Dinâmica Energética no Resgate coletivo
Dr. Ricardo Di Bernardi
Nestas semanas que se sucederam ao infeliz episódio de incêndio em uma boate, no Rio Grande do Sul, ocasionando o desencarne coletivo de 241 pessoas, nós temos lido, em conceituados jornais e revistas espíritas, conceitos e explicações extremamente tímidas no que concerne às causas do lamentável evento.
Desde as primeiras obras psicografadas por Chico Xavier no século passado já eram mencionados os fenômenos de fluxo das energias, as sintonias entre campos vibratórios do psicossoma e o magnetismo impresso nas moléculas do corpo espiritual. Campos energéticos que atraem outros semelhantes pelo automatismo da Lei de Ação e Reação. Estamos em pleno século XXI e constrangidos, observamos o deficiente conhecimento desta fenomenologia por significativo segmento dos adeptos do Espiritismo.
Associando-se ao precário estudo, há uma excessiva preocupação a não atribuir-se o fenômeno da “culpa” às vítimas correlacionando o fato às vidas pretéritas. Prefere-se uma postura semelhante às religiões tradicionais, entendendo que o fenômeno decorreu do livre arbítrio de todos e de uma mera fatalidade. A Doutrina Espírita não é assim.
É verdade que a espiritualidade superior não arquiteta uma meticulosa ação que reúne num mesmo lugar, criminosos de ontem para se tornarem vítimas de iguais sofrimentos causados a terceiros. Sucede sim, é a Espiritualidade Superior amparar amorosamente àqueles que trazem em sua estrutura, em seus tecidos perispirituais o magnetismo que os ligará automaticamente a um determinado fato. Os campos vibracionais do perispírito são geradores de ondas que exteriorizam arquivos pretéritos e essas energias buscam, pelo automatismo da natureza, situações pontuais.
Também, é verdade que atribuir a mera causalidade fatos de tamanha gravidade como desencarnes coletivos, seria demonstrar o desconhecimento da Lei Universal e do mecanismo perfeito e automático da dinâmica energética que todos seres geram com atos, pensamentos e sentimentos. Em função da falta de profundo mergulho em obras como “Mecanismos da Mediunidade” e “Evolução em Dois Mundos “lemos posturas, aparentemente modernas, de críticas às explicações do resgate coletivo, tais como no circo em Niterói R.J., quando o emérito Chico Xavier recebeu, psicograficamente, informações de que também em um circo romano aquelas pessoas participaram de atrocidades.
Existem no perispírito, de cada um de nós, trilhões de núcleos energéticos que armazenam os detalhes do “modus vivendi” das mais longínquas encarnações. Cada núcleo destes emite uma frequência de onda com características específicas. O conjunto dessas energias gera uma vibrante psicosfera que determinará fragilidades, tendências, vocações e valores, os quais pela “Lei de “Ação e Reação” proporcionam altíssimas probabilidades de sermos atraídos a determinados eventos.
A concepção de um Deus antropomórfico, pleno de emoções, embora esteja distante da real proposta da filosofia espírita é, infelizmente, ainda uma realidade em nosso meio. Ainda existem entre nós os que imaginam Deus como interveniente em questões específicas e até mínimas de uma pessoa. Deus é Inteligência e Amor Universal, imutável e suas Leis são as Leis Naturais de um automatismo perfeito. Nós próprios somos co-criadores e construtores do nosso destino.
O papel dos espíritos superiores que supervisionam as reencarnações não é nem organizar incêndios em circos nem enviar para tais locais pessoas para pagarem o mal que fizeram, como uma pena de talião, “olho por olho dente por dente”.
Não há necessidade de se regatar o mal com sofrimento nem este é o mecanismo do Amor Universal, sem dúvida é trabalhando e amando que se resgata, preferencialmente. Só abrirá a porta da dor quem não buscou a porta do labor e do amor. Apesar disto, enquanto existirem catástrofes no nosso orbe, a dinâmica das energias determinará uma tendência a magneticamente atrair a esses locais os Seres que trazem em seus campos perispirituais as moléculas cujas vibrações tem a frequência, comprimento de onda, brilho, luminosidade, cor e odor específicos compatíveis com o evento. Cabe aos Espíritos de luz, nos intuir a modificarmos ou atenuarmos nossas energias levando a nos isentarmos das situações que não são inexoráveis, mas evitáveis por posturas psíquicas de elevado nível vibratório.
Amemos muito e estudemos mais.
Dr. Ricardo Di Bernardi – www.icefaovivo.com.br
Fonte: Medicina e Espiritualidade
NEOPE – VPCC – FEC
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Vice-presidência de Cultura e Ciência Espírita
Federação Espírita Catarinense