Mentir a si próprio

Mentir a si próprio

Miramez

Quando Jesus disse que a verdade liberta a alma foi, desta maneira, destruindo a mentira. A mentira maior acontece quando mentimos para nós mesmos; ao alimentarmos os vícios, estamos nos enganando; quando negamos o progresso em todos os sentidos, estamos procurando ludibriar as necessidades da verdade; quando damos vazão à gastronomia, sentindo a consciência do erro, pagamos caro na manifestação da doença. Ao mentirmos a nós mesmos, estamos cavando a própria sepultura antes do tempo marcado pelo verdadeiro tempo.

Devemos modelar a nossa vida com a vida do Cristo, que Ele nos salvará, indicando-nos as vias para o equilíbrio e a paz. Compreende-se daí que temos necessidade de um guia. D’Aquele que serve a toda a humanidade desde o princípio. Devemos ter cuidado com as aparências, porque elas podem levar à tristeza. O vigiar e orar de Jesus nos dá segurança contra as imposturas, que de passo a passo sempre encontramos nos caminhos.

Convém a todos nós organizar nossos pensamentos e ter maior cuidado na formação das ideias, para que elas não carreguem o traço do embuste, fazendo com que os companheiros que acreditam em nós constatem a brevidade dos assuntos de que assumimos a paternidade.

Não mentir para nós mesmos significa retidão de vida e, para tanto, o nosso trabalho, que o empenho nos faz levar avante, deve ser grandioso, modificando toda uma estrutura de vida.

O homem cheio de patranha nos seus ideais de vida é sempre infeliz por onde passa, sendo capaz de semear discórdia por onde transita. Tudo o que fazemos malfeito é, pois, um começo de fraude, como a semente da mentira. Necessário se faz que compreendamos que responderemos por essas ideias semeadas, porque colheremos os frutos desastrosos.

Quando julgamos alguém, mesmo que esse alguém esteja errado no nosso conceito, sempre acrescentamos algo da nossa parte, que pode avolumar e vir ao nosso encontro, como a água dos rios que corre para o mar. Se não mentes para ti mesmo, nunca mentirás para os outros. A harmonia de dentro ilumina por fora e, se conhecemos a árvore pelos frutos, conhecemos as almas pela sua vida, pelos seus pensamentos, palavras e ações.

A ilusão desarticula todas as possibilidades do que dela se faz instrumento. É bom que observemos a vida dos sábios; eles conversam pouco, porém falam sempre a verdade que educa, que instrui e ainda liberta quem se interessa por ela. Todo embromador atrofia seus valores espirituais, sendo desvalorizado junto aos seus companheiros; todas as notícias, tanto do bem como do mal, “correm mundo” e, por vezes, o último se irradia mais na faixa humana. O mentiroso é um infeliz, porque nem ele mesmo acredita nele, quanto mais nos outros que o ouvem, mas, como tudo tem conserto, quem deseja melhorar-se pode começar agora mesmo com a ponderação, porque o acostumado à impostura vive dentro dela e os anos a fazem solidificar-se, como que condicionando vibrações negativas, que somente o tempo, envolvido com a verdade, pode desarticular, modelando o bem, na regência da verdade. O engano, com o tempo, nos faz crer que existe a verdade.

Procura Deus, mesmo da maneira que sabes, que as intenções, sendo sérias, possibilitarão o seu aparecimento, pelos meios que a tua evolução comportar e te ensinarão a falar e a viver as coisas certas. Não tenhas medo de enfrentar o monstro que te ronda, viajando no barco das aparências, porque quem anda com Deus pode acreditar que Jesus se encontra lado a lado, com Ele nos seus caminhos.

A harmonia de dentro ilumina por fora e, se conhecemos a árvore pelos frutos, conhecemos as almas pela sua vida, pelos seus pensamentos, palavras e ações.

Miramez, por João Nunes Maia, do livro: Horizontes da Vida

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