Espiritismo na Matta
Espiritismo na Matta
Por Leonardo Rodrigues
Do que me chamaram, mudou quem fui?
Do que me chamarem, mudará quem sou?
Espiritismo? Espírita? Chamem do que quiser!
Mas por favor, olhem pra essência!
Ana Lúcia
Era uma quinta-feira, de 5 de janeiro de 2023, véspera em que a igreja católica comemora o Dia de Reis, ou Festa de Santos Reis, em referência aos magos que visitaram o menino Yeshua, para reverenciar sua vinda, sua aparição neste mundo, no entanto, a palavra rei, ou reis, não consta em nenhum dos evangelhos. O termo usado é simplesmente magos, que vieram, diz o evangelista Mateus, do oriente, trazendo para o menino e seus pais, entre outras coisas, ervas para incenso.
Pouco sabemos sobre esses magos e que magias praticavam. Sabemos que as magias, e entre elas o uso de incensos, utilizados por certas pessoas, especialmente por um tipo de mulher, seria proibida com pena de morte, por homens, que séculos depois daqueles dias, diziam-se seguidores do mesmo menino, nascido, nas cercanias de Belém.
Naquela festa, no distrito de Mata Velha, pertencente a Dom Pedro, no Maranhão, na antiga região da Matta, encontrei um padre, ou melhor, um bispo concluindo o seu ritual celebrativo. O público era variado, uma cena linda de se ver, algumas senhoras e meninas usavam turbantes e homens com faixas de panos na cabeça, muitos de pés descalços e outras com crianças para serem batizadas, tornadas cristãs na tradição dos que ali estavam e do homem vestido em panos longos, e com a mesa cheia de aparatos, como óleos, água benta. O rito que era realizado no meio da rua, com pouca iluminação e na frente de uma casa que continha a inscrição: Tenda Santa Bárbara. Laise, uma amiga, integrante do Centro Espírita Jesus de Nazaré, que foi conhecer aquela experiência, tira a foto e manda por watsapp para a companheira Zelina, que tinha ficado na cidade e me mostra sorrindo a sua resposta, que questiona: “Mas vocês não tinham ido pra uma festa de terreiro? E esse padre?”.
O padre, a mais de uma década celebra a missa naquele festejo, é amigo e compadre de Mãe Rita, uma senhora de 74 anos, que acompanhava a missa de pés descalços, usando uma linda saia verde de seda e uma blusa branca, com um lenço na cabeça, rezando e seguindo todo o rito do sacerdote presente. É ela (ou Tereza Légua), que ao fim da celebração, entra na tenda, enfeitada com fitas e santos católicos, pouquíssimas cadeiras para sentar, chão de cimento queimado, uma janela para mirar uma lua, que naquela noite era cheia, e alumiava o tambor feito de oco de Pau D´arco e couro de boi, sendo esquentado na fogueira. Essa senhora de voz firme, pega o microfone e brada: Vai começar o Espiritismo! Os amigos do Centro Espírita Jesus de Nazaré, de Dom Pedro, se entreolham, eu provoco, claro! Onde estamos? Que Espiritismo é esse? Sorrimos todos!
Quem interromperia aquela força, vinda das matas, herdeira dos africanos escravizados, que ali fora em quantidade maior que todo o país, para lhe desmentir a qualificação de espiritismo o que ia acontecer?
Ali, na Tenda Santa Barbara, estavam presentes outras representações de terreiros, em sua maioria mulheres, mães de santo e seus filhos iniciados e em processo de iniciação. Funcionava o encontro como um seminário, onde cada uma levava a sua comunidade, espécie de conferência aberta dentro da mata onde tudo era relacional, e os encantados, incorporados, também conversam entre si e com os dançantes, tanto quanto com os visitantes, que podem pedir um dedinho de prosa com a entidade: “ Quando meu guia incorporar, você pode conversar melhor com ele, e ele vai te explicar tudo o que está acontecendo aqui”, me disse uma das mães de santo, conversando comigo na calçada, antes de entrar no salão. É uma acessibilidade de dois tipos, ao portador da mediunidade, e ao guia espiritual. Penso na acessibilidade no outro contexto, quando fui para um congresso espírita e vi o medianeiro e conferencista cercado de proteção, leio a atitude, posso estar equivocado, como um esquema de colocá-lo distante e de preservar uma aura de ser extraordinário.
Observando as danças circulares, um amigo questiona: Pra que dançar? Não entendo o sentido disso!
