Ante a grandiosa tarefa da regeneração, que nos conclama particularmente a nós, espíritas, sinto-me minúsculo e inoperante.
Tanto e tanto, meu Pai, tenho tombado trilhando os meus sórdidos caminhos íntimos, em trabalho de reforma moral. Vejo-me andando em círculos, chafurdando na lama pesada do pântano escuro de meu espírito débil.
Com tamanha reincidência, ó Bondoso Deus, tenho dedicado meu escasso tempo, minha inteligência e minhas melhores energias ao deleite de satisfações rasteiras e egotistas!
Que lamentável paradoxo tenho sido eu, Senhor! Reconhecido e louvado nas casas espíritas como propagador das verdades mais profundas e sublimes do teu Evangelho de luz, frequentemente sou testemunho de derrotas no enfrentamento diuturno contra as baixezas de minha alma doente. Divulgador incansável da Verdade Libertadora, arrasto-me na Terra, cativo de tendências vis que vêm me seduzindo desde incontáveis encarnações.
Hesitante e trôpego, humilhado por minhas desditas íntimas, reconheço com o rosto sulcado por lágrimas, tua misericórdia incondicional e ilimitada para comigo. Bem como tua paciência paternal incomensurável.
E assim, em meio ao pranto do arrependimento e movido pelo desejo ardente de ser e fazer melhor, suplico o socorro e a sabedoria, o vigor e o discernimento para que, a pouco e pouco, possa eu tornar-me um obreiro menos inútil da tua seara bendita, espalhando mais amor do que escândalo, mais luz e consolação do que trevas e desânimo.
Assim seja!