Wellington Balbo – Bauru – SP
Erasto tem razão, e seu pensamento, embora muitos não saibam, foi trazido ao cotidiano das empresas. É melhor não ter informações do que tê-las imprecisamente, esses pequenos equívocos podem ocasionar grandes estragos, tanto nas empresas, quanto na vida.Imaginemos se na codificação da Doutrina Espírita, Kardec tivesse aceitado sem o rigor científico e o bom senso que lhe era característico todas as informações provindas da espiritualidade? Certamente o espiritismo teria se perdido em um oceano de informações distorcidas, gerando dúvidas, desavenças e equívocos de interpretação por parte dos profitentes da doutrina que se iniciava. O alicerce necessitava ser construído sobre base sólida, sedimentada pela verdade, para não ruir diante das dificuldades naturais advindas do estágio evolutivo em que se encontrava a humanidade.
Por isso, trouxemos aqui algumas reflexões que julgamos importantes, para que a comunicação do espírita com o universo fora do centro espírita seja eficaz, ofertando uma informação com qualidade, a fim de que aqueles que não são espíritas possam compreender com exatidão os postulados de renovação interior que propõe a doutrina codificada por Kardec.
Por isso, importante:
Transmitir uma informação espírita com qualidade.
E informação espírita com qualidade tem dois vértices:
1º Solidez de conhecimentos doutrinários.
Simplicidade ao transmitir esses conhecimentos.
Abordaremos a seguir o primeiro vértice que é:
Solidez de conhecimentos doutrinários:
Em geral, nós brasileiros somos pouco afeitos à leitura, ao estudo, à pesquisa, passamos muito tempo em frente à televisão e distante dos livros, e o espírita não foge à essa regra. (obviamente que há exceções).
Para o conhecimento espírita chegar com qualidade a nosso interlocutor, se faz mister que esteja fincado dentro das obras básicas que compõem a Doutrina Espírita, os cinco livros da codificação Kardequiana mais os volumes da Revista Espírita contém toda a estrutura doutrinária. As obras de André Luiz psicografadas por Chico Xavier também abrem-nos os horizontes em relação à vida espiritual. Existem muitos outros bons livros, todavia, relevante que o espírita se habitue a consultar as obras kardequianas para tirar dúvidas, estudar ou mesmo confirmar informações. Há que se atentar para o sábio conselho do Espírito de Verdade: “Espíritas amai-vos, espíritas instrui-vos”.
Contudo, não basta apenas ler, imperioso ir além, estudar, pesquisar, buscar incessantemente o conhecimento doutrinário através do intercâmbio com o movimento espírita tornarão o espírita apto a passar uma informação com qualidade a quem procura saber mais sobre a doutrina espírita; isso é muito importante para que as pessoas tenham uma idéia real do que é o espiritismo, sem confundir a doutrina codificada por Kardec com outras religiões ou filosofias de vida.
Muitas criaturas têm uma imagem distorcida do que é o espiritismo porque falta a informação espírita transmitida com qualidade. Muitos procuram o Centro Espírita ávidos por milagres, realizações, contato com o além, iludem-se quanto as reais finalidades do espiritismo… Se aquele que recepciona esse recém chegado as fileiras espíritas o fizer de forma distorcida, misturando conceitos, embaralhando teorias e transmitindo a mensagem espírita sem fidelidade, fatalmente a confusão de idéias estará armada, quem recebeu as informações irá assimilá-la de forma equivocada e quem sabe até transmiti-la de maneira errônea. Daí o conselho de Erasto para guardar prudência diante de teorias e supostas revelações. Importante se conscientizar que:
A Doutrina Espírita oferece muito mais que isso, é ela sagrado roteiro de vida, proporciona consolo aos corações cansados pelos embates existenciais, disponibiliza caminhos para que possamos nos libertar de inúmeras amarras físicas e psíquicas, explica de onde viemos, o que fazemos aqui, para onde vamos. O espírita precisa se preparar, estudar as obras básicas, enfim, se espiritizar, para que transmita informações espíritas com qualidade.
O segundo vértice:
2º Simplicidade ao transmitir esses conhecimentos.
A informação com qualidade pode ser transmitida de forma simples, cristalina, objetiva. De nada adianta utilizar termos técnicos que só espíritas calejados compreenderão para quem está chegando a doutrina neste momento. A abordagem referente a comunicação com o
“além”, que motiva muita gente a procurar o espiritismo, deve ser feita com naturalidade e simplicidade, sem sensacionalismos que poderão iludir os recém chegados.
Importante mostrar que o Espiritismo veio para dialogar com o cotidiano, que suas lições são para aplicação constante deve ser um dos objetivos daqueles (as) que se propõem a divulgá-lo.
Daí a necessidade da simplicidade e naturalidade ao se transmitir a mensagem espírita, ela deve ser de fácil compreensão, deve estar aberta tanto à inteligências mais robustas como as mais singelas. Nesse mister destacam-se vários autores da literatura espírita, como o bauruense Richard Simonetti, por exemplo, que traz em suas obras uma linguagem de fácil assimilação, Richard estende o tapete vermelho àqueles (as) que estão chegando ao espiritismo, trocando em miúdos as lições kardequianas e mais importante, atuando com extrema fidelidade doutrinária.
Se nós espíritas estabelecermos como meta transmitir uma informação espírita com qualidade, precavendo-se contra as distorções das idéias kardequianas, estudando, pesquisando, debatendo, certamente estaremos colaborando para que o espiritismo abra a consciência humana quanto aos imperativos da auto educação do homem, que é sem interrogações seu maior objetivo.