Rumi poderia responder: “O amor eleva aos céus nossos corpos terrenos, e faz até os montes dançarem de alegria!”. Acostumados a mesas postas em destaque para que um tipo de autoridade, cadeiras enfileiradas, privando a relação, estranha-se quando desaparece o palco e a mesa, e acrescenta-se tambor, danças, gente pobre e negra como protagonistas do processo. E se isso for chamado de espiritismo, talvez fique ainda mais estranho. Por ser diferente as formas de fazer, também de acolher, será menos espiritismo?
Allan Kardec, confesso a vocês que naquela noite, em estado de oração, o convidei para ir na Mata Velha, ver tudo o que acontecia ali, traz um conceito de espiritismo muito interessante:
“Tanto a história sagrada quanto a profana provam a antiguidade e a universalidade dessa crença, que se perpetuou através de todas as vicissitudes por que tem passado o mundo, e se mostra, entre os mais selvagens povos, no estado de ideias inatas e intuitivas, e tão gravadas no pensamento como a do Ente supremo e a da existência futura. O Espiritismo, pois, não é uma criação moderna; tudo prova que os antigos o conheciam tão bem, ou talvez melhor que nós”. ( KARDEC, 2013 P.66)
Três palavras me chamam a atenção, quatro na verdade, mas vamos começar por essas três: antiguidade, universalidade e moderna. De que antiguidade estava ele falando. Qual o alcance dessa antiguidade, a idade antiga, que pode ser entendida entre uns 4.000 anos antes de Cristo? Esse tempo pode estar ligado às práticas de comunicabilidade com os espíritos, como vai nos informar Leon Denis na sua obra Depois da Morte, ocorridas na Índia, Egito, Grécia, Gália, como podemos verificar em suas palavras: Os druidas comunicavam-se com o mundo Invisível; mil testemunhas o atestam. Nos recintos de pedra evocavam os mortos. As druidesas e os bardos proferiam oráculos (…) A ciência do mundo invisível constituía um dos ramos mais importantes – do ensino reservado. Por ela se havia sabido deduzir, do conjunto dos fenômenos, a lei das relações que unem o mundo terrestre ao mundo dos Espíritos;
Antiguidade pode também referir-se as comunidades cristãs, como escreve Artur Conan Doyle: A primitiva igreja cristã viveu saturada de Espiritismo e não parece que tenha atendido às proibições do Velho Testamento, as quais objetivavam reservar esses poderes para uso e proveito do clero.
O outro termo, o moderno, foi usado por boa parte de investigadores do século XIX, para designar o conjunto das manifestações, e comunicabilidade com os Espíritos. “Moderno Espiritualismo” é a terminologia que vamos encontrar em vários livros daquele tempo. Mas, na publicação de O Livro dos Espíritos em 1857, Kardec argumenta que o termo espiritualismo seria muito genérico e propôs chamar de Espiritismo, ciente de que para coisas novas, como ele dizia, precisávamos de termos novos. Dois anos depois, na obra O Que é o Espiritismo, Kardec reconhece que não se tratava de coisa nova, moderna, mas de coisa antiga e universal. Ou seja, não pertencia ao domínio de uma cultura e de um tempo, e cada povo o vivenciou conforme seu entendimento. E que caracteriza o moderno, é o método usado para investigar os fenômenos e uma prática, conforme a cultural racional científica do seu tempo, fortemente influenciada pelas ideias iluministas, um movimento importante para uma ruptura de um domínio de um tipo religioso, que emperrava o livre pensamento e o desenvolvimento das ciências, mas que não deixou de lançar preconceitos sobre outros fazeres e formas de pensar o mundo, fora de um eixo de uma criticidade eminentemente europeia, qualificando como atrasado o pensamento de outras culturas, principalmente as culturas.
O mundo antigo nem é sinônimo de atraso, nem o moderno de evoluído, temos que refletir melhor o que temos chamado de evolução e se ela acontece numa linearidade de tipo cronológica. Uma prática antiga não é necessariamente um erro, nem uma pratica moderna é necessariamente um acerto. Não devemos pautar uma prática como verdadeira ou falsa, baseada na sua antiguidade e nem tão pouco na sua localidade, seja ela a cidade, ou a selva, a quarta palavra que eu queria trazer, para irmos concluindo essas provocações. A cidade por apresentar um aparato de construções diferenciadas, e intervenções que pudessem “melhorar” as condições de vida dos seus habitantes, com facilidades no deslocamento, na comunicabilidade entre as pessoas, foi chamada de evoluída, e a selva ficou como sinônimo de atraso. Apenas hoje, vamos percebendo as tecnologias selvagens, como as das árvores, que podem sinalizar o seu estado de saúde e adoecimento, para uma outra árvore que se encontra a mais de 5 mil quilômetros do seu território.
