IMORTALIDADE
Divaldo P. Franco
O debate filosófico sobre a Imortalidade da alma é muito remoto e encontramos notáveis pensadores e cientistas que se dedicaram ao estudo profundo do ser, posteriormente apresentando o resultado das suas investigações.
Na Grécia Antiga, combatendo as ideias espiritualistas de Sócrates, Platão e Aristóteles, surgiram as contribuições de Leucipo, Lucrécio e Demócrito. Enquanto os primeiros informavam que a vida continuava após a morte, os outros elucidavam que tudo quanto existe é resultado do movimento, do vácuo e dos átomos. Quando um desses elementos se altera, ocorre a desestruturação da matéria, portanto, o aniquilamento. Nasceu aí o denominado atomismo, que é uma das primeiras explicações materialistas para elucidar a origem do Universo.
Enquanto, de um lado, em quase todos os países, narravam-se fatos demonstrativos da Imortalidade, num natural e compreensível confronto, as teses niilistas apareceram com formulações diferenciadas, mas com o mesmo conteúdo destrutivo.
A lógica esclarece que a Vida, gastando mais de dois bilhões e duzentos milhões de anos para construir o ser humano, não pode havê-lo elaborado apenas para o breve período entre o berço e o túmulo. Ademais, o nada não pode gerar senão o nada.
Os embates prosseguiram, enquanto a Ciência avançou nas suas profundas inquirições e análises.
De surpresas sucessivas, a investigação da Ciência chegou, no Século XX, à mais completa análise da matéria e demonstrou a necessidade da mudança do seu conceito multimilenar.
Matéria é energia condensada (ou resfriada), e tudo é energia, que é matéria desagregada.
A partir de Dalton, com a demonstração científica sobre a teoria corpuscular, a Roentgen, a Becquerel, ao casal Curie, a matéria se foi desestruturando e tornando-se radiação, isto é, energia, um reino de ondas e raios, correntes e vibrações.
A contribuição da Física Quântica, no estudo em torno da matéria, facultou entender-se a possibilidade de existir uma energia pensante, que é o Espírito.
Anteriormente, com o surgimento do Espiritismo, os Imortais desencarnados haviam definido o Espírito como o princípio inteligente do Universo.
A concordância de definições demonstra que a sua Imortalidade é real. Nada morre. A vida é indestrutível.
Desse modo, não chores os teus afetos que desencarnaram, porque eles vivem.
Recorda-os com ternura e gratidão pela convivência afetuosa que tiveste com eles.
A celebração de Finados é mais do que a demonstração do carinho dos que estamos no corpo em homenagem aos que já se libertaram e convivem conosco.
Faze o bem por amor a eles e prepara-te para viver após a tua desencarnação, tornando-te um elemento digno na sociedade na qual te encontras.
Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 04/11/21