SETEMBRO AMARELO
“Estudo alerta para alta incidência de suicídio na adolescência”, o preocupante recado da reportagem da revista Veja
Fechamos este mês, que é particularmente dedicado à campanha Setembro Amarelo, a favor da valorização da vida e da prevenção do suicídio, com um alerta preocupante estampado numa reportagem da revista Veja publicada ontem: “Estudo alerta para alta incidência de suicídio na adolescência”.
Suicídio de adolescentes e jovens era algo considerado um absurdo em tempos não muito distantes, mas a referida matéria jornalística aponta que entre os anos de 2012 e 2021, a média foi de 1000 ocorrências por ano entre jovens de 10 a 19 anos. É um número apavorante, mas bastaria que fosse um só caso, que viesse a acontecer com uma pessoa muito próxima nossa, para que toda uma família sentisse o abalo de tal perda.
A reportagem traz a análise técnica de Luci Pfeiffer, presidente do Departamento Científico de Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas na Infância e Adolescência da SBP, que aponta que há uma falha grande nos registros das tentativas de suicídio. “Dificilmente uma criança ou adolescente chega à morte na primeira tentativa. E elas devem ser levadas muito a sério”, ela diz. Na avaliação do especialista, muitas famílias consideram esses episódios como algo que a criança ou o jovem faz para chamar a atenção. “De modo geral, são cometidas duas ou três tentativas até que eles consigam chegar à morte. Por isso, nós teríamos ainda um tempo de prevenção secundária”.
Em considerando esses dados, vê-se uma omissão involuntária da parte dos familiares, que muitas vezes nem sabem mesmo o que fazer. E esta é realmente a questão mais prevalente aqui: o que fazer diante da possibilidade de um suicídio anunciado?
A recomendação básica dada por Pfeiffer é que “Os pais e a escola precisam buscar ajuda e acompanhamento médico, tanto de profissionais da saúde mental e do pediatra que coordene essa equipe interdisciplinar”. Quanto a isso, não contestamos, pois consideramos a utilidade de os profissionais se envolverem nessa problemática, inclusive para o avanço da própria ciência. Todavia, não podemos deixar de dizer que a maior causa destas tragédias é o materialismo prático instalado em nossa sociedade; ou seja, a ideia comum de que a realidade física é a única e verdadeira vida, que a medida das coisas e dos valores comportamentais se baseiem nos padrões materiais. Numa palavra, falta de espiritualidade. Tanto é que a reportagem citada não faz nenhuma referência que se aproxime de alguma ideia religiosa ou espiritualista.
Em suma, vemos o prejuízo que é a falta de Espiritismo no nosso meio social.
Vejamos, pois, como Kardec vai tratar o gravo problema do suicídio:
“A calma e a resignação vindas da maneira de considerar a vida terrestre e da confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a loucura e o suicídio […] Postos de lado os que se dão em estado de embriaguez e de loucura — aos quais se pode chamar de inconscientes —, é incontestável que ele tem sempre como causa um descontentamento, quaisquer que sejam os motivos particulares que se lhe apontem. Ora, aquele que está certo de que só é desventurado por um dia e que os dias que hão de vir serão melhores, enche-se facilmente de paciência. Só se desespera quando não vê nenhum fim para os seus sofrimentos. E o que é a vida humana, com relação à eternidade, senão bem menos que um dia? Mas para o que não crê na eternidade e julga que com a vida tudo se acaba, se os infortúnios e as aflições o oprimem, somente vê uma solução para as suas amarguras na morte. Nada esperando, acha muito natural, muito lógico mesmo, abreviar as suas misérias pelo suicídio.”
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec – cap. V, itens 14 e 15.
Mais adiante, o codificador espírita sintetiza a problemática e a melhor solução:
“Portanto, a propagação das doutrinas materialistas é o veneno que transmite a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os apóstolos de semelhantes doutrinas assumem tremenda responsabilidade. Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto da vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio; donde vem, em suma, a coragem moral.”
Idem – item 16.
Estas conclusões nos motivam ainda mais a divulgar esta doutrina de luz, e todos estão convidados a participar da da divulgação do Espiritismo, pela valorização da vida e por uma mais eficaz prevenção ao suicídio e demais males que assolam nossa sociedade.
Leia a reportagemno portal da revista Veja
Fonte: Espiritismo em Movimento