O Nosso Embrutecimento: O Descumprimento da Lei de Sociedade

O Nosso Embrutecimento: O Descumprimento da Lei de Sociedade

Rafaela Paes de Campos

Disse-nos Dr. Bezerra de Menezes que: “Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos (MENEZES; DIVALDO, s.d. on-line)”. Infelizmente não é uma premissa que vem sendo exercida nos tempos atuais.

Há bem pouco as circunstâncias impuseram que nos distanciássemos. Forçosamente, embora de forma necessária, sentimos na pele a falta que uma presença amada nos faz, falta essa que também aprendemos não ser suprida pelos meios virtuais que temos hoje à nossa disposição.

Entretanto, certamente não tiramos das linhas passadas as lições que eram necessárias e que seriam úteis dali em diante, e nossa tendência foi um afastamento ainda maior, como se conhecêssemos o conforto de estarmos em nossa própria companhia e ali optássemos por permanecer.

Por certo que aprender a amar a própria companhia é algo deveras importante e benéfico, pois nos momentos de silenciamento é que conseguimos nos conectar e abrir nossos ouvidos para as boas inspirações que nos são sugeridas o tempo inteiro por nossos Mentores. Mas não é um lugar de permanência!

Vieram as dissenções, colocamo-nos em lugares fixos e impenetráveis. Sumiu a velha concordância em discordar e chegamos ao ponto em que hoje nos encontramos. Vivemos em bolhas, sozinhos, raivosos e estagnados.

Não somos ilhas, meus irmãos, e sozinhos nós não chegaremos a lugar algum! “Nenhum homem dispõe inteiramente de suas faculdades. Por meio da união social, eles se completam mutuamente, para assegurar o seu bem-estar e progredir. É por isso que, tendo necessidade uns dos outros, são feitos para viver em sociedade e não isolados” (KARDEC, 2018, p. 248).

Privando-nos dessa troca que nos torna pessoas melhores com o conhecimento das experiências alheias, estamos nos colocando em posição de perda consciente de tempo, e não é para perder tempo que nós, Espíritos imortais que somos, fomos enviar à uma experiência material.

Nunca houve tão fácil acesso à informação, nunca houve tamanha quantidade de conhecimento ao nosso dispor na distância de um clique, mas igualmente jamais houve entre a gente tanta dificuldade em colocar o que aprendemos em prática.

Desunidos e esbravejando nossas posições com ódio, estamos alimentando todas as egrégoras que nós desejamos tanto que deixem de existir em nossas vidas. Esquecemo-nos que não há mudança externa que se opere sem a mudança individual. Se eu quero que algo mude, eu mudo primeiro e dou o exemplo que contamina aos demais e assim há as ondas de evolução que tanto almejamos.

Falamos tanto em regeneração planetária, como se uma mágica fosse descer dos céus e de uma hora para outra, as provas e expiações fossem substituídas por sorrisos e pelo bem. O orbe precisa que a gente evolua para que a sua própria evolução seja mais rápida.

É só em nossa união, na somatória de forças, na consciência dos atos e cobranças, na aceitação de que somos partes individuais de um todo que não funciona sem um de seus elos, que alcançaremos os nossos desejos mais íntimos.

Antes disso, e sem isso, seremos apenas seres embrutecidos buscando fazer valer a sua própria vontade, numa clara demonstração do quanto o orgulho e o egoísmo ainda são partes indivisíveis de quem somos.

Fonte: Letra Espírita

REFERÊNCIAS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, tradução de Matheus R. Camargo. Editora EME: Capivari/SP. 2018.

MENEZES, Bezerra de. Pensamento de Bezerra de Menezes e Divaldo Franco, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco. Disponível em: https://www.mensagemespirita.com.br/pensamento/divaldo-franco/bezerra-de-menezes/202. Acesso em: 01 de novembro de 2022.

Esta entrada foi publicada em A Família, Artigos, Ciência, Espiritismo, Sociedade, Transição. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário