A CEGUEIRA DO MATERIALISMO
Quem ilude quem?
Adelvair David
Afirmou Jesus, o mestre dos mestres, “Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco”. – Mateus 15:14.
Desde os altos escalões da sociedade até o mais singelo indivíduo é comum o homem usar sem qualquer escrúpulo de sua posição ou inteligência para subtrair o quanto pode aquilo que não lhe é devido. Mente, simula, elabora falsos projetos para justificar suas pérfidas ações, muitas vezes o faz até mesmo em nome de Deus, sem qualquer constrangimento.
É muito importante analisarmos nossas intenções e desejos. Excetuando-se os ingênuos, os ignorantes e crédulos de coração, uma parcela muito grande da humanidade age com mau propósito, desejando obter alguma vantagem na vida sem qualquer esforço, o dinheiro fácil, benefícios espirituais sem fazer mudanças no comportamento e sentimento, cargos e lugares sem qualquer mérito e até usurpando os direitos dos outros. Este proceder em desalinho com a ética e a moral atrai os lobos que levam à ruína aqueles que a eles se submetem, roubando-lhes até dignidade.
O que podemos inferir da fala de Jesus é que, enganados e enganadores podem estar cegos pelas suas ambições desmedidas e pela desonestidade, portanto iludidos, nada nos pertence se não for ganho com luta e esforço pessoal gerando merecimento, de outra forma entramos na lei do demérito. É preciso considerar que toda ação imprime uma marca na consciência, ela chamará cada um às contas em algum tempo, se não for agora enquanto estamos nesta existência, certamente será no mundo espiritual. É impossível esconder-se de si mesmo e das vítimas. Ensinam os espíritos venerandos que o malfeitor estará sempre na presença de quem prejudicou e dele não poderá ausentar-se, podendo ter que percorrer longo caminho ao seu lado em vidas tormentosas e de difícil relacionamento até lhe restituir o que tirou e conquistar o seu coração.
A forma egoísta e orgulhosa de seguir com a vida revela uma natureza moral inferior, verdadeira cegueira que precisa de urgente atenção, de modificação para melhor. Praticando ações morais negativas cairemos todos no barranco a que se refere Jesus, que é a desilusão, a tristeza, a amargura, o prejuízo espiritual e os remorsos. Quem se deixa conduzir movido por mau desejo está cego, quem conduz com intenções ilícitas também está cego e certamente ambos acabarão na ruína moral. Somente não fazendo aos outros o que não desejamos que os outros nos façam é que atingiremos a paz de consciência, a verdadeira felicidade.
Conforme aprendemos, o verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, amor e caridade na sua maior pureza, ou seja, que faz o bem pelo bem, sem desejo de obter qualquer vantagem sobre os seus irmãos.
Na prática do mal nada de útil se obterá.
Adelvair David
Fonte: Agenda Espírita Brasil