Filosofia Espiritualista

FILOSOFIA ESPIRITUALISTA

Quantos espíritas há no Brasil ? (Jorge Hessen)

Jorge Hessen

jorgehessen@gmail.com

Será que o espírita é somente aquele que está vinculado a uma instituição espírita, ou ao movimento espírita? Para Kardec, não! Observemos o que ele diz na Introdução ao estudo do Espiritismo, contido em O Livro dos Espíritos – “para se nomearem coisas novas são precisos termos novos. Assim o exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras. Os vocábulos espiritual, espiritualista, espiritualismo têm acepção bem definida.” [1]

Quem quer que acredite haver em si alguma coisa mais do que matéria, é espiritualista. Não se segue daí, porém, que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível. Em face disso, ao invés de usar as palavras espiritual, espiritualismo, Kardec empregou os termos espírita e espiritismo para indicar a Codificação. Ora, a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com dos Espíritos.

Como especialidade, o Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade, prende-se à doutrina espiritualista, uma de cujas fases apresenta. Essa a razão porque traz no cabeçalho da 1ª. Edição de 1857, do seu título as palavras: Filosofia espiritualista.

Notemos uma curiosa afirmativa do Codificador,  quando diz que do ponto de vista religioso, o Espiritismo tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas futuras, independentes de qualquer culto particular. Seu objetivo é provar, aos que negam ou duvidam, que a alma existe, que sobrevive ao corpo e experimenta após a morte as conseqüências do bem ou do mal que tenha feito durante a vida corporal. Ora, isto é de todas as religiões.

Os adeptos do Espiritismo são os espíritas, ou os espiritistas. Mas Kardec acrescenta que que como crença nos Espíritos, o Espiritismo é igualmente de todas as religiões, assim como é de todos os povos, visto que, onde quer que haja homens, há almas ou Espíritos; que as manifestações são de todos os tempos, achando-se seus relatos em todas as religiões, sem exceção.

Por essa razão, Kardec afiança que pode-se, ser católico, grego ou romano, protestante, judeu ou muçulmano, e crer nas manifestações dos Espíritos; por conseguinte, ser espírita. A prova disto é que o Espiritismo tem aderentes em todas as religiões. [2]

Não há como negar que há muitos confrades que jazem dentro da Igreja romana, são os espiritólicos, ou seja, são os católicos espíritas (porque aceitam as comunicações dos Espíritos). É verdade! Muitos dizem que são espíritas, mas não conseguem desapegar da igreja, outros não desapegam dos terreiros. Se se sentem bem aí que fiquem aí.  Não temos nada contra, mas só não podem trazer suas crenças para as hostes espiritas. Óbvio que não podem fazer um Espiritismo à moda do catolicismo, da umbanda etc.,  pois seria uma inversão dos objetivos e  significados da Doutrina dos Espíritos.

Considerando as ponderações de Kardec aqui demonstradas, basta um adepto de qualquer seita ou religião aceitar a comunicação dos espíritos para ser considerado espírita, logo, sob esse ponto de vista , podemos acrescentar dezenas de milhões de espíritas no Brasil , em face disso naturalmente há um número de espíritas que vai  muito além dos declarados pelo último censo do IBGE.

Concordam comigo?

Matutemos, pois!

Jorge Hessen

Referências bibliográficas:

[1]     KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, Introdução ao estudo do Espiritismo, RJ: Ed. FEB, 2002

[2]     KARDEC, Allan. O Espiritismo em sua mais simples expressão, RJ: Ed. FEB,  1992

Esta entrada foi publicada em A Família, Artigos, Ciência, Espiritismo, Transição. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Uma resposta para Filosofia Espiritualista

  1. Paulo S Higa disse:

    Como um dos Amarelos do Brasil, isto é descendentes de imigrantes japoneses, que apareceu após o uso da energia nuclear nos humanos, as religações com Deus, Uno, Pai e Mãe celestial é de longa data. As comunicações com os falecidos, os antepassados, via instrumentos humanos dos membros familiares e de outras etnias Negros e Vermelhos descendentes dos nativos se fez na infância, juventude e na maturidade.
    Com os fatos familiares no decorrer do tempo tive a oportunidade de conhecer os Livros da Doutrina Espírita. Onde tive a maioria dos questionamentos da infância.

Deixe um comentário