a ação do Espírito em face das necessidades evolutivas da humanidade.

Ao término da explicação de Joanna eu compreendi o porquê da postura pretensamente superior daquela entidade. Não seja de admirar que esses seres perversos que habitam regiões inferiores julguem-se possuidores de uma grande força psíquica e de uma habilidade incomum para agirem conforme desejam. São Espíritos que, ao longo dos séculos, a mitologia dos povos denominou demônios, advindos de regiões do Além-túmulo que a mesma mitologia designou como inferno ou equivalente. De fato, eles possuem relativa força e habilidade na busca de seus objetivos insanos. Mas somente contam com esse instrumental porque isso lhes é concedido temporariamente para que se tornem agentes do Poder Soberano. Durante algum tempo eles serão os braços da Lei maior, até quando interessar a Deus esse processo, porque em breve os técnicos do mal serão também levados à reencarnação, que normalmente ocorre por um fenômeno compulsório (13).

Não há privilégios para a reencarnação. Não obstante, como dissemos antes, aqueles Espíritos nobres, verdadeiros missionários do bem, recebem da Divindade uma maior liberdade para escolherem vários aspectos da sua futura existência física. Uma das prerrogativas desses Espíritos é a permissão para programarem o mapa genético que atenderá às suas necessidades de realização na Terra, bem como a escolha da família que os receberá (14).

Quando falamos sobre o amor sublime, queremos lembrar que o afeto que possui uma dose mais acentuada de busca sexual também é perfeitamente compreensível. É possível amar-se sexualmente a outrem. Talvez não existam outros lances transcendentais, mas existirão o companheirismo e o carinho, porque o indivíduo pode ainda estar numa fase primária, em que o amor caminha ao lado das sensações. É muito nobre, desde que respeite o seu parceiro, pois o que foge da linha do equilíbrio é a ausência de consideração no relacionamento.

Os Espíritos amigos nos ensinam que o retorno de uma individualidade à vida corporal pode acontecer por diversos métodos. O mecanismo de imantação do Espírito à matéria será o mesmo. Desde que haja condições que propiciem a reencarnação ela poderá iniciar-se na tuba uterina ou fora dela, como é o caso da fecundação in vitro. O método para que o reencarnante se materialize na dimensão física é indiferente, desde que ele consiga produzir o acoplamento do seu períspirito ao zigoto, à célula primordial que vai desdobrar a realidade do futuro corpo. A explicação é válida, inclusive para a hipótese de uma clonagem…

Os instrutores espirituais acreditam que no futuro, provavelmente, um futuro não muito próximo, o avanço da Ciência tornará perfeitamente normal o processo de clonagem humana. E importante esclarecer que se trata da clonagem do corpo físico, porque as características psicológicas inerentes ao ser que manipulará o corpo jamais serão clonadas. A personalidade, a inteligência, as emoções, o livre-arbítrio serão sempre de responsabilidade do Espírito reencarnante, o que nos autoriza a concluir que o processo de clonagem estará restrito às características biológicasgerais que definem o ser humano (15).

Vale ressaltar que, para os Espíritos, futuro próximo pode significar cem, duzentos ou trezentos anos…

Os mentores espirituais ainda afirmam que a Ciência desenvolverá uma espécie de útero artificial que poupará à mulher os testemunhos dolorosos da gestação, já que esses equipamentos permitirão o desenvolvimento embrionário e fetal extracorpóreo.

A fertilização assistida é uma das maiores bênçãos, nessa área, que a Ciência obteve para proporcionar a felicidade à criatura humana!

Imaginemos uma pessoa que, por motivos cármicos, vem à Terra impossibilitada de ter filhos, mas que daria a vida pela honra de ser mãe. Se ela dispuser de um meio artificial que lhe proporcione esta bênção, quantas outras dádivas ela não poderá distribuir por causa da alegria que recebe? Enquanto que na frustração, quanta ira, quantos conflitos psicológicos e quantas mágoas teria se não pudesse fruir a felicidade de um filho nos braços?

A Psicologia recomenda que os pais devem manifestar um intenso carinho durante a gestação da criança, envolvendo o feto em uma atmosfera de receptividade e de amor. Numa visão espiritual concluímos que o reencarnante assimila as vibrações psíquicas emitidas pelos seus genitores, o que justifica ainda mais a participação deles para que o seu filho experimente uma reencarnação saudável. Por isso, com o surgimento desses úteros artificiais, mais facilidade ainda terão esses pais para proporcionarem ao filho um ambiente de amorosa expectativa, sobretudo a mãe, pois ela estará liberada da dificuldade de carregar a criança no útero e terá o seu filho praticamente diante de seus olhos, que envolverá com imensa ternura.

* * *

Livro: Sexo e Consciência – capítulo 2

Organizado por Luis Fernando Lopesa partir de palestras de Divaldo P. Franco

Notas:

(10) Pará ampliar a compreensão sobre o fenômeno da gravidez será útil analisar o tema da gestação frustrada e dos “partos” no mundo espiritual. Ver os livros: Painéis da Obsessão, de Divaldo Franco/Manoel P. de Miranda, Ed. LEAL, cap. 15 (Trama do Ódio) E cap. 16 (Causas Ocultas do Infortúnio); Transição Planetária, de Manoel P. Miranda/Divaldo Pratico, Ed. LEAL, cap. 12 (A Vida Responde Conforme Programada). Nota do organizador.

(11) Ver o livro Temas da Vida e da Morte, Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco, Ed. IT.R, cap. “Reminiscências e Conflitos Psicológicos”. Nota do organizador.

(12) Consultar os livros: Temas da Vida e da Morte, cap. “Pensamento e Períspirito”; Trilhas da Libertação, de Manoel P. Miranda/Divaldo Franco, Ed. LEAL, cap. “O Caso Rau-linda” e cap. “Ocorrência Grave”; Entre a Terra e o Céu, de Francisco Cândido Xavier/André Luiz, ed. FF.R, cap. 28 (Retorno) e cap. 33 (Aprendizado). Nota do organizador.

(13) Ver também Trilhas da Libertação, cap. 11 (Reflexões Necessárias). Nota do organizador.

(14) Consultar os livros: Missionários da Luz, de Francisco Cândido Xavier/André Luiz, d. FEB, cap. 12 (Preparação de Experiências); Entre os Dois Mundos, de Manoel P. de Miranda/Divaldo Franco, Ed. LEAL, cap. 19 (Compromissos de Libertação). Nota do organizador.

(15) Sobre o acoplamento do Espírito à matéria, a fecundação in vitro e a clonagem humana, ver os livros: Atualidade do Pensamento Espírita, de Vianna de Carvalho/Divaldo Franco, Ed. LEAL, cap. 2 (Ciências Médicas e Biológicas à Luz do Espiritismo), itens “Engenharia Genética e Genética” e “Embtiologia”; Dias Gloriosos, cap. 9 (Engenharia Genética) e cap. 19 (Clonagem Humana); Transição Planetária, cap. 16 (Programações Reencarnacionistas) e cap. 18 (Reflexões e Diálogos Profundos). Nota do organizador.

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