Ser de direita, de esquerda ou ter bom senso?

Ser de direita, de esquerda ou ter bom senso?

Fátima Moura

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Espírita pode se manifestar politicamente? É o questionamento que tenho ouvido com mais frequência nos últimos tempos, nas ruas, na escola, no transporte público, dentro das próprias casas espíritas.

Quando questionada a respeito, costumo responder que, antes de sermos espíritas, somos cidadãos pensantes, atuantes, participativos, seres políticos por natureza. Agora, em minha opinião, o que não podemos, nem devemos fazer, é vivenciar a política aliada à religião com o intuito de manipulação das massas, porque, neste caso, o resultado seria desastroso.

Em nosso país, nos tempos atuais, os conceitos de “direita” e “esquerda” estão identificados com pessoas e causas que nada têm a ver com os ideais da direita e da esquerda, historicamente falando.

Em ambos os lados, pessoas bem intencionadas defendem suas ideias, e é totalmente possível que possam lutar por suas ideologias e se respeitarem entre si; mas há algo que precisa vir antes de qualquer posicionamento, algo que se chama bom senso. Uma pessoa que acredita no bem, jamais apoiaria o mal e vice versa. Dentro desses preceitos, idealísticos, morais, doutrinários, fica fácil definir de que lado estamos e quais são as nossas verdadeiras ideias sobre o atual cenário político brasileiro e as questões democráticas sobre as quais venhamos precisar responder e/ou participar.

Reconhecemos que temos direitos, deveres cívicos mas tudo aquilo que viermos a alcançar enquanto patriotas, será por merecimento espiritual, não através de privilégios, porque, para nós, que estudamos a Doutrina Espírita, é notório perceber que a vida do homem em sociedade está totalmente ligada a princípios morais e educativos.

O filósofo grego Aristóteles escreveu: o homem é um “animal político” e deve usar sua capacidade de ação para agir orientado por uma moral, de modo que suas ações e juízos resultam ora em vício, ora em virtude.

Esta é a base da própria Doutrina Espírita e, ao estudá-la, somos chamados a empreender a nossa autoeducação, educação essa que se firma em um conteúdo extremamente político, pois muda nossa forma de ver o mundo e de nos relacionarmos dentro dele.

O Espiritismo nos ajuda a enxergar a política com outros olhos, já que, trabalhando a moralidade e a negação dos vícios, nos permite almejar e aguardar de nossos governantes, melhores condições de vida em grupo, onde, apoiados nessa igualdade social, tenhamos a base para administrar a sociedade de forma mais justa e igualitária.

Doutor Adolfo Bezerra de Menezes, o nosso “Kardec brasileiro”, teria afirmado “[…] a política é a ciência de criar o bem de todos, e nesse princípio nos firmaremos”, honrando com galhardia suas sábias palavras, enquanto exerceu cargos políticos paralelamente à sua vida de médico, de cidadão, de espírita.

Jesus, nosso grande educador e líder, plantou bases sociais e políticas, quando em seu Evangelho conclama a todos a vivenciar seu Reino de Amor, apresentando-nos a mais elevada fórmula de vida político-administrativa da disseminação do bem entre os povos.

Jovem, não importa se você tem afinidade com partidos de direita ou de esquerda, ou nenhum. O que importa é a sua conduta ser boa e você utilizar seus ideais políticos, de ser integral, de cidadão, para promover o bem e a paz entre os homens!

Fátima Moura

Fonte: Correio Espírita

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