Prática do perdão – Eduardo Battel

Prática do perdão – Eduardo Battel

PRÁTICA DO PERDÃO

Eduardo Battel

O respeito à condição evolutiva de cada um e o perdão das ofensas são algumas das maiores caridades que podemos fazer. Conforme Allan Kardec nos ensina em O Livro dos Espíritos, questão 886:

“Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, tal como Jesus a entendia? Resposta: Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”.

Todos nós, sem exceção, já erramos muito no passado, continuamos errando no presente e ainda erraremos no futuro. Assim, devemos perdoar os erros dos nossos semelhantes da mesma forma como gostaríamos que os outros perdoassem as nossas faltas. Chico Xavier nos fala:

“Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente. Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhe são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas”.

Deus na sua infinita bondade não nos julga, Ele entende e respeita a nossa condição moral e evolutiva. Da mesma forma, não devemos julgar ninguém, lembrando que, com o mesmo peso que julgarmos os outros, seremos também julgados por nós mesmos. Devemos tomar uma postura de orientar, não com soberba, mas sempre com amor, explicando que certamente somos responsáveis pelas consequências dos nossos pensamentos e atos. Assim, quanto menos errarmos, menos problemas teremos para consertar, lembrando que a conta, impreterivelmente, uma hora chega.

Devido ao orgulho e a vaidade, que atualmente são dois dos principais problemas da humanidade, muitos pensam assim: eu não vou pedir desculpas, se o outro quiser que o faça. Por isso, muitas vezes as pessoas passam a vida inteira brigadas, por ninguém dar o primeiro passo na direção da reconciliação. Se duas pessoas possuem alguma desavença, o problema é das duas e esse problema algum dia terá de ser resolvido, nessa encarnação ou em uma futura. Mas se uma delas se esforça em querer resolver a situação, mesmo que a outra não queira, o problema passa a ser somente de quem não quer. Devemos ser fortes, segundo nos disse Mahatma Gandhi: “O fraco jamais perdoa: o perdão é uma das características do forte”.

Se você tem uma questão mal resolvida com alguém, faça a sua parte não se importando com a contrapartida. Pois mesmo que o outro lhe diga: eu estou certo e não te perdôo, não é mais um problema seu. O perdão não faz a outra pessoa correta, ele te liberta, ele te faz livre.

A prática do perdão também é uma prova de evolução moral, conforme nos disse Chico Xavier: “A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa; a superior perdoa, a inferior condena. Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar”. Quanto mais perdoamos, mais evoluímos moralmente e quanto mais evoluídos formos, mais fácil fica perdoarmos.

Temos que aceitar o fato de que ainda somos seres imperfeitos e cometemos muitos erros. Devemos aceitar a nossa condição moral e evolutiva e, assim, devemos também praticar o autoperdão. Não temos que ficar nos julgando ou remoendo as nossas atitudes equivocadas. Caso façamos isso, teremos uma grande chance de entrarmos em depressão. Não podemos mudar o que já foi feito, mas podemos tentar consertar ou amenizar as consequências de nossas más escolhas pretéritas e também nos esforçarmos em não as cometer novamente. Como nos disse Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. Devemos canalizar as nossas forças nesse sentido, pois o Criador sempre nos oferece muitas oportunidades para isso.

Praticando o perdão seremos cada vez mais felizes e a nossa vida se torna muito mais fácil, leve e prazerosa. Chico Xavier nos falou isso: “O espírito que adquirir a virtude do perdão não achará dificuldade em mais nada. Haja o que houver, aconteça o que acontecer, ele saberá administrar sua vida”. O primeiro a pedir desculpas é o mais corajoso. O primeiro a perdoar é o mais forte. E o primeiro a esquecer é o mais feliz. Sejamos corajosos, fortes e felizes!

Eduardo Battel

Fonte: Agenda Espírita Brasil

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