(Extraído do site: www.projetovega.com.br)
– por Osvaldo Shimoda
“O homem não raramente é obsessor de si mesmo. Alguns estados doentios e certas aberrações que se lançam à conta de uma causa oculta, derivam do Espírito do próprio individuo. São doentes de alma”.– Allan Kardec
Segundo Allan Kardec, no livro “A gênese”, item 45, “Chama-se obsessão a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um individuo. Apresenta caracteres muito diferentes, que vão desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais”.
O leitor assíduo de meus artigos no Somos Todos Um deve ter percebido que venho abordando com freqüência o assunto obsessão espiritual. Mas por quê?
Esclareci nos artigos anteriores que existem três fatores geradores dos problemas de meus pacientes:
1) Interno: Psicológico – criado pelo próprio paciente, resultado de experiências traumáticas oriundas da vida atual (infância, nascimento, útero materno) ou de vidas passadas.
2) Externo: Influenciação espiritual, ou seja, espíritos desencarnados obsessores – desafetos desta ou de vidas passadas – que provocam inúmeros problemas na vida do paciente com intuito de prejudicá-lo – movidos pelo ódio e vingança.
3) Misto: Interno + Externo: provocado pelo próprio paciente e agravado por uma influenciação espiritual obsessora.
Esclareci ainda que em minha estatística, 95% desses pacientes são assediados por espíritos obsessores – inimigos ocultos de seu passado – e que apenas 5% não apresentam nenhuma influência espiritual externa como causa de seus problemas. Portanto, neste caso, a causa é puramente de ordem psicológica.
O índice de 95% dos pacientes acometidos por uma influência espiritual obsessora explica o motivo de eu estar abordando esse assunto com mais freqüência, pois requer um maior aprofundamento para uma melhor compreensão.
Desta forma, a obsessão espiritual é algo muito sério e merece atenção, pois esse mal aflige muitas pessoas, gerando inúmeros problemas psíquicos, psicossomáticos, orgânicos – são aquelas doenças cuja causa não é diagnosticada pela medicina oficial – e de relacionamento interpessoal (os espíritos obsessores tumultuam a vida do obsediado, gerando conflitos com seus familiares, cônjuges, amigos, colegas de trabalho, etc.).
Mas, o pior de tudo, é que muitos dos pacientes obsediados não percebem que estão sendo prejudicados por essas influências espirituais, pois eles se aproveitam de sua invisibilidade enquanto espíritos desencarnados.
Não obstante, é fundamental esclarecer no estudo das obsessões que o fenômeno não se reduz apenas à perturbação de desencarnados sobre os encarnados como muitos crêem. Vai muito mais além. Existem também as ações de desencarnados sobre desencarnados; de encarnados sobre desencarnados; de encarnados sobre encarnados, e a auto-obsessão.
É comum nas sessões de regressão o paciente recordar que numa vida passada, após sua morte física, precisou fugir de seu obsessor, mesmo na condição de espírito desencarnado.
Uma outra paciente veio a recordar na regressão que, ao dormir, em sono, à noite, em espírito, ia atrás de seu desafeto do passado – um espírito desencarnado que estava nas trevas – para prejudicá-lo (queria ajustar contas, se vingar do mal que este lhe causou numa vida passada).
Já a obsessão de encarnado para encarnado é muito mais comum do que muitos imaginam.
Brigas constantes entre cônjuges, pais e filhos, entre irmãos, sócios, colegas de trabalho e chefia, entre outros, podem caracterizar uma obsessão recíproca, ou seja, ambos os envolvidos são obsessores um do outro.
Certa ocasião, ao passar por algumas sessões de regressão, uma paciente descobriu o porquê de seu ódio pela sua sogra. Ambas, em várias encarnações, alternavam os papéis de obsessor e obsediado e agora, na vida atual, as duas vieram como encarnadas.
Sugeri que a paciente fizesse a oração do perdão para sua sogra a fim de se reconciliar com ela. Caiu em prantos. Após se recompor, perguntei-lhe o porquê do choro.
Ela me respondeu dizendo que o seu ódio pela sogra a impedia de fazer essa oração.
