INTOLERÂNCIA E RADICALISMO

INTOLERÂNCIA E RADICALISMO

Divaldo P. Franco

Houve, na Roma antiga, um templo dedicado a Jano, que durante um milênio somente fechou as suas portas nove vezes, correspondentes aos períodos em que a República esteve em paz. O deus singular era representado com duas faces, o que o tornou conhecido como bifronte, atributo conseguido de Saturno, a quem favorecera, e que o dotara com a capacidade de perpetrar o passado e o futuro, conforme narra a mitologia, ao se referir ao mais antigo rei do Lácio conhecido. – Joanna de Ângelis – Florações evangélicas

Há, no ser humano, a predominância dos instintos básicos, particularmente, a ira, que se transforma em cólera, desde quando estimulada pelos desejos não realizados.

Desde muito cedo, revela-se essa particularidade, nos indivíduos ególatras, que transpiram intolerância, sempre se acreditando certos e corretos em detrimento dos demais, mesmo quando portadores de melhores conceitos e mais coerentes conhecimentos.

Graças a eles, a intolerância sempre marchou com vitalidade entre as pessoas, mesmo algumas bem equipadas de conhecimentos. São os rebeldes de todos os tempos, inspiradores de lutas e revoltas, produzindo inquietação no grupo social em que se encontram.

Dessa intolerância doentia ao radicalismo é um passo audacioso, que envolve a mente dominada pelas paixões sórdidas e perversas.

Manifestam-se esses lamentáveis episódios no ódio de raças e etnias, de costumes e tradições, especialmente, nas comunidades religiosas em que se refugiam esses fracos morais, porque destituídos de valores éticos.

Neste momento, há uma onda de horror pela intolerância e decorrência do radicalismo religioso dos talibãs, que enfrentam a sociedade e as nações com as suas retrógradas condutas, tornando leis indiscutíveis os textos da Sharia.

Sharia, segundo o Google, é a lei muçulmana ou islâmica, tanto em relação à justiça civil e criminal, quando regulando a conduta individual, pessoal e moralmente. O corpo das leis baseado nos costumes fundamenta-se no Alcorão e na religião do Islã.

A leitura, distorcida pelas mentes que odeiam, permite a prática dos crimes mais hediondos, conforme os que vêm sendo praticados no Afeganistão, após a reconquista de Cabul, na semana passada.

Cenas indescritíveis são apresentadas pelos fanáticos assassinos, ante as suas vítimas indefensas, que entregam os seus filhos aos soldados americanos e à massa humana no aeroporto em tentativa de fuga…

Cristãos passam a ser mártires, de forma odienta, pelos infrenes conquistadores, que reduzem a mulher à insignificância e a mutilações descabidas, terminando na morte cruel.

A Humanidade necessita despertar como um todo, neste período de crise, de modo a merecer a denominação de civilizada, preservando os direitos humanos.

Divaldo Pereira Franco

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, 26/08/21

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