Falando de Obsessão

FALANDO DE OBSESSÃO

Postado por Alfredo Zavatte

FALANDO DE OBSESSÃO  (Alfredo Zavatte)

A melhor maneira para que a obsessão não nos faça companhia é nos reformarmos a cada dia.

Constantemente, ouvimos falar sobre a necessidade de mudança interior, para que possamos viver melhor. É consenso entre todas as pessoas, se indagadas: todas desejam felicidade.

E para essa resposta, surge outra pergunta:

– O que estamos fazendo para obter a tão desejada felicidade?

Na maioria das vezes, a resposta é sempre a mesma: nada.

Bem, não há muito a falar para essas pessoas, pois já se sentem constrangidas em nos dar essa resposta. Nota-se aí que há uma proposta para modificação.

Isso é valido para todos os segmentos da sociedade.

Se vamos ao médico e reclamamos do estômago, o médico poderá nos propor  mudanças em nossa alimentação, se reclamamos do fígado ele poderá nos propor a observar a quantidade de bebida que estamos consumindo e assim, sucessivamente.

O mesmo acontece se estamos descontentes com nosso salário. Se não é suficiente para viver, convém nos empenharmos mais para merecermos um salário melhor. Ou, ainda, buscar mais conhecimento, melhorar nosso currículo, buscar uma outra fonte de renda .

Mais uma vez, observamos aí mais uma proposta para modificação.

Que dizer, então, da evolução espiritual, onde mais devemos nos empenhar?

Convidamos você a abrir qualquer página dos Evangelhos. Em todas elas surge a proposta de mudança, a olhos vistos.

Com relação à obsessão não é diferente. A reforma interior é necessária para que possamos viver melhor. E só conseguiremos isso se convencermos o obsessor de que empreendemos esforços para nos modificar, dessa forma, percebendo nosso empenho, nossos atos e pensamentos, não haverá mais motivos para nos assediar.

Um dia, seremos o Homem integral, como nos recomenda Joanna de Ângelis: “aos homens  que experimentam perturbação psicológica, devem procurar terapias de fácil aplicação, fundamentadas em análises do homem à luz do Evangelho, de forma a auxiliá-lo no equilíbrio e no amadurecimento emocional, tendo sempre como ser ideal e modelo, Jesus, o homem integral de todos os tempos” (1)

Muito embora dificuldades aconteçam  para  que tentemos nos igualar a esse Modelo, deveremos iniciar a tarefa sem demora, a fim de conseguirmos subir a patamares mais elevados da Espiritualidade,e alcançarmos objetivos mais nobres.

A necessidade da reforma interior é essencial, seja no meio social, político, econômico, religioso, considerando que ainda estamos longe da magnitude de nosso “modelo sugerido” (2).

“… é, pois, indispensável que o obsediado faça, por sua parte, o que se torne necessário para destruir em si mesmo a causa da atração dos maus Espíritos”.(3)

O mal não é novo. Pelo contrário, está entre os homens desde seu aparecimento na face da terra. E não se resolve de imediato, uma vez que há processos enraizados que se perdem no tempo. A modificação também leva tempo. E é comum, tanto para o obsediado quanto para o obsessor, pois tratam-se de almas em conflito que se debatem há muito tempo num emaranhado de compromissos que se perderam, o que torna mais difícil a assimilação de novos hábitos, mais difícil ainda quando se refere aos sentimentos como  ódio, medo, fobia social, preconceito, desejo de vingança, egoísmo, sentimentos que foram cultivados durante séculos.

A transformação moral é a meta principal de todos os homens, aquela que fala mais de perto e com mais urgência àqueles que são rodeados pelas sombras. É a luz que se acende, que sai debaixo do velador e se coloca em cima dele para cumprir sua função de iluminar.

Assim, rompem-se os primeiros elos que prendem o julgo da escravidão psíquica, que liberta da escravidão inferior, que se despoja das vestes rotas da ignorância, colocando a túnica nupcial para o grande festim das bodas. Desperta-se todas as potências que jaziam dormentes nas profundezas do ego doentio para o vislumbramento de um novo porvir e de novos empreendimentos a caminho do homem integral, assim como as “escamas que caíram dos olhos de Paulo quando de seu encontro com Ananias, escamas estas que lhe toldaram os olhos às portas da entrada de Damasco”.(4)

Esse episódio nos alerta de que todos temos a tendência de impedir a visão das verdades secretas que “nem o doutor da Lei, membro do Sinédrio e Mestre em Israel., Nicodemos, conseguiu entender as coisas do céu”. (5)

O que temos feito para derrubar as escamas de nossas vistas, que são como couraças que nos revestem? De que maneira temos trabalhado para conseguir isso?

Teremos que empreender sacrifícios que nos impeçam de ver “e tendo olhos, não verás e tendo ouvido, não ouvirás” (6).

Só após restituída a visão, nos entregaremos ao labor do bem e da paz.

A Doutrina Espírita nos oferece todos os meios para conseguir. Já não podemos mais protelar o trabalho de nossa transformação íntima.

Hoje, reencontramos as palavras do Mestre, em toda sua pureza e simplicidade, nos ensinos do Consolador e podemos sentir todo o peso de nossa responsabilidade e o quanto permanecemos, até agora, cegos e surdos diante das verdades criticas. Soa o instante decisivo em nossa existência milenar.

Este capítulo não serve só aos obsediados, mas a todos nós, que temos os olhos e os  ouvidos fechados para as coisas do Pai.

Se estamos cansados de carregar o pesado fardo das aflições, defrontamos, talvez, com o mais decisivo momento de nossa romagem evolutiva. É a definição que, de nós, esperam aqueles que nos amam e nos aguardam no Mundo Espiritual.

Não só para os portadores de obsessões declaradas, enfatizamos a preciosa e inadiável atitude necessária para a reforma moral, mas para todos nós, espíritas ou não.

A importância dos trabalhos desobsessivos e dos estudos que estamos efetuando em torno desse tema, que vimos fazendo há alguns anos, é grandiosa. Entendamos que os primeiros beneficiados seremos nós mesmos.

Para termos condições morais para colaborar em tarefas dessa envergadura, torna-se imprescindível que, de início, nós mesmos façamos a nossa parte e entendamos a necessidade de aplicar as lições primeiro em nós para, depois, transmitir aos outros.

Paz ao seu espírito.

Citações

1)-  FRANCO, Divaldo P. Franco. O Homem Integral – Espirito Joanna de Ângelis, Ed. Ideal. 1ª Edição -1990

2)-  KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos- Ed. FEB. 45ª Edição- 1978 . Questão:625.

3)-  _________/ Idem. Questão 479

4)-  Atos, 9:18

5)- João.  3: 1 a 15 e Kardec, Allan. E.S. E. Ed FEB- 1974, 9ª Edição

6)- Marcos. 8:18

Rede Amigo Espírita

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