O erro do outro
Hugo Lapa
Não se importe com a hipocrisia, os fingimentos, as farsas, a arrogância e os erros de outras pessoas.
Sempre vejo algumas pessoas reclamando dos erros de outros em grupos espirituais, centros, templos, em suas famílias, na escola na empresa etc.
Reclamam:
- que as pessoas falam uma coisa e fazem outra;
- que as pessoas são dissimuladas e não dizem o que pensam;
- que nos sorriem de manhã e puxam nosso tapete a tarde;
- que falam mal dos outros pelas costas; que criam intrigas e confusões por coisas pequenas.
Mas ninguém deve ficar se preocupando com o que o outro faz ou deixa de fazer de errado. Em nossa passagem pela Terra, a única coisa que realmente importa é o que nós mesmos fazemos.
Que pode nos importar o que o outro faz de bom ou mau? Se uma pessoa faz o mal, ela sofrerá as consequências do mal que esteja praticando. Isso fará parte do patrimônio espiritual dessa pessoa, será a sua colheita mais cedo ou mais tarde. Por isso, ninguém deve ficar nervoso, revoltado, incomodado ou querendo “dizer umas verdades” ao outro. Se fizermos isso, o erro passa a ser nosso também e não apenas do outro. Faculte a cada pessoa o direito que ela tem de errar e aprender sozinha com seus erros. Como diz Chico Xavier “Aos outros dou o direito de ser como são; a mim dou o dever de ser cada dia melhor”.
Quando tentamos apontar os erros de alguém e o outro não quer ouvir, ele poderá se voltar contra nós, além da possibilidade de se criar conflitos e confusões desnecessárias. Vamos permitir que o outro seja o que ele quer ser; que ele possa seguir o caminho que escolheu; que ele possa viver as experiências que determinou para si, mesmo que isso seja errado, seja hipocrisia e mesmo que isso nos afete de alguma forma. O choque de retorno ocorrerá na hora certa e fará essa pessoa aprender com os erros do passado.
Portanto, deixe o outro errar o quanto quiser e não se irrite com as faltas alheias. O que tem valor nessa vida é o que fazemos diante da humanidade e diante de Deus. Deus conhece nossa vida, nossos atos e conhece profundamente nosso irmão em erro. Se o outro quer insistir em suas incorreções e enganos, quem somos nós para corrigi-lo? Isso é um problema dele, é a escolha que sua alma fez e que o conduzirá a um caminho tortuoso, que ele viverá ou talvez já viva essa tortura em sua consciência. Além disso, sempre há a possibilidade de olharmos mais para os erros dos outros a fim de não enxergar os nossos próprios erros.
Dessa forma, não permita que as faltas do outro afetem seu trabalho na grande jornada humana. Como diz Madre Tereza de Calcutá “No fim das contas, tudo é entre você e Deus e não entre você e os outros”. Cumpra as tarefas que lhe cabem sem olhar para o lado, pois no final das contas, o que interessa é o que nós plantamos… E nada nos acrescenta ficar observando a colheita de nosso irmão.
Hugo Lapa