O que dizem os espíritos sobre a arte?

O que dizem os espíritos sobre a arte?

Gilberto Lepenisck

Quando dizemos que a Arte Espírita... Allan Kardec - Pensador

O Espírito Emmanuel no livro “O Consolador” diz que a arte pura “é a mais elevada contemplação espiritual por parte das criaturas. Ela significa a mais profunda exteriorização do ideal, a divina manifestação desse “mais além” que polariza as esperanças da alma.

O artista verdadeiro é sempre o “médium” das belezas eternas e o seu trabalho em todos os tempos foi tanger as cordas vibráteis do sentimento humano, alçando-o da Terra para o infinito e abrindo em todos os caminhos a ânsia dos corações para Deus nas suas manifestações supremas de beleza, sabedoria, paz e amor.”

Sendo assim, na atualidade, devemos nos preocupar com o consumo de muitos produtos, cujo título sugere um trabalho de arte com temática Espírita.

Nem tudo que reluz é ouro. Conforme orientou Allan Kardec, cabe-nos antes de tudo fazer um estudo cuidadoso, utilizando o método de observação e comparação para, então, admitir como sendo uma verdade. (???)

O critério deve ser meticuloso, isento de corporativismo, porque estamos todos comprometidos com o avanço de uma Doutrina ditada pelos Espíritos Superiores.

Aos artistas cabe usufruir da qualidade do pensamento desses Benfeitores Espirituais e tentar ao menos aproximar-se de suas exortações, sem a pretensão vaidosa de acrescentar algo pessoal.

Devemos sim, divulgar as verdades imperecíveis de Jesus Cristo sem utilizar contornos inúteis, que só depõem contra o ideal espírita.

Temos agora a oportunidade de colaborar na manutenção e na elevação espiritual da humanidade através da arte, e não podemos ficar a mercê de impetuosos tufões que visam tão-somente o atraso da civilização.

Quando o crítico procurou Allan Kardec, na proposta absurda de participar de uma ou duas sessões espíritas, para que ele pudesse tirar suas conclusões sobre o espiritismo, o mestre de Lion, impugnou imediatamente a sua estratégia sombria de malbaratar o tempo preciso. Para Allan Kardec, o Espiritismo era e é coisa séria, uma realidade divina.

Então, por que tanta produção desnecessária em nome do Espiritismo através da arte? Por que tantos querendo produzir pelo simples fato de achar compatível a sua divulgação?

A arte tem a sua peculiaridade e somente espíritos de talento podem alcançar esse “mais além”.

Muitas vezes o materialismo vem encoberto por uma linguagem camuflada, visando apenas remediar um assunto ou estabelecer algo menor em nome da chamada “licença poética”.  Convidando-nos à reflexão, citamos como exemplo, o artigo INFLUÊNCIA PERNICIOSA DAS IDEIAS MATERIALISTAS do Livro “Obras Póstumas”.

“A decadência das artes, neste século, resultou inevitavelmente da concentração dos pensamentos sobre as coisas materiais, o que, a seu turno, é o resultado da ausência de toda crença, de toda fé na espiritualidade do ser”. O século apenas colhe o que semeou. Quem semeia pedras não pode colher frutas. As artes não sairão do torpor em que jazem, senão por meio de uma reação no sentido das ideias espiritualistas.

Portanto, devemos verificar sempre o que vamos consumir, para não nos prestarmos ao serviço de divulgadores imparciais em nome da caridade, sem o mínimo critério de avaliação raciocinada.

Léon Denis nos deixou também muitas informações com respeito à arte. Devemos na medida do possível, nos debruçar sobre seus esclarecimentos orientadores e tirarmos nossas próprias conclusões.

Vejamos o que diz o filósofo do Espiritismo:

“A beleza é um dos atributos divinos. Deus colocou nos seres e nas coisas esse misterioso encanto que nos atrai, nos seduz, nos cativa e enche a alma de admiração.”

A arte é a busca, o estudo, a manifestação dessa beleza eterna, da qual aqui na Terra não percebemos senão um reflexo. Para contemplá-la em todo o seu esplendor, em todo o seu poder, é preciso subir de grau em grau em direção à fonte da qual ela emana, e para a maioria de nós esta é uma tarefa difícil. Podemos, ao menos, conhecê-la através do espetáculo que o universo oferece aos nossos sentidos, e também através das obras que ela inspira aos homens de talento.

O espiritismo vem abrir para a arte novas perspectivas, horizontes sem limites. A comunicação que ele estabelece entre os mundos visível e invisível, as informações fornecidas sobre as condições da vida no Além, a revelação que ele nos traz das leis superiores da harmonia e de beleza que regem o universo, vem oferecer a nossos pensadores, a nossos artistas, inesgotáveis temas de inspiração.

A observação dos fenômenos de aparição proporciona a nossos pintores imagens da vida fluídica, das quais James Tissot já pôde tirar proveito nas ilustrações de sua Vie de Jésus (Vida de Jesus). Oradores, escritores, poetas, encontrarão nesses fenômenos uma fonte fecunda de ideias e de sentimentos. O conhecimento das vidas sucessivas do ser, sua ascensão dolorosa através dos séculos, o ensinamento dos espíritos a respeito dessa grandiosa questão do destino, lançarão em toda a história uma inesperada luz e fornecerão ainda aos romancistas, aos poetas, temas de drama, móbeis de elevação, todo um conjunto de recursos intelectuais que ultrapassarão em riqueza tudo o que o pensamento já pôde conhecer até o momento.

Quando refletimos a respeito de tudo o que o espiritismo traz à humanidade, quando meditamos nos tesouros de consolação e de esperança, na mina inesgotável de arte e de beleza que ele nos vem oferecer, sentimo-nos cheios de piedade pelos homens ignorantes e pérfidos cujas malévolas críticas não têm outra finalidade senão desacreditar, ridicularizar e até mesmo sufocar a ideia nascente cujos benefícios já são tão sensíveis. Evidentemente essa idéia em sua aplicação, necessita de um exame, de um controle rigoroso, mas a beleza que dela se desprende revela-se deslumbrante a todo pesquisador imparcial e a todo observador atento.

A insensibilidade do materialismo havia esterilizado a arte, que se arrastava na estreiteza do realismo sem poder elevar-se ao máximo da beleza ideal. O espiritismo veio dar-lhe novo curso, um impulso mais vivo em direção às alturas, onde ela encontra a fonte fecunda das inspirações e a sublimidade do gênio.

Gilberto Lepenisck

Fonte: Correio Espírita

Esta entrada foi publicada em A Família, Artigos, Ciência, Espiritismo, Sociedade, Transição. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário