O PROBLEMA DA MORTE
Joanna de Ângelis
O homem consciente das realidades da vida considera a desencarnação como irrecusável convite à antecipada preparação da viagem que, inevitavelmente, realizará.
Cuidadosas estatísticas esclarecem que, em cada minuto, na Terra, desencarnam 75 pessoas, num total aproximado de 40 milhões anualmente….
A barreira que oculta o Mundo Espiritual é muito frágil e se rompe incessantemente, soando para cada consciência o instante azado de despertar além-do-corpo.
No entanto, todos quantos seguem envoltos na névoa das ilusões, fugindo deliberadamente ao pensamento em torno da morte, são surpreendidos enquanto nos engodos da fantasia, atravessando o portal do túmulo como sonâmbulos de difícil despertamento, gastando tempo valioso em hibernação, visitados mentalmente pelos fantasmas que criaram para tormento próprio.
Outros, avisados sobre o Além, desperdiçam excelentes ocasiões de crescimento íntimo, agasalhando a dúvida e a insegurança em que se comprazem, dementados e inquietos…
…. E acordam, mais tarde, embaraçados aos fios do pavor, em indescritível estado de perturbação.
* * *
Não te acomodes indiferente à vida, nos rumos por onde gravitam as tuas ambições, levando-te inexoravelmente.
Nunca é tarde para renovar as diretrizes morais que a ti mesmo te impuseste.
Nem é tão cedo, como pensas, para permaneceres morno diante de questão fundamental, que de todos merece o exame e estudo.
Fatores diversos de ontem e de hoje possivelmente perturbaram tua paz, destruíram teus anseios, fizeram-te azedo.
No entanto há Sol, brilhando sem cessar.
Quem se deixa abater já perdeu parte do combate decisivo da vida.
Quem se rende à dor ou à queda está impossibilitado de receber auxílio.
Quem se enche de pessimismo, não permite ocasião para que as gotas da alegria real lhe minorem a mágoa.
As fantasias da infância, as excentricidades da juventude em forma de ambições desmedidas não devem demorar-se pelos dias da maturidade, quando o homem se deve envolver nos tecidos sutis da sensatez.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco
Livro: Dimensões da Verdade – 57