Fake news das omissões e dos acréscimos
José Reis Chaves
Inspirou-me para fazer esta matéria a prece inicial da Missa: “Ó Deus, perdoai os nossos pecados cometidos por pensamentos, palavras, ações e omissões”. O ex-padre, filósofo e teólogo Rhoden diz uma grande verdade sobre a lei de causa e efeito: “O que devemos fazer e podemos fazer, mas não o fazemos, cria carma de dor.” E ensinou o maior dos Mestres: “Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo.” (Mateus 5:26). Esses assuntos têm muito a ver, também, com os vários tipos da comunicação e da mídia. E essas duas palavras que parecem sinônimas, às vezes, os comunicólogos as misturam…
Os tradutores antigos da Bíblia do século 19 e princípios do 20 para o português eram católicos ou protestantes e evangélicos que pouco ou nada sabiam do Espiritismo codificado por Kardec, o criador da ciência do espírito, na década de 1850. Esses tradutores não perceberam (ou concordaram com elas) que várias passagens da Bíblia estão de acordo com a doutrina dos espíritos, seus fenômenos mediúnicos e a reencarnação, traduzindo-as, normalmente.
Mais tarde, os novos tradutores da Bíblia não espíritas, sabendo da “distração” dos tradutores antigos, que não “perceberam” que as passagens originais são espíritas, estão alterando agora as traduções daquelas passagens bíblicas originais espíritas, tirando delas as ideias espíritas. Recomendamos, pois, as traduções antigas, como a do padre Figueiredo, do Soares e do João Ferreira de Almeida não reformadas. Essas alterações da Bíblia, para que ela não pareça espírita, geralmente, estão também contra as escrituras sagradas da maioria de outras religiões e estão, portanto, bem conhecidas, hoje, não somente pelos espíritas.
E vamos, agora, ao que eu tenho chamado de “fake news das omissões”, ou seja, certos assuntos de que os líderes religiosos fogem no que escrevem ou falam. Por exemplo, a reencarnação, contra a qual lhes faltam argumentos de peso, desacreditá-la hoje é, como se diz, malhar em ferro frio, pois ela é aceita atualmente por 75% da população mundial, independente de religião.
E, inclusive, ela e a mediunidade têm tirado muita gente do materialismo e, então, o seu silêncio ou fake news da omissão. Sim, pois, qualquer informação ou omissão com o objetivo de enganar as pessoas não deixa de ser também uma espécie de fake news. Isso tem acontecido muito, também, com alguns veículos midiáticos do Brasil, os quais só divulgam com ênfase e até com acréscimos ou omitem notícias de acordo com seus interesses político-ideológicos, o que é lamentável e pode, também, até prejudicar seus próprios interesses midiáticos, pois há seus apoiadores, sim, mas há também os que discordam das suas políticas ideológicas radicais!
José Reis Chaves
Fonte: Espiritismo na Rede