Amar a si mesmo

AME A SI MESMO E PERMITA-SE FLORECER

Viviane de Barros

Você já deve ter lido a frase: “Floresça onde Deus lhe plantar”. Mas, já parou para pensar no significado dela? Ou ainda, já se permitiu florescer?

Estamos para adentrar na época mais colorida e alegre do ano, na qual as plantas, com toda sua magnificência, nos dão um verdadeiro exemplo de resiliência e esperança, quando, então, encontram condições ideais para desabrocharem e nos presenteiam com suas belas flores e aromas em um verdadeiro espetáculo da natureza, fruto da obra perfeita do pai Criador.

E qual seria esse exemplo?

Bom, nossas amigas, desde as maiores até as pequeninas, das mais fortes até as mais frágeis, nos mostram que, no decorrer de nossa existência terrena, passaremos por períodos bons e encantadores, mas também por períodos que não nos serão agradáveis e favoráveis, porém que todas essas fases são passageiras, razão pela qual devemos sempre acreditar em nossa essência, e lutar, mesmo que de forma sutil, contra as intempéries e provações que surgirem, pois logo chegará o momento em que o sol brilhará e, como ele, irradiaremos a nossa luz.

E como encontramos força para passar por esses momentos e podermos renascer?

A resposta é simples: A força está no autoamor!

Amor. Sentimento sublime e de essência divina que, como nos fala o espírito Fénelon no item 9, do Capítulo XI, do O Evangelho Segundo o Espiritismo, “desde o mais elevado até o mais humilde, todos vós possuís, no fundo do coração, a centelha desse fogo sagrado”.

O amor é o sentimento que sintetiza toda a doutrina do mestre Jesus, que o apresentou à humanidade como o caminho da perfeição, visto que temos como mandamento primordial: amar a Deus, amar ao próximo e amar a nós mesmos. (Mateus, XXII: 34-40).

Embora essa máxima nos foi apresentada há mais de dois mil anos, e muito se fale na atualidade sobre o autoamor, é fato que muitos ainda desconhecem o que ele realmente seja, sendo comumente confundido com sentimentos como egoísmo e vaidade.

Contudo, o autoamor diverge desses sentimentos, sendo esses frutos de pensamentos e emoções conflituosos, tais como medo, insegurança e carência, adquiridos nessa e em outras encarnações, que carregamos em nosso íntimo e dos quais, ainda, não conseguimos nos libertar.

Mas então o que é o autoamor? Vamos lá.

Amar a si mesmo é um ato de se aceitar da forma que se é, é buscar sua autenticidade e valorizar o caminho que você trilhou até o momento. Amar a si mesmo é se respeitar, respeitar seus limites, se perdoar por tudo o que você fez e que não lhe agrada mais. Amar a si mesmo é acolher-se, acreditar em si, cuidar-se de forma física, emocional e espiritual, levar uma vida leve, ter uma alimentação saudável.

Autoamor é o conjunto de práticas que visam aumentar a sua qualidade de vida e que colocam você como a pessoa mais importante dela, que busca melhorar e evoluir constantemente, atos estes que, por consequência, melhoram a vida das pessoas ao nosso redor.

São todas as nossas atitudes, pensamentos e sentimentos capazes de elevarem a nossa autoestima e que nos levam a sermos gratos pelo que somos e pelo que temos, a sabermos o que somos, o que desejamos e o que não queremos para nós, o que corrobora para alcançarmos a felicidade.

Nas palavras de Wanderley Oliveira, na obra Descomplique, Seja Leve:

Se você acolhe sua vida, suas atitudes e seus sentimentos com bondade, carinho e paciência, se você trata a si mesmo com ternura e carinho, isso compõe a sua proteção e preserva seu bem-estar físico e espiritual. (…)

Autoamor é força divina de defesa e fonte de luz para todos os passos na sua vida.”

Em igual sentido, Joanna de Ângelis, na obra Conflitos Existenciais, psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, nos ensina que:

Somente é capaz de amar a outrem aquele que se ama. É indispensável, portanto, que nele haja o autoamor, o auto respeito, a consciência de dignidade humana, a fim de que as suas aspirações sejam dignificantes, com metas de excelente qualidade.

Atitudes pautadas no autoamor nos poupam de sofrimentos, visto que à medida que mais nos amamos, mais nos afastamos de crenças, pessoas e situações que não nos fazem bem.

Trata-se, portanto, de um amor que preserva a paz pessoal, que dá equilíbrio interior, que leva à prática de hábitos saudáveis, que propicia crescimento intelectual, espiritual, emocional e moral, e através do qual conseguimos fazer o bem a outras pessoas, praticando, assim, a verdadeira caridade, o que nos aproxima de Deus.

E como se constrói essa relação de amor consigo mesmo?

O autoamor não é um sentimento que se busca fora, mas sim no nosso íntimo.

Amar a si mesmo requer a pratica de autoconhecimento, por meio da qual despertamos nossa consciência sobre quem somos.

Essa prática nos faz viajar ao nosso íntimo, nosso verdadeiro eu, e refletir sobre nosso comportamento, nossos medos, nossos padrões limitantes, nosso lado sombra, enfim, tudo aquilo que não queremos admitir que existe em nós.

É por meio do autoconhecimento que nos conectamos com a nossa realidade essencial, observarmos nossas vulnerabilidades e passamos a trabalhar em busca do desenvolvimento espiritual, na pacificação de nossos pensamentos, na harmonia de nossas emoções e sentimentos, na transformação de vícios em virtudes e traços indesejáveis em qualidades, mudanças essas que nos colocam no caminho da nossa felicidade.

Porém, essas mudanças não acontecem do dia para a noite. Assim como as flores esperam pela primavera para florir, temos que ter consciência de que a reforma íntima exige disciplina, persistência e tempo.

Deus, em sua infinita bondade, nos permitiu a vinda a esse planeta para evoluirmos. Para tanto, plantou a semente do amor em nós. Ela está em você, mas para que de frutos é preciso que você arrume o seu solo interno para que ele se torne fértil e lhe forneça os nutrientes necessários para o seu crescimento.

Esse processo, que o levará ao despertar de um novo mundo interior, requer constância até sua completa adaptação e resiliência, pois muitas vezes encontraremos dificuldade pelo caminho. O importante é ter fé, acreditar e não desistir!

Ao vivermos em harmonia com nossa essência, nossas emoções e pensamentos, encontraremos o terreno ideal para crescermos, desabrocharmos e podermos contemplar e desfrutar a beleza de amar a nós mesmos.

Assim, sabendo que a mudança que você precisa deve ocorrer em seu íntimo, não perca mais tempo. Comece agora mesmo o seu processo de reforma íntima. Ame a si mesmo e permita-se florescer.

Viviane de Barros

Fonte: G. E. Casa do Caminho de São Vicente

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