Disse-me também que percebia no olhar dela o mesmo ódio que ela nutria.
Portanto, a obsessão é sempre causada pelas imperfeições humanas e, a maior das causas, é a falta do perdão, que pode gerar até séculos de sofrimento, como é o caso dessa paciente mencionada.
No entanto, tão grave quanto a obsessão provocada por influências espirituais externas, é a auto-obsessão.
A grande maioria dos pacientes que sofrem de auto-obsessão – obsessores de si mesmos, portanto, doentes da alma -, preferem jogar toda a culpa de seus problemas e aflições aos Espíritos, não assumindo a responsabilidade que são eles próprios a causar seus problemas.
A auto-obsessão é um distúrbio psíquico desencadeado pela mente doentia do próprio enfermo que gera um estado permanente de desequilíbrio emocional, tal como: constante impaciência, irritação freqüente, mágoa prolongada, inveja, ciúme patológico, egocentrismo acentuado, medos excessivos, aberrações sexuais, comportamentos obsessivo-compulsivo, e outros comportamentos desajustados.
Entretanto, é importante salientar que a auto-obsessão pode abrir uma brecha para que os espíritos obsessores inimigos se aproveitem dessas imperfeições do paciente para então obsediá-lo gerando, por exemplo, a síndrome do pânico e outros transtornos psíquicos, como a depressão, doenças orgânicas e diversos comportamentos patológicos.
Tais pacientes percorrem os consultório médicos em busca de um diagnóstico nem sempre identificado corretamente pelos médicos pelo fato da auto-obsessão ser uma doença da alma, portanto, mais difícil de ser detectada.
Nas doenças da alma, as terapias medicamentosas não são eficazes, pois são resultados da própria imaturidade psicológica e espiritual do enfermo, que cultiva com freqüência a inveja, ciúme, inferioridade, egoísmo, orgulho, ira, medos, insegurança, desconfiança, etc..
São pacientes muito voltados para si mesmos, preocupados excessivamente com doenças (hipocondríacos), que sofrem por antecipação (preocupados excessivamente), dramatizam os fatos do cotidiano, cultivando o coitadismo (sentimentos de autopiedade); são vitimas de si próprios, atormentados por si mesmos.
Na qualidade de enfermos da alma, facilmente se descontrolam, com explosões de ira no trabalho, em casa ou no trânsito. Na auto-obsessão, somos prisioneiros dos nossos pensamentos negativistas e pessimistas, que nos sufocam e nos aprisionam.
Caso Clinico:
Crises constantes de tosse. Homem de 40 anos, casado.
Veio ao meu consultório querendo saber por que não consegue se curar das crises de tosse constantes e recorrentes (era acometido por essas crises pelo menos três vezes ao ano).
São tosses secas, desencadeadas sempre após um resfriado; as crises de tosse já chegaram a durar até três meses. Fez todos os exames médicos necessários para saber sua causa, porém, não acusou nada. Queria também entender o porquê de sua vida profissional não fluir, não ter sucesso, embora tivesse tudo para dar certo.
Ao regredir me relatou:
“Vejo uma mulher bonita, cabelos presos de uma época antiga. Deve ter uns 35 anos, usa um vestido azulado (pausa).
Agora vem à imagem de um homem cavalgando. O cavalo usa uma máscara com abertura nos olhos. O homem carrega uma bandeira (flâmula) azul com inscrições em latim.
Essa mulher está correndo desse homem”.
– Quem é esse homem? – Pergunto ao paciente.
“Sou eu. Essa mulher cai e estou agora em cima dela, e ela se debate no chão… Eu bato nela, a espanco e, em seguida, a estupro. Eu bato muito nela para ficar quieta. Eu termino e saio dando risada. Eu me vejo com cabelos compridos, sou soldado de um exército medieval. Meus dentes são horríveis, podres, meu rosto é desprezível!
Estou feliz, satisfeito pelo estupro.
Dou as costas, largo ela ali, subo no cavalo, e vou embora. Sigo pelo campo.