Chamamos de colonialismo, não só o processo de invasão da Europa sobre outros continentes, não para desenvolver, mas para explorar e se apropriar de riquezas naturais dos continentes africanos e pindorâmicos , mas também a sua imposição de crença e cultura, sufocando e exterminando os saberes dos povos colonizados. Uma das estratégias do posseiro colonizador era dar nome às coisas já nomeada, apagar a língua local e implementar a sua, e apenas a sua. Como já nascemos sobre o império colonial, não percebemos que estamos colonizados de diferentes modos, achamos natural chamar essa terra de Brasil, quando em alguns lugares em tupi se chamava Pindorama, a terra das palmeiras (nome de um clube recreativo em Dom Pedro, que nunca soube o sentido e de onde vinha), chamamos genericamente de índios, povos que possuem seus nomes próprios, como Anacé, Kanindé, Tapeba, Gujajara, Yanomame. Se diz que a língua oficial do Brasil é o português, e é porque foi imposto, embora se fale mais de trezentos idiomas em Pindorama.
Esse processo foi tão danoso às nossas vidas, com um tipo de pensar unilateral, de uma verdade única, e de um poder que se impõe sobre outros saberes e culturas, que vamos encontrar uma grande dificuldade na comunidade dita Espírita Kardecista em aceitar que os termos Espiritismo e Espírita, sejam adotados fora de um tipo de prática convencional e pertencente a determinadas instituições formais denominadas centros espíritas. E dizendo isso, não quero carimbar as prática de outras tradições, e com esse carimbo impor um tipo de entendimento, é saber a relevância de um conceito de tipo sintético, que pode expressar a essência de uma coisa, embora possa ela manifestar-se diferente. É quando a coisa tem natureza própria, e sem dono e daí podemos chamar com nomes diferentes, ou com nomes iguais, sem que isso tire a natureza da coisa em si mesma.
A quem pertence o poder de nomear? Será possível um tipo de autoridade legitimada para dar nomes às coisas materiais e imateriais? Que poder autoriza Hypolite Léon Denizard a chamar as tradições de Mãe Rita de Espiritismo, herdeira da ancestralidade afro-pindorâmica e, ao mesmo tempo, a desautoriza a reconhecer a sua prática como Espírita?
A senhora da mata, a guardiã da prática medianímica, herdeira daquela luta de que o próprio Kardec falou, resistiu bravamente às perseguições e apagamentos, está investida de autoridade de aceitar ou não o nome que se lhe dá, o termo novo, para sua prática antiga e o seu reconhecimento revela que a sua compreensão é sintética e remete a essência espírita. Se a adoção do nome, é um processo de tipo sintético, e não colonizado, se parte do olhar do estranhado e perseguido e não da imposição do colonizador, deveríamos antes nos alegrar com tal nominação, que pode igualmente ser um convite para um dialogo intermundos.
Mas para tanto, precisamos superar o espanto. Se a música de Sebastian Bach, que tocou em missas nas igrejas da Alemanha, no século XVIII é reproduzida nos centros espíritas, parece tudo bem, todos fecham os olhos e se recolhem. Os corpos, se aconchegam nas cadeiras, em movimentos suaves, mas em movimentos. Mas se for Maria dos Anjos, uma negra, que também canta com voz melodiosa e abre os trabalhos na tenda, acompanhada de tambores, que remete às tradições da África e dos povos de Pindorama, e os corpos também se movimentam, em movimentos outros, que estranho!
