A VINGANÇA

A VINGANÇA

Espiritismo na Rede

Algumas pessoas acreditam que a vingança é uma demonstração de grande coragem. Afinal de contas não se pode tolerar uma afronta sem se rebaixar.

Pensam que a tolerância e a indulgência seriam prova de fraqueza ou de covardia.

Todavia, temos de convir que o ato de vingar-se jamais constitui prova de coragem.

Geralmente, quando buscamos revidar uma ofensa o fazemos movidos pelo medo do agressor ou da opinião pública.

Não importa que a nossa consciência nos acuse de covardia ou indignidade, o que nos interessa é que a sociedade não nos julgue assim.

O mesmo não ocorre com relação ao ato de perdoar. O perdão, sim, exige do ofendido muita coragem e dignidade.

Enquanto a vingança é uma ladeira fácil de descer, o perdão é uma ladeira difícil de subir.

Algumas pessoas costumam enfrentar corajosamente os mais graves perigos, mas sentem-se impotentes para tolerar uma pequena ofensa.

Escalam, com ousadia, altas montanhas, saltam de paraquedas desafiando as alturas, enfrentam animais ferozes, aceitam os desafios do trânsito, navegam em mar revolto com bravura, mas não conseguem suportar um mínimo golpe da injustiça.

Dão grande prova de coragem em alguns pontos, mas não relevam a investida da ingratidão, da calúnia, do cinismo, da falsidade, da infidelidade.

Realmente fortes são aqueles que conseguem conter-se diante de uma agressão.

A verdadeira fortaleza está nas almas que não se descontrolam quando são ofendidas.

Que não se impacientam quando são incomodadas.

Que não se perturbam, quando são incompreendidas.

Que não se queixam, quando são prejudicadas.

Verdadeira coragem é aquela de que o Cristo nos deu o exemplo.

Ele sofreu a ingratidão daqueles a quem havia ajudado, enfrentou o cinismo dos agressores, foi ultrajado, caluniado, cuspiram-lhe no rosto e O crucificaram, e Ele tomou uma única atitude: a do perdão.

Por várias vezes, em Sua passagem pela Terra, o homem de Nazaré teve motivos de sobra para revidar ofensas, mas sempre optou pela dignidade de calar-se.

Diante das agressões recebidas, o meigo Rabi da Galileia passava lições grandiosas, como aconteceu com o soldado que O esbofeteou quando estava de mãos amarradas.

Sem perder a serenidade habitual, o Cristo olhou-o nos olhos e lhe perguntou: Se eu errei, aponta meu erro, mas se não errei, por que me bates?

Essa é a atitude de uma alma verdadeiramente grande.

. . .

Redação do Blog Espiritismo Na Rede, com base no cap. 15 do Livro O primado do Espírito, de Rubens Romanelli, ed. Lachâtre.

Esta entrada foi publicada em A Família, Artigos, Ciência, Espiritismo, Transição. Adicione o link permanente aos seus favoritos.

Deixe um comentário