Pensamento, livre-arbítrio e razão
Djalma Santos
Deus é a inteligência suprema, a energia cósmica que rege as Leis Divinas do mundo em que vivemos, numa interação energética incrível, que faz com que Deus esteja em tudo e que tudo esteja em Deus.
Deus criou o homem, que ao atingir o mundo hominal, recebe dois instrumentos que serão incorporados a sua estrutura eletromagnética; o pensamento contínuo e o livre-arbítrio. Com o pensamento contínuo, o homem terreno vai co-criar juntamente com Deus, todas as coisas necessárias ao crescimento e desenvolvimento do ser humano; e com o livre-arbítrio, ele terá a oportunidade e a liberdade de escolher o que for do seu agrado e melhor para si.
Através de reencarnações sucessivas em mundos materiais, o espírito imortal envergando uma roupagem carnal, cresce e se aperfeiçoa, dilatando as forças de seu pensamento contínuo, ligado à mente imortal; e ao mesmo tempo, realiza diuturnamente, um processo de escolhas por intermédio do livre-arbítrio, que na fase atual, não é ainda a capacidade de escolher, e sim a liberdade de escolher, porque a capacidade, só chegará ao homem depois de muitos e muitos séculos de existência material.
Essa liberdade de escolher proporcionada pelo livre-arbítrio permite que cada ser humano possa tomar suas próprias decisões, experimentando erros e acertos, sem por isso deixar decrescer, de evoluir e transcender, superando as dificuldades, e alcançando ao final da jornada terrena a sua iluminação.
O desconhecimento por parte da maioria das pessoas, da força do pensamento contínuo, e da liberdade do livre-arbítrio, leva sempre o homem a muitos enganos, por lhe faltar coragem e discernimento para pensar, e também, por querer opinar sobre tudo e todos, usando a liberdade e não a capacidade de escolher. Se o homem não fosse dotado do pensamento e do livre-arbítrio, certamente seria robô, automatizado eletronicamente, e sem a liberdade de usar o pensamento para escolher a melhor maneira de ser feliz.
Ficaria sujeito a uma vontade superior que o comandaria, durante todo o período de sua vida física; mas Deus não faz intervenção na vida de nenhum de seus filhos; não dá prêmios, como também não dá castigos; mas deixa que cada um, através dessa liberdade escolha, encontre sua maneira peculiar de evoluir.
A evolução se torna mais fácil, quando viajor da eternidade passa a cumprir, com rigor, as Leis Divinas que regem a vida cósmica, assim como as Leis dos homens que, na realidade, correspondem a uma extensão das Leis Divinas, e têm o seu valor próprio, pois servem de freio para as nossas investidas nas fronteiras alheias.
As Leis humanas representam à sociedade em que vivemos, e punem todos aqueles que se rebelam contra os poderes elaborados pelos representantes da maioria, escolhidos democraticamente, controlando de certa forma, o livre-arbítrio das pessoas; mas só passamos a obedecê-las na íntegra, quando atingimos à razão, que é o estágio nobre da evolução humana. Enquanto não ganhamos à razão, jornadeamos na Terra, comandados pelo instinto de conservação, que um determinismo divino, que também serve de freio, para segurar a nossa intemperança mental.
A finalidade maior do pensamento contínuo e do livre-arbítrio é nos preparar, através de experimentações no campo da carne e do espírito, para a conquista da razão, que em síntese, é o nosso objetivo final, ou seja, o processo mental mais elevado, que só se realiza, depois de muitas atividades no campo da carne e do espírito, e depois de muitas vidas.
Quando atingirmos o estágio da razão, estaremos conscientizados do nosso papel como cocriadores juntamente com Deus, e a nossa mente imortal, totalmente evoluída, estará unida de uma forma indescritível com a mente divina. A razão nos tornará brandos, pacientes, moderados, simples, meditativos, silenciosos, compassivos e cheios de sentimentos de compaixão, solidariedade, compartilhamento e caridade.
Ocorre conosco, um desapego aos bens transitórios da vida terrena; passamos a não alimentar nenhuma ambição pelas posses dos bens materiais; deixamos de corrigir os outros, e passamos a nos corrigir, o que é de suma importância para as nossas vidas, que passa afluir com intensidade calma e serena, levando-nos a candidatarmos às mansões gloriosas da eternidade de Deus.
Djalma Santos
Fonte: Correio Espírita