“Qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Marcos, 3:35).
Primeira consideração: Em hebraico, – língua um tanto pobre – irmão poderia significar tanto ‘primo’ como um ‘parente próximo’…
Segunda: Jesus, na ocasião, não estava de forma nenhuma pilhado, mas de maneira muito segura e não excludente, como sempre, dava a entender aos que o ouviam que sua parentela corporal – mãe, irmãos, primos… não estaria excluída de ser ‘também’ sua parentela espiritual, se assim o desejassem.
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Como bons entendedores e tendo a Doutrina como esclarecedora, não imaginemos que tal recomendação não seja também endereçada a nós, pois se frágeis são as relações de ordem corporal, – as consangüíneas – por que não transformá-las em duráveis na efervescência educadora e diária do lar?
Somos doutores em atender e resolver coisas na vida… de estranhos; esbanjamos sorrisos, damos bom dia, boa tarde e boa noite… aos outros; passamos a mão na cabeleira linda dos filhos… dos outros! Mas e aos nossos? Aqueles a quem escolhemos na erraticidade para uma vida familiar de moldagem? Os aplausos que angariamos junto aos outros, poderão não haver nas tarefas que desempenhamos por responsabilidade junto à família. Não os esperemos!
Em cada companheiro que compartilha a consangüinidade, temos um livro de ações (…). Cada um deles nos impele a desenvolver determinadas virtudes: Paciência, lealdade, equilíbrio, abnegação, firmeza, brandura! Nossas esposas, maridos, irmãos, pais, avós, primos… foram colocadas em nossas vidas, sim, como laços materiais ou consangüíneos, mas para que também desenvolvêssemos junto a eles estreitos laços espirituais e nos franqueássemos in aeternum.
Desenvolvendo no dia a dia do esfervilhante cadinho familiar as virtudes acima enumeradas, estaremos transformando relações que poderiam ser frágeis ou não duráveis em laços eternos, duradouros, e que nos acompanharão em rotas que peregrinarão pelo berço e pelo calor das moldagens, transporão o além túmulo e se regozijarão na eternidade. Não esmorecerão, apesar de nossas idas e vindas!
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Pai, mãe, filho, irmão, avô… Meros títulos! Diplomas na parede! Importante será a vitória moral que conseguirmos junto a eles com tais patentes!
Eternizar um amor matrimonial, um afeto filial, paternal; transformar relações frágeis em duráveis? Não há outra saída: Muito além da mobilização das possibilidades materiais, o apoio, compreensão, disciplina e, acima de tudo, o exemplo.
(Sintonia: Cap. Familiares, pg. 114, Livro da esperança, de Emmanuel/Chico, CEC Editora) – (Inverno de 2014) – www.blogdovelhinho.com.br