O que chamamos de estranhamento também podemos chamar de preconceito e em alguns momentos mais graves, qualifica-lo de racismo. Formamos o nosso olhar baseado em heranças diferentes e entre elas está aquele de tipo colonial de que falamos, em que o saber é a verdade de tipo única e que deve se sobrepor à outras verdades, e o movimento espírita brasileiro não está isento dessa herança, por ser feito de gente, também de gente colonizada. Essa estranheza bem pode ser colonial, de verniz religioso, étnico, filosófico, científico, expressa em termos como místico, esotérico, atrasado, primitivo, selvagem. Temos que reconsiderar o lugar em que nos posicionamos, e admitir que o espiritismo não tem o nome para tudo, a última palavra para conceituar os saberes imanentes ou transcendentes, do contrário estaremos numa posição muito perigosa para dialogar com outros mundos, tanto os imanentes e oriundos da experiência da imersão do espírito na condição histórica desta terra, como os transcendentes que transem a diversidade de experiências dos espíritos em condições transistórica. Nesse sentido, é bom refletir com Boaventura, que também faz uma revisão de um lugar que foi ocupado pela nação onde encarnou: “O drama do universo cultural que se considera historicamente vencedor é não querer aprender nada dos universos culturais que se acostumou a derrotar e a ensinar”
Que nos reserva ainda os saberes da selva? Há mundos diferentes, universos culturais construídos também por desencarnados, como o da Encantaria e não apenas das Colônias Espirituais? (olha o termo colônia aparecendo de novo!). É possível uma ciência das macumbas? Um que o passe, adoção de terapia pelos fluidos, seja dado em forma de giro ou soprado com fumaça como nos terreiros?
Uma coisa, pode se ter diversas formas de fazeres, também de entendimentos, sem deixar de ser ela mesma? A luz do sol não uma, e no entanto não se apresenta em multicores conforme seja a capacidade de retenção e reflexão de seus raios?
Toda palavra é de certo modo uma limitadora da realidade e insuficiente para expressar a sua totalidade. O que foi nomeado de Espiritismo, bem pode conter amplas verdades, ou melhor, uma diversidade de métodos, de fazeres, para entender e expressar uma realidade essencial, de centralidade na sobrevivência e comunicabilidade da individualidade que continua a existir após a morte, a desagregação de um tipo de corpo.
A realidade é complexa, e para alguns mestres sufis, pode ter dezoito mil universos, e para enxerga-los todos, diz-se:
Este homem veria os dezoito mil universos através de dezoito mil olhos. Vê cada universo com o olho apropriado. O universo dos sentidos, com o olho dos sentidos; as questões da inteligência, como olho da inteligência; as intenções, como o olho do coração (Ibn ARABI, 2012, páginas 26 e 27)
Será possível enxergarmos o Espiritismo sob diversas formas e admitir que pode ser ele mais complexo do que o que temos visto até agora? Aprendemos no Brasil que o Espiritismo foi codificado por Allan Kardec, apesar da investigação e a produção de saber espírita, estar acontecendo na Europa, como Itália, Russia, Inglaterra e na França, e nas Américas. Dizer isso, não é negar a grande influência de Kardec, mas reconhecer que o fenômeno não era centralizado, e segundo o lugar das manifestações, a cultura, e um tipo de pesquisador e pesquisa, a produção de saber poderia se dar de maneira diferente, não conferindo unicidade, sem anular os conhecimentos elaborados. Em vista disso, é possível admitirmos que assim como as ciências e as filosofias, podemos ter espiritismos? Ou não temos olhos para tanto?
Olhando da condição de desencarnado, ou de encantamento (enchanté no francês, tem esse sentido de encantamento, talvez bem muito próximo da encantaria), Kardec refletiu: Supondo-se que os seus adeptos humanos desapareçam, que as obras que o erigiram em corpo de doutrina sejam destruídas, ele ainda sobreviveria por tão longo tempo quanto a existência dos mundos e das leis que os regem. ( Allan Kardec, 1868, página 431)
Se entendo esse pensamento, o espiritismo seria uma força da natureza, um fenômeno natural, como o vento que sopra onde quer. Aqueles que sentem o vento, podem estudar sua influência nos fenômenos meteorológicos, produzir energia elétrica, ou brincar, dançando e empinando arraia, papagaio, para continuar falando a partir da cultura naquele Maranhão.
Estou desembaçando do meu olhar de tudo que li e vi para vê a coisa em si mesma, o que ela pode me contar de si. Queria estar no Dom Pedro e ter visto que no aniversário de 33 anos do Centro Espírita Jesus de Nazaré, enquanto o atual presidente da Federação Espírita do Estado do Maranhão, Fabio Carvalho, falava, Mãe Rita, a guardiã da Tenda Santa Bárbara, entrou em cortejo com os seus filhos enfeitados em roupas brancas e turbantes e por alguns instantes, algumas estranhezas abateram-se sobre o público presente. O expositor interrompeu sua fala, desceu do púlpito e abraçou a convidada! Dias atrás, o sacerdote saíra da ilha para encontrá-la na mata para comungar em sua tenda. Agora, outro homem, do novo espiritismo, silencia e acolhe o ancestral, que saiu da mata e abraçou o novo. São símbolos de encontros, quiçá de um novo tempo, de novos espiritismos.
