O que é o Espiritismo?
O Espiritismo surgiu na França com Allan Kardec em 1857
Definição
O Espiritismo ou Doutrina Espírita é ao mesmo tempo, ciência de observação e doutrina filosófica. Como ciência consiste na relação entre o mundo corporal e o mundo dos Espíritos; como filosofia, compreende as consequências morais dessa relação.
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Epíritos e de suas relações com o mundo corporal.
Os Princípios Espíritas
Os princípios fundamentais do Espiritismo encontram-se bem definidos no belo discurso proferido por Allan Kardec por ocasião do dia de finados, publicado na Revue Spirite de dezembro de 1868.
- Crer num Deus todo-poderoso, soberanamente justo e bom;
- crer na alma e na sua imortalidade;
- na preexistência da alma como única justificativa da presente existência;
- na pluralidade das existências como meio de expiação, reparação e adiantamento intelectual e moral;
- na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos;
- na felicidade crescente com a perfeição;
- na remuneração equitativa do bem e do mal, segundo o principio: a cada um segundo as suas obras;
- na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para criatura alguma;
- na duração da expiação limitada à da imperfeição;
- no livre-arbítrio do homem, deixando-lhe a escolha entre o bem e o mal;
- crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível;
- na solidariedade que liga todos os entes passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados;
- considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterna;
- aceitar corajosamente as provas, visto ser o futuro mais desejável que o presente;
- praticar a caridade por pensamentos, palavras e obras, na mais ampla acepção do vocábulo;
- esforçar-se cada dia para ser melhor do que na véspera, extirpando da alma alguma imperfeição;
- submeter todas as suas crenças ao controle do livre exame e da razão e nada aceitar por uma fé cega;
- respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam e não violentar a consciência de ninguém;
- ver enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus”.
A Codificação Espírita
Allan Kardec empreendeu o trabalho de pesquisa científica dos fenômenos mediúnicos, analisando cuidadosamente as informações recebidas de ampla diversidade de espíritos e suas consequências filosóficas e morais. Com todo esse trabalho, Kardec compilou vasto conjunto de conhecimentos criando a palavra “Espiritismo” ou “Doutrina Espírita” para designá-lo, constituindo-se na “Codificação Espírita”. Fenômenos chamados de sobrenaturais sempre existiram na Terra permanecendo restritos de forma isolada, sem uma visão global e de continuidade.
Com a codificação espírita retirou-se um véu sobre o conhecimento da vida para humanidade.
Obras da codificação:
O Livro dos Espíritos (18 de abril de 1857)
O Livro dos Médiuns (Janeiro de 1861)
O Evangelho Segundo o Espiritismo (Abril de 1864)
O Céu e o Inferno (Agosto de 1865)
A Gênese (Janeiro de 1868)
Obras complementares:
Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas (1858)
O Espiritismo em sua mais Simples Expressão (1858)
O que é o Espiritismo (1859)
Viagem Espírita em 1862 (1862)
Catálogo Sistemático das Obras para se Fundar uma Biblioteca Espírita (1869)
Revista Espírita (1858-1869)
Após sua morte em 31/03/1869:
Obras Póstumas (1890)
Aspecto religioso do Espiritismo
O Espiritismo não é uma religião formal. O aspecto religioso do Espiritismo refere-se as suas consequências e aplicações morais do Espírito (Homem) no domínio da religião. De acordo com Léon Denis envolve a “concepção geral que, do mais íntimo da vida interior, eleva o pensamento às culminâncias da Criação até Deus e liga todos os seres numa cadeia interminável”.
Espiritismo e Espiritualismo
Na Introdução do Livro dos Espíritos, Kardec nos esclarece o termo “Espiritismo” empregado para designar toda a doutrina ensinada pelos espíritos.
As palavras Espiritualismo e Espiritual relacionam-se em oposição ao Materialismo. Materialista é aquele que crê somente na matéria, e portanto, o ser humano se acaba com a morte. O Espiritualista crê em algo além da matéria, ou seja, o homem sobrevive após a morte corporal de alguma forma, como Espírito, Alma, Ego, etc. Existem diversas filosofias espiritualistas.
O Espiritismo é também oposto ao materialismo, porém se baseia na existência eterna dos Espíritos em longa jornada de evolução espiritual, e ainda nas comunicações existentes entre os planos espiritual (mundo invisível) e corporal (mundo visível). O Espírita ou Espiritista é o adepto do Espiritismo ou Doutrina Espírita.
Assim o Espírita também é um Espiritualista, mas nem todo o Espiritualista é um Espírita.
O que caracteriza o Espírita é o norteamento de sua vida segundo os princípios espíritas acima definidos vivendo transitoriamente em mundos físicos, com finalidades evolutivas, e que o único determinismo é o aperfeiçoamento constante do espírito imortal.
“O verdadeiro Espírita não é aquele que simplesmente crê nas manifestações espíritas, mas aquele que faz bom proveito dos ensinamentos dados pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se de um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo“ (Allan Kardec, O Espiritismo em sua expressão mais simples).
Fonte: geae.net