Espírita Pode se Candidatar a Cargo Político?
Victor Hugo Freitas
Em um conceito moderno, política é a ciência moral que dá as normas do governo em uma sociedade civil. A política é algo que está presente no nosso dia-a-dia e serve para discutirmos ideias afim de progredirmos como sociedade, seja na comunidade municipal, regional ou em nível nacional. A política não é algo exclusivo dos políticos; estes têm a oportunidade de nos representar e a política tem grande importância na formação da consciência de sociedade no jovem, pois estamos formando cidadãos que devem saber dos seus direitos e deveres na sociedade.
No Brasil, política começou a ser discutido de alguns anos para cá e, com isso, surgiram alguns movimentos espíritas em prol do tema com objetivo de conscientizar os espíritas na importância da evolução moral seguindo os preceitos da doutrina para a ordem social. Lançado em 2014, pelo escritor espírita Aylton Guido Coimbra Paiva, a obra Espiritismo e política: contribuições para a evolução do ser e da sociedade procura demonstrar que, sob o aspecto filosófico, a nossa Doutrina tem muito relação com a política, já que esta tem como objetivo principal administrar a sociedade de forma justa.
Segundo Aylton, a lei do progresso é um intenso e profundo desafio para que trabalhemos pela evolução moral da humanidade. Com este objetivo, o espírita deve estimular a sociedade humana a fim de que haja desenvolvimento de elaboração de leis justas, em benefício de todos, sem distinção.
Precisamos enfatizar que a obra não estimula o leitor a participar da política partidária, e não afirma que o espírita deva participar ou não de organizações políticas. Nós espíritas precisamos ter a consciência de que o espírita é livre pelas suas escolhas e deve contribuir progressivamente na sociedade a fim de alcançarmos a paz e o amor fraternal.
Uma pergunta comum quando falamos de Espiritismo e Política é se um espírita pode candidatar-se a cargo político. Sabemos que não há nenhuma ilegalidade, pelo contrário, há todo respaldo da constituição federal que permite a qualquer cidadão a se candidatar a cargos legislativos ou executivos sendo das esferas municipal, estadual ou federal. Então, por que nos preocupamos tanto isso? É comum relacionarmos política com bandalheiras praticadas na política partidária, que envolve muitas vezes o uso de pessoas desonestas para atender interesses pessoais praticando corrupção. No entanto, este perfil está presente na sociedade como um todo: nas atividades comerciais, industriais, responsáveis por casas religiosas, enfim, é uma questão muito abrangente que trata de caráter, falta de ética…
Portanto, se um espírita pretende se candidatar a algum cargo político se sentindo apto para tal, ele precisa lembrar que cargos são passageiros e que há uma missão muito maior que o poder que é a responsabilidade de deixar um legado positivo na sociedade atuante. O que não deve ser feito é o espírita que ocupa cargo político misturar as coisas, não respeitar o livre-arbítrio e querer levar a política partidária com sua ideologia para dentro de centros espíritas.
Victor Hugo Freitas
Fonte: Letra Espírita
REFERÊNCIAS
Paiva, A. (2014). Espiritismo e Política: Contribuições para a evolução do ser e da sociedade. FEB Editora.