PANDEMIA E ENVELHECIMENTO
Divaldo P. Franco
Atingidos os mais altos índices de mortes da segunda onda da pandemia, nestes dias, especialmente resguardados por decretos oportunos das autoridades, a fim de diminuir o contágio nos grupos de pessoas, temos também extraordinárias conquistas da saúde, que nos merecem consideração.
As estatísticas de recuperação no Brasil são auspiciosas, encorajando-nos ao prosseguimento dos cuidados que devemos manter, a fim de diminuirmos o terrível aumento de pacientes, quando o país não mais dispõe de meios para internar todos os contaminados, oferecendo-lhes o tratamento.
A chegada das vacinas que vêm sendo aplicadas também representa uma extraordinária vantagem, considerando-se o pouco tempo de que se dispôs para os testes convenientes e probantes da sua eficiência.
São de estarrecer a quaisquer pessoas de nível médio de equilíbrio mental os embates de interesse da má política ante a ameaça de caos que a enfermidade perversa poderá causar, não apenas no Brasil, mas também em outras nações.
Apesar das intérminas discussões inúteis da aplicação dos recursos oferecidos pelo Governo Federal aos Estados e da maneira imprópria e desonesta como foram alguns aplicados, repetindo-se a tragédia da corrupção, vale manter-se a esperança da diminuição do seu infeliz contágio e preparar-nos psicologicamente, os que sobrevivermos, aplicando as lições que vimos haurindo nestes dias tempestuosos.
Nosso envelhecimento é inevitável e todos amanhã, mais tarde, estaremos com mais idade, e muitos se encontrarão com marcas dolorosas defluentes deste período. Envelhecer é inevitável.
Diversas obras sobre o tema palpitante, já publicadas, objetivam contribuir para esse período existencial com algum conforto e benefícios que podem e devem ser dispensados a todos os anciãos.
O respeitado sacerdote e psicólogo alemão Anselm Grün escreveu um belo livro intitulado A Sublime Arte de Envelhecer, no qual traça diretrizes de aceitação e vivência saudável.
Primeiro é necessário que todos aprendamos a viver integralmente os diversos ciclos existenciais, incluindo, sem dúvida, essa etapa que podemos transformar em maravilhosa.
O outro passo é compreender a necessidade de abandonar os apegos e desejos de reviver a infância e a juventude, ficando livres para a fase da perda de forças, de vitalidade, de encantamento, mas não de felicidade.
Mediante a aprendizagem da sobrevivência da pandemia, que saibamos ser mais irmãos uns dos outros e cuidemos dos nossos idosos, porque também, não morrendo antes, chegaremos lá.
O importante é aprender a relatividade de tudo quanto é material, transitório, pertinente à existência física.
Nesse sentido, descobrir-se como Espírito imortal, cuja função é o aprimoramento do ser eterno…
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no Jornal A Tarde, coluna Opinião, de 04/03/2021