A Última Hora
“Havia uma grande expectativa nos corações, naquele momento. Os mais sensíveis choravam, demonstrando saudade antecipada e insegurança aflitiva. Outros permaneciam ricos de gratidão, tocados pela ternura, , e grande número aguardava as últimas instruções, no instante que antecedia a despedida.
Subitamente, Ele apareceu no topo da colina, e o Seu vulto aureolou-se de Sol poente.
Majestoso, provocou imediato silêncio na multidão.
Distendendo as mãos e descerrando os lábios, Ele falou:
– Estaremos sempre ligados pelos fios sublimes do amor e caminharemos juntos pelas longas vias do serviço ao próximo em todas as épocas.
Nunca haverá, em nós, solidão.
Quando a aflição advier, orai, e eu vos escutarei, respondendo vossas súplicas através da inspiração.
Nunca desanimeis, portanto, e crede sem desfalecimento, seja qual for a circunstância e o testemunho.
Uma mulher, aflita, porém, ante o silêncio que se deu, apresentou-lhe o filho enfermo e perguntou:
– Ele padece doenças e nada posso fazer. Qual o recurso a aplicar?
– Abençoai a água pura e dai-lhe a solvê-la.
Um homem triste, tocado pela esperança, indagou-lhe:
– Minha esposa foi tomada pelas forças do mal, e ninguém a pode ajudar. A quem recorrer:
– Toca-lhe a fronte com a mão, e pedi ao Pai para que a vossa energia lhe restaure a paz.
…E disse a outro:
– Perdoai a ofensa.
E a outro mais:
– Orai, pensando no adversário.
A todos ele informou:
– Sois deuses e podeis tudo fazer, se quiserdes amar e dar-vos à Vida, como eu me tenho oferecido a vós.”
“Assim nunca nos separaremos.”
Quando o Seu vulto foi envolvido pela noite e Ele se coroou de estrelas, a multidão sensibilizada retornou aos lares, e até hoje permanecem as instruções daquela última hora para todas as horas da humanidade.
(Divaldo Franco_Eros/Livro Paz Intima)