Violência

Por Warwick Mota

– Nos causa assombro e perplexidade ligarmos a TV e ou abrirmos um jornal e nos depararmos com cenas de extrema selvageria e barbárie. Fatos como linchamentos de delinquentes por parte da população a pretexto de “justiça com as próprias mãos”, crescem estatisticamente nas crônicas policiais, sem falar em tantos outros crimes hediondos que se tornaram matérias cativas dos veículos de comunicação existentes.

Tal situação leva pessoas a indagarem, se a Terra estaria retrogradando moralmente, e se, valores como, o amor ao próximo, respeito à vida e a crença em Deus, já não fizessem mais parte do programa evolutivo da humanidade, outros chegam mesmo a afirmar: que estamos em situação em pior situação que no passado e que milênios de cultura e civilização nada contribuíram em benefício do homem.

A escalada da violência na Terra assume proporções assustadoras, exigindo de pessoas sensatas e lúcidas, como também dos organismos governamentais, religiosos e sociais, uma acurada reflexão sobre o assunto.

O Espiritismo a seu turno, nos traz com muita propriedade, orientações preciosas, além de esclarecedoras informações acerca da problemática da violência, desvelando dúvidas e esmiuçando o comportamento agressivo do homem, seja este de caráter endógeno ou exógeno.

Não tenhamos dúvidas, de que traumas psicológicos recalques e frustrações provenientes do próprio Espírito, fazem eclodir sensações grosseiras e primitivas que emergem dos porões da alma em função da intoxicação dos miasmas e fluidos deletérios, cultivados por estas criaturas dadas ao comportamento perverso.

Nos esclarece a espiritualidade superior que os mecanismos de reencarnação em massa, são de alta complexidade e que o ingresso no corpo físico por parte de Espíritos ainda neófitos na escala evolutiva, requer um acompanhamento cuidadoso, tanto por parte dos desencarnados quanto dos encarnados que estejam qualificados para o mister.

A necessidade de melhora íntima e de ajuda, para que logrem progresso e evolução, é de vital importância para os Espíritos encarnados, não as encontrando, são conduzidos a assumirem um comportamento agressivo e violento em virtude das sensações primitivas e grosseiras que vivenciam dentro de sua psicosfera pessoal.

Combater os efeitos da violência sem as preocupações com as causas, é semear em terreno ácido, não existe condições de boa colheita, se não houver anteriormente a devida preparação do solo para o plantio, portanto, o efeito da repressão indiscriminada pode se tornar uma causa a mais para o aumento da violência.

Nos diz Joanna de Angelis no cap. sétimo do livro “Após a Tempestade”: “a terapêutica para tão urgente questão há de ser preventiva, exigindo dos adultos que se repletem de amor nas inexauríveis nascentes da Doutrina de Jesus, a fim de que, moralizando-se, possam educar as gerações novas, propiciando-lhes clima salutar de sobrevivência psíquica e realização humana.

A valorização da vida e o respeito pela vida conduzirão pais, mestres, educadores, religiosos e psicólogos a uma engrenagem de entendimento fraternal com objetivos harmônicos e metódicos – exemplos capazes de sensibilizar a alma infantil e conduzi-la com segurança às metas felizes que devem perseguir.

Os homens são, pois o seus feitos.

A sociedade são os homens que a constituem.

A vida Humana resulta dos Espíritos que a compõem”.

Publicado na revista “O Espírita” nº 95 Jan/Mar 97 – Brasília – DF

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