É Tempo de Renovar Nossas Atitudes!
Paulo Velasco
Não será novidade a sensação de estranheza que acomete boa parte da Humanidade terrestre nesse período de ocaso expiatório-provacional e de alvorecer de uma Nova Era de regeneração.
Nesses momentos, parece-nos faltar superfície para colocarmos os pés e caminharmos seguramente. O horizonte anuvia-se diante das montanhas de calamidades públicas e privadas pelas quais atravessam os errantes na trajetória ascensional. A noite sombria assola os incipientes raios solares do amanhecer, assenhoreando-se dos andarilhos da hora última, titubeantes em indecisões e vãos questionamentos, orquestrados no pragmatismo materialista do incrédulo, ou assentados na hesitação do crente iludido e desesperançado. Tudo parece acenar um futuro não muito distante de caos e perdição irremissíveis… Assim, o apóstolo Paulo se expressa, em sua carta aos Coríntios II, 4:8: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados”.
Tudo o que não for real, passará. Apenas os valores constitutivos da verdadeira propriedade, a espiritual, resistirão, posto que permanentes. Espantamo-nos perante doenças, atrocidades, crueldades, irresponsabilidades decorrentes da imaturidade espiritual ou da maldade temporária que domina, iludindo boa parcela da Humanidade terrestre. Todavia, não nos cabe o desalento, pois há muito que fazer, notadamente no período de transição em que todos somos convidados e convocados a doar o melhor de nós, realizando o que estiver ao nosso alcance, como a nossa quota de colaboração para as mudanças inadiáveis.
Entrementes, não nos permitiremos agoniar, cedendo a aparentes forças irresistíveis de influências malévolas a nos desviar do caminho a ser seguido em direção à conquista paulatina da felicidade, por esforço próprio e proporcional à nossa capacidade, sem exageros ou exigências descabidas, mas compreendendo que o minuto precioso de cada dia não deve ser desperdiçado por invigilância e ociosidade.
Nunca, como nos tempos atuais, houve tanta necessidade do Evangelho Redivivo ao Espírito sedento de consolo e de esclarecimento, que possa oferecer-lhe paz e serenidade, bom senso e discernimento, para não perder a direção do bem, deixando-se envolver pelas ilusões passageiras do mal.
Deus, em sua Infinita Misericórdia, utiliza-se do mal decorrente dos erros humanos, alçando-o veementemente para que se manifeste com toda pujança, como instrumento para erradicação em definitivo do próprio mal, que sobra apenas como ausência do bem maior originado da Providência Divina.
Vivemos os momentos decisivos da renovação em espírito e verdade, da transformação moral, da renovação íntima, da escolha dos valores espirituais, quando Jesus nos chama para o serviço da redenção de nós mesmos pelo auxílio aos irmãos em maiores necessidades que as nossas.
Atravessamos o período de despedida gradativa do orbe de expiações e provas, em que somos convocados a atuar como trabalhadores da última hora e, simultaneamente, vislumbramos o limiar do mundo de regeneração, para o qual somos convidados como candidatos a servidores da primeira hora.
Estagiamos no tempo de fazer a leitura da realidade, ter olhos de ver a Verdade e compreender que a Terra, o nosso planeta, é a escola de iluminação, o hospital de reabilitação e a morada de trabalho e de libertação de nossos Espíritos rumo a Deus, nosso Pai de Infinita Bondade.
Paulo Velasco
Referências: Ação e Reação, Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz / Paulo e Estêvão, Francisco Cândido Xavier, pelo espírito Emmanuel / O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec.)
Fonte: Correio Espírita