1. Causas da dependência química
1.1. Introdução
Atualmente é difícil uma família que não passou ou que não esteja passando por um problema de dependência química com um ou mais dos seus membros.
Pesquisas realizadas nos últimos 6 anos revelam que só no Estado de São Paulo 70% das famílias enfrentam o problema de alcoolismo com um ou mais dos seus componentes.
1.2. O que é dependência química
Dependência química ou síndrome de dependência é a perda do controle sobre o uso da droga (seja álcool, tabaco, maconha, cocaína, etc), em razão da necessidade psicológica e/ou física da mesma.
A dependência psicológica é a necessidade da droga para atingir o máximo da sensação desejada.
A dependência física indica adaptação do organismo ao uso crônico da substância, com o desenvolvimento de sintomas quando a droga não é usada.
Estes sintomas, usualmente opostos àqueles causados pela droga, indicam que está ocorrendo síndrome de abstinência, a qual, pelo desconforto ocasionado, leva o dependente a retomar o consumo da substância que foi descontinuada.
A procura pela droga passa a ser impositiva. O dependente químico tem noção da compulsão, mas é capaz de qualquer coisa, mesmo ilegal, para obter a substância.
Desde cedo, a tolerância é aumentada, ou seja, há necessidade de doses cada vez maiores para se obter o mesmo efeito inicial.
É doença de instalação rápida, incurável e, na maioria das vezes, leva à morte. Para seu controle é primordial suspender o uso da droga. O importante não é a diminuição da quantidade ou freqüência, mas a abstinência total.
O dependente não pode jamais voltar a fazer uso da droga, pois logo a dependência se reinstala. Não há caso de dependente que, tendo parado de usar a droga possa fazê-lo de novo – ainda que por simples e ocasional recreação – sem voltar à dependência. Parar temporariamente e voltar ao uso significa recaída, isto é, retornar ao ponto de partida.
1.3. O que são as drogas
Drogas são substâncias naturais ou sintéticas que, ao penetrarem no organismo humano sob qualquer forma – ingeridas, injetadas, inaladas ou absorvidas pela pele – entram diretamente na corrente sangüínea e alteram funções do organismo. Assim sendo, não só a maconha ou a cocaína devem ser consideradas como “drogas”, mas o cigarro e as bebidas alcoólicas também, pois contêm substâncias que alteram as funções do organismo, prejudicam a saúde e criam dependência física e psicológica.
1.4. Causas da dependência
A Ciência tem pesquisado exaustivamente sobre as causas que levam as pessoas a se tornarem dependentes químicos de drogas (álcool, cigarro, cocaína, maconha, etc).
O que leva basicamente a pessoa a se drogar?
Existem pessoas que já trazem em si uma tendência ao uso de drogas. Estas pessoas são classificadas pela medicina como personalidades toxicófilas.
Existe também a questão da imaturidade da personalidade. Agora a grande razão também para o consumo é a ociosidade.
A imitação também é uma outra grande causa.
Existem vários estudos e teorias a esse respeito:
- Psicológica
A causa se encontra na personalidade. Insegurança, imaturidade, ansiedade, conflitos psicológicos e emocionais diante de determinadas situações, gerando fuga através do uso de drogas.
- Sociológica
Afirma que a causa está no meio. O homem como produto do meio sofre as pressões e as influências do ambiente em que vive (Exs: valores sociais negativos, injustiças sociais, desestruturação familiar, falta de informação, etc). Para certos homens, o meio onde se acham colocados não representa a causa primária de muitos vícios e crimes?
“Sim, mas ainda aí há uma prova que o Espírito escolheu, quando em liberdadade, levado pelo desejo de expor-se à tentação para ter o mérito da resistência.” O Livro dos Espíritos – Allan Kardec – Parte 3ª – cap. I
- Congênita
Alguns estudiosos defendem que a causa é congênita, isto é, uma mãe durante a gestação, se faz uso de drogas poderá prejudicar o feto, criando uma pré-disposição física ao uso dessas drogas ao nascer.
- Hereditária
Outros defendem que a causa da dependência química é hereditária. Todo dependente possui na família um portador da doença, herdando assim geneticamente a pré-disposição física. (OBS: Pré-disposição física detectada pela Ciência – determinadas pessoas metabolizam o álcool de forma diferente. No fígado, a enzima responsável pela metabolização do álcool (acetoaldeído deshidrogenase) ao transformá-lo apresenta uma alta atividade resultando numa sensação de bem-estar e efeitos euforizantes. Nas demais pessoas, o seu mecanismo é inverso. O alcoolista jamais percebe que passou da conta, porque quanto maior o volume de álcool maior é a sensação de bem-estar. Nas demais pessoas, ao contrário, a enzima serve como alerta e bloqueadora da ingestão. A Ciência também detectou que ondas cerebrais agem de forma diferente em determinadas pessoas que fizeram uso pela primeira vez de cocaína. Devido a pré-disposição física detectada, as estatísticas revelam que 1 em cada 10 pessoas que experimentam as drogas pela primeira vez, se torna dependente.
