A importância do sal
W.A. Cuin
“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens” (Matheus 5: 13-14).
Na mesa de refeição, com frequência, ouvimos comentários sobre o sabor dos alimentos. Nisso identifica-se a habilidade de quem prepara os pratos, mas ninguém lembra de destacar a qualidade do sal, isso até que a cozinheira ou o cozinheiro, por um lapso, deixa de colocá-lo na comida, aí, sim, lembramos imediatamente desse tempero.
O sal, portanto, fica esquecido quando está presente, mas imediatamente lembrado quando está ausente. Não recebe elogios, mas faz muita falta nas refeições.
Assim devemos ser, iguais ao sal, sem a preocupação de ser reconhecidos, elogiados ou mesmo lembrados, mas que a nossa ausência, em qualquer ambiente, seja notada, não pelo destaque pessoal ou exibicionismo, mas, sim, pelo bem que podemos fazer sempre.
No nosso trabalho profissional, sendo operários, sejamos o sal da harmonia, da responsabilidade, do empenho com as tarefas e com o cumprimento total do nosso dever.
Sendo patrões, sejamos o sal do reconhecimento da importância e dos valores dos empregados, retribuindo, honestamente a eles, a dedicação para com a empresa e tendo-os como seres humanos repletos de necessidades e sonhos.
Na família, sejamos o sal do companheirismo, da paciência, do respeito e da dedicação para com o nosso grupo consanguíneo, zelando pela harmonia do lar, no clima da fraternidade.
Na obra assistencial que executamos, sejamos o sal do comprometimento, da doação, da solidariedade e da presença constante, pois nessas ações nem sempre se conta com muitos trabalhadores determinados e perseverantes.
No meio social, sejamos o sal do bom exemplo, demonstrando valores de honra, dignidade, ética e muita honestidade, visto que muitos olhos nos veem e muitas criaturas nos seguem.
No clube social, sejamos o sal da esportividade, do coleguismo, fazendo do lazer e da recreação momentos de relaxamento e fortalecimento dos vínculos de amizade.
No trânsito, sejamos o sal da atenção constante, da obediência das leis, do respeito aos demais veículos e, principalmente, muita consideração para com os pedestres.
No centro espírita, sejamos o sal da união, do respeito à divergência de opiniões e da fidelidade a Allan Kardec, mantendo firmemente os preceitos da codificação.
Então, a exemplo do sal, não tenhamos a pretensão de ser destaque e receber elogios ou referências nos ambientes em que frequentamos, e sim o forte desejo de que seja sentida a nossa ausência, pelos valores morais que podemos agregar, em qualquer lugar, como humilde contribuição para a construção de um mundo mais justo, fraterno e humano.
Reflitamos.
W.A. Cuin
Fonte: Folha Espírita