O Sono e os Sonhos

E PRECISO SABER DORMIR

Postado por Antônio Carlos Navarro 

 “– Não, o Espírito nunca fica inativo. Durante o sono, os laços que o prendem ao corpo se relaxam e, como o corpo não precisa do Espírito, ele percorre o espaço e entra em relação mais direta com outros Espíritos.” (1)

Esta resposta, dada pelos Espíritos responsáveis pela implantação do Consolador Prometido por Nosso Senhor Jesus Cristo (2) na Terra, merece reflexão aprofundada.

O corpo físico é instrumento do espírito para que este, através da vida de relação, possa cumprir com seu programa reencarnatório, e tem, necessariamente, que se colocar em repouso para recuperar-se dos desgastes provocados pelo estado de vigília.

Dessa forma, ao dormir, o espírito não tem necessidade de permanecer junto ao corpo que descansa, embora essa seja uma ocorrência muito comum entre nós, por conta do condicionamento psicológico e da pouca consciência das possibilidades do espírito e da existência do mundo espiritual.

Vale também, para esse caso, o esclarecimento do Senhor Jesus:

“Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.” (3)

Como o céu não tem uma localização geográfica física, devemos entendê-lo como mundo espiritual, e portanto, segundo Jesus, os valores, viciações e paixões, físicas e morais que o espírito tem em si na vida corporal, também as terá no mundo espiritual quando desdobrado do corpo físico, seja enquanto o corpo dorme, ou quando em estado de desencarnado após o falecimento deste.

Os Espíritos Superiores nos dão vários esclarecimentos a respeito do estado de desprendimento do espírito quando do sono do corpo(4):

“Quando o corpo repousa, o Espírito tem mais condições de exercer seus dons, faculdades do que em vigília; tem a lembrança do passado e algumas vezes a previsão do futuro; adquire mais poder e pode entrar em comunicação com outros Espíritos, neste mundo ou em outro.”

“Durante o sono, reúnem-se à sociedade de outros seres superiores e com eles viajam, conversam e se instruem;trabalham até mesmo em obras que depois encontram prontas, quando, pelo desencarne, retornam ao mundo espiritual.”

“Isso deve vos ensinar uma vez mais a não temer a morte, uma vez que morreis todos os dias”

“…mas para o grande número de homens que, ao desencarnar, devem permanecer longas horas nessa perturbação, nessa incerteza da qual já vos falaram, esses vão, enquanto dormem, a mundos inferiores à Terra, onde antigas afeições os evocam, ou vão procurar prazeres talvez ainda mais baixos que os que têm aí; vão se envolver com doutrinas ainda mais desprezíveis, ordinárias e nocivas que as que professam em vosso meio.”

Há, na Doutrina Espírita, todos os esclarecimentos necessários à nossa conscientização a respeito da nossa natureza espiritual. Basta um pouco mais de boa vontade no sentido de nos instruirmos, para que consigamos tirar proveito maior não só do estado de vigília, mas também enquanto o corpo físico dorme.

Dessa forma, não só “é preciso saber viver”, como diz a letra de música muito conhecida, como também “é preciso saber dormir”.

Se quisermos boas companhias espirituais, e com eles visitar lugares e pessoas que nos são caros, estudar e trabalhar em benefício do nosso progresso espiritual, será preciso preparo constante através do bom comportamento moral e emocional durante o período de vigília, e principalmente o exercício da oração sincera antes de dormirmos, com a necessária solicitação ao Espírito Protetor para que ele nos conduza segundo nossos reais interesses na vida.

Por último, para os que carregamos muito de misticismo e imaginação em relação aos sonhos, convém prestarmos atenção a seguinte questão proposta por Allan Kardec aos Espíritos Superiores:

O que pensar da significação atribuída aos sonhos?

– Os sonhos não têm o significado que certos adivinhos lhes atribuem. É um absurdo acreditar que sonhar com isso significa aquilo…(5)

Pensemos nisso.

Antônio Carlos Navarro

Antônio Carlos Navarro

e-mail: antoniocarlosnavarro@gmail.com

  • Referencias das Obras Básicas do Espiritismo (1, 2, 3, 4, 5)
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