Filhos de Deus

“Que queres conosco, Filho de Deus? 

Por: Jane Maiolo

Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara. [2]

Aos primeiros dias do ano 30 a cidade de Jerusalém recebia a visita de um ilustre e desconhecido galileu, Jesus, o chamado Cristo.[3] Aqueles, como hoje, eram dias difíceis de subjugação, exploração, desvalorização da criatura humana e saturada violência.

Nesse painel conflituoso chega o Mestre, o nosso Guia e Modelo [4], para apresentar o Criador, iluminar consciências, consolar aos aflitos de todos os jaezes e mostrar o caminho para retornar ao aprisco divino. Tal qual o  imã, com seu  campo magnético característico , Jesus atraia e atrai-nos a todos quer pelo consolo que proporciona, ou para medicamento  do corpo físico.

Na sua grandeza espiritual não prescindiu e não prescinde da colaboração dos humildes pescadores, coletores de impostos, comerciantes e das mulheres, dando-nos a lição de que  a obra de edificação no Bem requer o espírito de colaboração dos seareiros, cadastrando os homens de boa vontade para  a Seara Divina.

E confirmou tal convite e tarefa após 18 séculos, consignado  em  O Evangelho Segundo o Espiritismo cujo título ‘Os Obreiros do Senhor’  nos traz a seguinte convocação: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas dissensões, houverem retardado a hora da colheita, pois a tempestade virá e eles serão levados no turbilhão!” [5]

A seara do Mestre é o campo da vida , no qual todos nós somos chamados a laborar, mas raríssimos são aqueles que suportam e enfrentam as tormentas conflituosas do  campo de ação , seja na vida íntima ou social. Em face disso  o trabalhador do Cristo é constantemente assediado pelas forças constrangedoras das consciências empedernidas temporariamente no clima do mal e na faixa vibratória da ociosidade. Influências ainda possíveis em face de agirmos sem arcabouço moral desejável.

Não resta a menor dúvida de que o Cristo aguarda nossa singela cooperação na Seara bendita das tarefas espirituais, sociais e morais. Embora há muito o que fazer, que evangelizar, que não temer, que nos autodescobrir e autoconhecer. Indubitavelmente há muito que nos aperfeiçoar em nível de sentimentos superiores.

O Movimento Espírita é a Seara imensa, solicitando trabalhadores simples, justos e comprometidos com a mensagem libertadora do Evangelho.

O salário de cada um será o valor da consciência tranquila pelo dever cumprido. A responsabilidade da tarefa assusta os pequeninos seareiros que esquadrinham na colheita a própria regeneração.

Estamos presenciando a apoteose de um ciclo transformador  na Humanidade. Bem aventurados aqueles que acatam o apelo do Alto para o trabalho renovador sem prejudicar a obra. Somos espíritos em condição evolutiva mediana , mas podemos ser seareiros fiéis à mensagem do Grande Seareiro como nos lembra Eric Stanislas na obra  O Céu e Inferno,  capítulo III – “Ah! irmãos, quanto bem por toda parte, quantos doces pensamentos elevados e  simples como vós, como a vossa Doutrina, estais chamados a semear na longa rota que tendes a percorrer; mas, também, quanto tudo isso vos será tributado  antes mesmo do momento em que vós a isso teríeis  direitos!” [6]

Aos primeiros dias do ano 2015,  Jesus continua aguardando o cadastro dos seus pequeninos seareiros .E,  inadvertidos, questionamos: “Que queres conosco, Filho de Deus?

Referências Bibliográficas:

[1]Mateus 8:29 – [2]Mateus 9:37-38 – [3] XAVIER, Francisco Cândido. Boa Nova, ditado pelo Espírito Humberto de Campos, cap. 03, RJ: Ed FEB, 1990 – [4] KARDEC, Allan Kardec. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB , 2007. Perg 625 – [5]KARDEC, Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Rio de Janeiro: Ed. FEB. 2007. Cap.XX, item 5. – [6] KARDEC, Allan. O Céu e Inferno, São Paulo: Ed IDE ,1934

*Jane Maiolo – É professora de Ensino Fundamental, formada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Dirigente da USE Intermunicipal de Jales. Colaboradora da Sociedade Espírita Allan Kardec de Jales. Pesquisadora do Evangelho de Jesus. Colaboradora da Agenda Brasil Espírita- Jornal O rebate /Macaé /RJ – Jornal Folha da Região de Araçatuba/SP – Apresentadora do Programa Sementes do Evangelho da Rede Amigo Espírita. janemaiolo@bol.com.br

rede amigo espírita

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