EDUCAÇÃO PRA QUÊ?
A EDUCAÇÃO, SE BEM COMPREENDIDA, É A CHAVE DO PROGRESSO MORAL
A humanidade é, genuinamente, produtora de conhecimentos, desde os primórdios o homem procura solucionar problemas que afetariam sua sobrevivência senão utilizasse de seu bom gênio, da sua intuição, da sua inteligência.
A capacidade investigativa e criativa do homem possibilita-lhe sempre novos caminhos, novas descobertas, novas perspectivas.
Num cenário, propício a desenvolver as habilidades socioemocionais e sociocognitivas, solidificado ao longo dos milênios, eis que surge a escola e consequentemente o professor.
Se a escola é um organismo vivo e complexo, cuja esperança é o currículo mais almejado, o professor é o oxigênio de todo esse corpo. Sentir-se professor é ter a lucidez da desconstrução contínua no momento histórico, líquido onde há de se reconstruir a cada instante.
O professor é o profissional cujo maior interesse é o aluno. É o aluno que interessa, que aprende, que avança, que cria, que inventa, que realiza, que lhe tira o sono, que lhe rouba a paz, que lhe impulsiona as mudanças e a aquisição de novos valores. Portanto, sem oxigênio o aluno não respira. O que seria o oxigênio se não tivesse função a cumprir? Certamente esse é um processo bilateral, aprende o aluno, mas também o professor. Talvez o professor saiba, sem saber, que a sua profissão lhe aproxima do amor ágape e que sua atuação deva ser um compêndio de valores e ações que contribuam para a transformação da sociedade tornando-a mais equilibrada, humana e socialmente justa, entretanto, educar para quê?
Notário aceitar que “a educação, se bem compreendida, é a chave do progresso moral, instrumento pelo qual a humanidade se renovará”, como afirmava o mestre lionês Hippolyte Léon Denizard Rivail.
Há décadas acompanhamos os sérios problemas dos desvios morais, do desequilíbrio no caráter e da ausência de valores elevados. O alto índice da violência como reflexo de uma sociedade sem inteligência racional, sem rumos e sem perspectivas progressistas demonstram como a revolução educacional é urgente.
Nas últimas três décadas 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas no Brasil, o negro ainda hoje é sobre representado nos estratos sociais de mais baixa renda, o feminicídio ainda é crescente fortalecendo uma concepção de sociedade patriarcal. Relata o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) de 2013, que em 2012 foram notificados 50.617 casos de estupro no país.
O Brasil é um dos países mais violentos do planeta. A cada ano mais de 53 mil pessoas são assassinadas, outras 54 mil morrem em acidentes, inclusive os de trânsito, 12 mil se suicidam e 10 mil são fatalmente vitimados de forma violenta sem que o Estado consiga definir a causa do óbito. Educar pra quê?
Educação significa VIDA, vida que vale a pena preservar. Educar é parceria família e escola.
Valorizar o professor é questão de esperança nas futuras gerações. Que as políticas públicas possam contemplar o professor na sua identidade múltipla geradora de vida, sabedoria e esperança!
Os Homens, de boa vontade, se servirão de seu entendimento para iluminar os rumos da nossa Humanidade.
Jane Maiolo
janemaiolo@bol.com.br
Fonte: Rede Amigo Espírita
Referência:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2007- questão 917
https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/artigo/13/custo-da-juventude-perdida-no-brasil