Vejo agora uma casa, um homem está sentado numa poltrona, escrevendo numa mesa. Eu o vejo por trás da poltrona onde ele está sentado. Eu o enforco e, em seguida, quebro o pescoço dele”.
– Por que você fez isso? – Pergunto ao paciente.
“Mandaram matá-lo. Ele não fez nada para mim, foi alguém importante do governo, que tinha poder de mandar matar e comandava vários soldados.
Eu obedecia às ordens dele. Matei com muita frieza. Peguei o pescoço dele por trás e quebrei, virando-o (pausa).
Agora estou escutando alguém me dizer que eu não devia ter feito isso.
Vejo aqui no consultório, em espírito, esse homem ao qual quebrei o pescoço e aquela mulher que estuprei. Eu acho que aquele homem que matei era o esposo dessa mulher. Em pensamento (intuo) eles me dizem que eu não devia ter feito aquilo, mas que preciso me perdoar pelo que fiz naquela vida passada. Tenho a impressão que eles eram muito evoluídos espiritualmente para me obsediarem, não guardaram rancor, me perdoaram. Na verdade, eles vieram para me ajudar.
– Pergunte-lhes de onde vêm essas crises constantes de tosse? – Peço ao paciente.
“Eles dizem que essas tosses são como uma chaga que nem o tempo tira.
A chaga sufoca, é o peso de minha angústia. A minha alma sabe que eu errei. A gente pode esquecer a história do passado, mas a marca do que a alma fez fica registrada no nosso perispírito (corpo espiritual). Por mais que esqueça a história do passado pelo “véu do esquecimento”, o que fiz fica registrado na minha alma e não basta reencarnar para apagar essa marca. Eu sofro como se eu mesmo me obsediasse. Eles dizem que não existe um obsessor externo, mas eu que me auto-obsedio (pausa).
Agora estou vendo junto deles uma outra mulher. Ela tem um rosto branco e lábios vermelhos. Sinto que ela tem um respeito e amor muito grande por mim… É como se ela soubesse tudo o que vai acontecer na minha vida. Sinto que ela é a minha mentora espiritual (entidade desencarnada responsável pela nossa evolução espiritual).
Ela sorri para mim e explica que eu sou alérgico e, portanto, suscetível às crises de tosse.
A minha alma por conta daqueles erros cometidos naquela vida passada se autopune aproveitando-se das crises alérgicas de tosse, agravando esse mal-estar físico (tosses constantes). É um “chicote” para me autopunir.
É como se essa autopunição baixasse a minha imunidade e me deixasse mais suscetível a algo que já tenho facilidade para adquirir.
Ser alérgico é a porta que o meu corpo abriu em função do que fiz naquela vida passada.
A minha mentora me diz que preciso me fortalecer espiritual e emocionalmente, orando e me perdoando. Que a cura de minha alma irá fortalecer meu sistema imunológico. Ressalta a necessidade de me comunicar mais com o mundo espiritual.
Diz, portanto, que a minha busca deve ser menos racional (ego) e mais com o coração (alma). Mas que ela estará sempre ao meu lado e que aqui nesse tratamento – a T.R.E. (Terapia Regressiva Evolutiva) – abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim pelos espíritos evoluídos do astral superior – dei um bom passo, fechando-se um ciclo, e que vou ser vitorioso na busca de minha cura. A minha mentora agradece ao senhor (referindo-se a mim como terapeuta) por ter aberto o canal de comunicação entre nós e diz que preciso primeiro organizar a minha alma, o meu espírito, para que eu não atrapalhe a eficiência da cura médica, que o meu autoperdão é necessário e deve ser praticado diariamente.
Fala ainda que me saboto por conta dessa culpa que carrego, e que o sucesso não pode vir para quem não se perdoa, pois me sinto indigno do reconhecimento profissional por conta dos erros cometidos.
Diz que sou amado e amparado, e pede para não esquecer que sou assessorado por ela nesse processo de cura. Fala ainda que se achar que irei sozinho apagar essa chaga, vou me desesperar. Reafirma, finalizando, que serei ajudado a apagar essa chaga de meu passado e me perdoar.