CItações
01 Vivência em estado de transe em Ubajara-CE, em que minha irmã, já desencarnada, se apresentava para mim, indicando que me acompanhava na escrita desse texto. Ela, que foi chamada muitos nomes: doidinha, caridosa, desatenta, alegre, valente…
02 Desde muito, o distrito é nomeado Pedro II, mas todos conhecem por Mata Velha, acho importante essa resistência, acho mais interessante elogiar a mata que ao imperador.
03 Tereza Légua é uma encantada, guia de Mãe Rita, em outra ocasião, ao entramos na Tenda Santa Bárbara, fomos recebidos e envolvidos por cerca de meia hora entre boas vindas e brincadeiras com a construção de pontos, terminado o momento, Mãe Rita veio falar com cada uma pessoa visitante, como se não as tivesse cumprimentado no inicio, e não tinha, a recepcionista havia sito Tereza Légua.
04 Me chama a atenção de não encontrar nesse espaço nenhuma imagem referente à cultura afro-brasileiro, como Iemanjá, Pretos velhos, ou imagens referentes a orixás… Estou escrevendo outra reflexão naquele contesto, com o título: “Onde estão os Pretos Velhos?”
05 “No Maranhão, o termo encantado , é usado nos terreiros de Mina, tanto nos fundados por africanos quanto nos mais novos e sincréticos, e nos salões de curadores ou pajés. Refere-se a uma categoria de seres espirituais, recebidos em transe mediúnico”. Encantados e Encantarias no folclore brasileiro – Mundicarmo Ferretti
06 Maulana Jalaladim Maomé, conhecido como Al Rumi. Mestre sufi do século XIII, que criou o sama, um processo de oração, meditação e transe, através da dança circular.
07 DENIS. Leon. Depois da Morte. São Paulo, 1994
08 Referencia
09 O Que é o Espiritismo é lançado em junho de 1859. Destaco que é importante seguir a flexibilidade do pensamento de Kardec ao longo de suas obras.
10 Pindorama, é a terra das palmeiras, nome que alguns povos destas terra adotavam antes que os invasores a chamassem de Brasil. Nêgo Bispo, chama a atenção do termo como uma atitude contracolonial, de resistência ao colonialismo.
11 SANTOS, Boaventura de Sousa. Decolonizar: Abrindo a história do presente. São Paulo: Boitempo, 2022
12 É significativo como naturalizamos a narrativa do espírito André Luiz sobre Nosso Lar, um tipo de cidade com perfil europeu construída por portugueses desencarnados, a partir de um lugar onde habitava povos originários do Brasil, também desencarnados. Uma narrativa em muito similar ao processo de colonização, com forte noção de eurocentrismo. “Onde se congregam hoje vibrações delicadas e nobres, edifícios de fino lavor, misturavam-se as notas primitivas dos silvícolas do país e as construções infantis de suas mentes rudimentares. ANDRÉ LUIZ (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Página 52
13 El Núcleo del Núcleo 5ª edición: noviembre 2002. EDITORIAL SIRIO, S.A.
Referências:
AHLERT,Martina «Carregado em saia de encantado: transformação e pessoa no terecô de Codó (Maranhão, Brasil)», Etnográfica [Online], vol. 20 (2) | 2016, posto online no dia 29 junho 2016, consultado o 09 fevereiro 2022. URL: http://journals.openedition.org/etnografica/4276; DOI: https:// doi
ANDRÉ LUIZ (Espírito). Nosso Lar. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. Rio de Janeiro. Federação Espírita Brasileira 45ª 1996
IBN ARABI. El Núcleo del Núcleo 5ª edición: noviembre 2002. EDITORIAL SIRIO, S.A
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Federação Espírita Brasileira. 93a edição 2013
KARDEC, Allan. O Que é o Espiritismo. Federação Espírita Brasileira, Brasília, FEB, 2013. 56 ed.
Kardec, Allan. Revista Espírita 1869. Federação Espírita Brasileira, Brasília (DF) 4ª edição 2019
RUMI, Jalaluddin, Masnavi
SANTOS, Boaventura de Sousa. Decolonizar: Abrindo a história do presente. São Paulo: Boitempo, 2022
By Grupo Ágora Espírita – junho 12, 2023
Fonte: ÁGORA ESPÍRITA