Proteção de Deus (Emmanuel)
Clamamos pela proteção de Deus, mas, não raro, admitimos que semelhante cobertura aparece nos dias de caminho claro e céu azul.
O Amparo Divino, porém, nos envolve e rodeia, em todos os climas da existência.
Urge reconhecê-los nos lances mais adversos.
Às vezes, o auxílio do Todo Misericordioso tão-somente se exprime através das doenças de longo curso ou das dificuldades materiais de extensa duração, preservando contra quedas espirituais em viciação ou loucura.
Noutros ângulos da experiência, manifesta-se pela cassação de certas oportunidades de serviço ou pela supressão de
regalias determinadas que estejam funcionando para nós à feição de corredores para a morte prematura.
Proteção de Deus, por isso mesmo, é também o sonho que não se realiza, a esperança adiada, o ideal insatisfeito, a prova repentina ou o transe aflitivo que nos colhe de assalto.
Encontra-se no amor de nossos companheiros, na assistência de benfeitores abnegados, na dedicação dos amigos ou no caminho dos familiares, mas igualmente na crítica dos adversários, no tempo de solidão, na separação dos entes queridos ou nos
dias cinzentos de angústia em que nuvens de lágrimas se nos represam nos olhos.
Isso ocorre porque a vida é aprimoramento incessante, até o dia da perfeição, e todos nós com freqüência necessitamos do martelo do sofrimento e do esmeril do obstáculo para que se nos despoje o espírito dos envoltórios inferiores.
Pensa nisso e toda vez que te sacrifiques ou lutes, de consciência tranqüila, ou toda vez que te aflijas e chores, sem a sombra da culpa, regozija-te e espera o melhor, porque a
dor, tanto quanto a alegria, são recursos da proteção de Deus, impulsionando-te o coração para a luz das bênçãos eternas.
Do livro “Ruma certo”
Psicografia de Chico Xavier