Nosso Ego ferido
Hugo Lapa
O EGO FERIDO
Um homem foi procurar um sábio e perguntou: – Mestre, fui muito ofendido por uma pessoa e estou com ódio de tudo isso. O que você me aconselha?
O sábio disse: venha cá, meu filho, para que possa te orientar. O homem se aproximou e ficou aguardando. O sábio então pressionou forte seu ombro direito. O homem soltou um grito de dor! Havia uma ferida em seu ombro.
O homem perguntou: – Mestre! Você enlouqueceu? Por que pressionou assim a ferida que tenho no meu ombro direito? Doeu bastante… O sábio respondeu: – Doeu muito, não é?
Agora vou tocar no seu ombro esquerdo com a mesma força. Diga-me o que sente… O sábio pressionou o ombro esquerdo do homem. O homem disse: – Agora não sinto nada mestre. – Por que você não sente nada, perguntou o mestre.
– Ora mestre, eu não sinto nada nesse ombro porque aqui não existe uma ferida. Ao contrário do ombro direito, onde existe uma ferida que faz meu ombro ficar sensível a qualquer toque.
O sábio disse: – Exatamente. Só dói onde existe uma ferida, ou seja, onde estamos de algum modo sensíveis diante das ocorrências externas. O mesmo acontece com as ofensas, as agressões verbais, as calúnias, as difamações etc. Uma pessoa te ofende e isso te afeta porque existe uma sensibilidade em você. E essa sensibilidade vem de uma “ferida”, uma fraqueza, uma falta, uma carência etc.
E tudo isso vem do nosso ego, do nosso orgulho, da nossa vaidade. O homem prestava bastante atenção nas palavras do sábio.
Este concluiu: – É necessário então curar essa ferida, resolver essa sensibilidade… e isso se faz deixando de lado o nosso ego. Não havendo mais ego, não há mais como alguém tocar nas nossas feridas, pois o que nos deixa sensíveis a tudo é nosso ego ferido. Quando você resolver isso, todos podem te ofender de diversas formas: você não sentirá nada.
Hugo Lapa
Fonte: Kardec Rio Preto