baseado In O LIVRO DOS ESPÍRITOS
Cap. X, subcap. IV
Obra codificada por Allan Kardec
A consciência é um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos. (LE – 835)
Nenhum homem tem o direito de pôr embaraços à liberdade de consciência ou a liberdade de pensar, porque só a Deus cabe julgar a consciência de cada um. Assim como os homens, pelas suas leis, regulam as relações de homem para homem, Deus, pelas leis da Natureza, regula as relações entre Ele e o homem. (LE – 836)
O resultado dos entraves à liberdade de consciência é constranger os homens a procederem de maneira diversa ao seu modo de pensar, o que os tornará hipócritas. A liberdade de consciência é um dos caracteres da verdadeira civilização e do progresso. (LE – 837)
Toda crença é respeitável, quando sincera e conduz à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal. (LE – 838)
Escandalizar com a sua crença um outro que não pensa como ele é faltar com a caridade e atentar contra a liberdade de pensamento. (LE – 839)
Podem reprimir-se os atos, mas a crença íntima é inacessível. (LE – 840)
Reprimir os atos exteriores de uma crença, quando acarretam qualquer prejuízo a terceiros, não é atentar contra a liberdade de consciência, pois que essa repressão em nada tira à crença a liberdade, que ela conserva integral.
Deve-se sempre respeitar a liberdade de consciência, contudo não é útil deixar que se propaguem doutrinas perniciosas, que poderão atentar contra esta liberdade. Podemos trazer ao caminho da verdade os que se transviaram obedecendo a falsos princípios, mas, deve-se ensinar, a exemplo de Jesus, servindo-se da brandura e da persuasão e não da força, o que seria pior do que a crença daquele a quem se deseja convencer. Se alguma coisa se pode impor, é o bem e a fraternidade. Não se deve crer que o melhor meio de fazê-lo seja pela violência, pois a convicção não se impõe. (LE – 841)
O indício pelo qual se poderá reconhecer a qualidade de uma doutrina, pois a maioria delas alimentam a pretensão de ser a expressão única da verdade, e visam o direito de se apresentar como tal, será por aquele que fizer mais homens de bem e menos hipócritas, isto é, pela prática da lei de amor na sua maior pureza e na sua mais ampla aplicação. Este é o sinal pelo qual se fará reconhecer uma boa doutrina, visto que todo ensino que tiver por efeito semear a desunião e estabelecer uma linha de separação entre os filhos de Deus não pode deixar de ser falso e pernicioso. (LE – 842)
Artigo reproduzido com autorização do autor.