1.5. O que o Espiritismo nos esclarece
DEPENDÊNCIA QUÍMICA É UMA DOENÇA DO ESPÍRITO
A finalidade da encarnação é oportunizar a perfeição do espírito. Segundo Kardec, no livro dos Espíritos (1986: 121), o objetivo da reencarnação “é a expiação e melhoramento progressivo da humanidade”.
Já no ato de fecundação o Espírito participa da organização de células do corpo físico, plasmando-lhe os reflexos que lhe são próprios. Segundo Emmanuel, no livro, O Consolador: “… O corpo físico, excetuadas certas alterações impostas pela prova ou tarefa a realizar, é uma exteriorização aproximada do corpo espiritual, exteriorização mais grosseira, no mecanismo das heranças celulares, as quais por sua vez, se enquadram nas indispensáveis provações ou testemunhos do indivíduo”.
Mais adiante, informa-nos que: “… As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano a patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho psíquico”. (1980:66)
E que:
“Há enfermidades d’alma tão persistentes que podem reclamar várias estações sucessivas, com a mesma intensidade nos processos regeneradores”.
Nos diz também no livro, Pensamento e Vida, que: “As enfermidades congênitas nada mais são que reflexos da posição infeliz a que nos conduzimos na pretérito próximo, reclamando a internação na esfera física, às vezes por prazo curto, para tratamento da desarmonia interior em que fomos comprometidos”.
Face ao exposto, assim explicamos a congenitalidade da pré-disposição física às drogas:
Ainda em “O Consolador” (Emmanuel, págs.84 a 86) encontramos a informação de que a determinação Divina é a Lei do Amor. O homem tem livre-arbítrio e no uso do mesmo, quando pratica ações contrárias à Lei, provoca a desarmonia e, na medida em que se torna responsável, ele próprio organiza o determinismo de sua existência para resgatar os elos da harmonia que rompeu. Os conteúdos intrapsíquicos registrados no seu inconsciente anímico formam em torno de si um campo energético, colocando-o a descoberto para a espiritualidade na medida em que reflete as marcas e registros de suas ligações passadas. Apegados aos males físicos, esquecem-se dos males psíquicos, ignorando a questão da sensibilidade mediúnica dos indivíduos e indiferentes à ação quase avassaladora de entidades desencarnadas e inteligentes. Apoiados na hereditariedade orgânica com as suas conseqüências naturais ou patológicas, se esquecem da hereditariedade psíquica – acervo de vícios e intoxicações que o espírito traz de existências passadas.
Atribuem ao meio ambiente atual e aos arrastamentos dos amigos de agora, e não se lembram da possibilidade e da realidade dos meios e dos arrastamentos produzidos em vidas passadas.
VIDAS PASSADAS ASSOCIADAS AO ABUSO RESULTA NUMA REENCARNAÇÃO PRÉ-DISPONENTE COMO FORMA DE SUPERAÇÃO E DEPURAÇÃO DO SER ATRAVÉS DA PROVAÇÃO, EXPIAÇÃO OU SERVIÇO AO PRÓXIMO.
E uma dessas leis e bases principais, às quais se agarram para tudo explicar, mesmo compreendendo a fraqueza dos argumentos, é a hereditariedade patológica. No entanto, o papel da hereditariedade psíquica é muito mais importante, porquanto a sua ação se faz sentir em todo o terreno da patologia.
A lepra, a tuberculose, o câncer, males que se estabelecem no corpo e usufruem os seus elementos químicos, se dispersam com a transformação, mas os vícios, como o álcool e os entorpecentes, são conservados pelo perispírito, sofrendo a intoxicação do seu ego, a intoxicação psíquica.
Os primeiros males desaparecem com o corpo; os segundos persistem, pois o espírito não morre – continua a sua vida como repositório dos sentimentos, dos desejos. Morto o alcoólatra, o seu espírito continua intoxicado e enfermo; tanto que se em vida humana o seu vício o levou ao manicômio, nos manicômios do espaço continuará para desintoxicação perispiritual. O espírito sobrevive ao corpo, levando, consigo, todos os sentimentos e todos os desejos, e almas atormentadas pelo vício são verdadeiros tóxicos que se deixam levar para fora da estrada dos bons sentimentos, arrastando, também, os seus irmãos encarnados, de cujas taras psíquicas se aproveitam em benefício próprio.
A verdadeira essência da vida está na vida psíquica. Para que a medicina não se veja entravada na sua sublime missão, ela precisa ampliar o seu combate às causas, orgânicas, atacando, também, as causas psíquicas. Para isso, precisa estudar e investigar com os ensinamentos que lhe oferece o Espiritismo, com as Leis da Imortalidade e da Reencarnação, a fim de que a sublimidade da sua missão seja ainda mais eficiente.
Psiquiatria em Face da Reencarnação – Dr. Inácio Ferreira
Estudando a Doutrina Espírita (Centro Espírita Fraternidade Allan Kardec) Tema: Dependência Química
muito interessante obrigado